19 de novembro de 2024
Brasil fecha a conta no Grand Slam de judô de Abu Dhabi, com sete pódios
Totalizando três medalhas de prata e quatro bronzes na disputa realizada nos Emiratos Árabes, a seleção brasileira se mantém em segundo lugar no ranking de medalhas da FIJ, desta temporada
Grand Slam Abu Dhabi 2017
30/10/2017
Fonte LARA MONSORES/CBJ | Fotos GABRIELA SABAU/IJF
Abu Dhabi – EAU
A seleção brasileira de judô começou as comemorações pelo Dia Mundial do Judô celebrado neste sábado, 28 de outubro, com três pódios no Grand Slam local nesta manhã. Mayra Aguiar (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg) e Beatriz Souza (+78kg) conquistaram medalhas de bronze e o Brasil encerrou sua participação no evento com sete medalhas: três pratas e quatro bronzes.
Estreando o backnumber vermelho, a bicampeã mundial Mayra Aguiar venceu Luise Malzahn, da Alemanha, por ippon na primeira luta e já avançou diretamente à semifinal. No combate contra a experiente holandesa Marhinde Verkerk, vice-campeã mundial em 2013, Mayra forçou duas punições à adversária, mas acabou sofrendo três, uma delas no golden score, e foi para a disputa de bronze, onde derrotou Antonina Shmeleva, da Rússia, por um wazari para garantir seu terceiro pódio consecutivo neste ano (Ouro no Grand Prix de Cancún e ouro no Mundial de Budapeste).
No pesado feminino, o Brasil conseguiu uma dobradinha de bronze. A jovem Beatriz Souza, de apenas 19 anos, derrotou a russa Ksenia Chibisova por ippon para conquistar sua primeira medalha em Grand Slam e foi ao pódio ao lado da compatriota Maria Suelen Altheman, que derrotou Jasmin Kuelbs, por um wazari para ficar com o outro bronze.
Com os resultados dos primeiros dias, o Brasil encerrou a competição em 11º lugar no quadro geral de medalhas. Foram três pratas com Érika Miranda, Rafaela Silva e Felipe Kitadai, além dos bronzes de Maria Portela, Mayra Aguiar, Maria Suelen e Bia Souza. A Rússia liderou o quadro, com três ouros, uma prata e cinco bronzes.
Rafael Macedo (90kg), Eduardo Bettoni (90kg), Rafael Buzacarini (100kg), Rafael Silva (+100kg) e Samanta Soares (78kg) também lutaram neste sábado, mas não avançaram às disputas por medalhas. Buzacarini ainda chegou à repescagem, mas caiu para Peter Paltchik, de Israel, que ficou com o bronze.
Portela brilha e garante um bronze
No segundo dia de disputa Maria Portela teve o melhor desempenho entre os brasileiros. Ela conquistou o bronze do peso-médio feminino (70kg) ao vencer por ippon a alemã Laura Vargas Koch.
Maria estreou com vitória por ippon sobre a russa Valentina Maltseva. Nas quartas, abriu um wazari de vantagem contra Miriam Butkereit, mas acabou imobilizada até o ippon pela alemã. A recuperação veio na repescagem, com vitória sobre a belga Lola Mansour, que levou três punições e foi desclassificada da luta.
Na disputa pelo bronze, ela encarou a medalhista olímpica Laura Vargas Koch, bronze no Rio 2016, e dominou a luta desde o início abrindo um wazari de vantagem no primeiro minuto. Portela chegou a ser punida duas vezes por falsos ataques, mas conseguiu nova projeção e o segundo wazari conectado à imobilização até o ippon. Essa foi sua sexta medalha em etapas de Grand Slam (1 ouro, duas pratas e três bronzes).
“Estou muito feliz pelo meu resultado. Acredito que a minha postura durante a competição foi muito importante. Mesmo perdendo uma luta que eu estava ganhando eu consegui reverter e buscar a medalha. Claro que poderia ter sido melhor, mas estou muito contente com a minha atitude durante os combates”, avaliou Portela.
Outros quatro brasileiros também lutaram na sexta-feira, mas não avançaram às disputas por medalhas. Eduardo Yudi Santos (81kg) estreou com vitória sobre Damian Szwarnowiecki (POL), mas parou no mongol Dagvasuren Nyamsuren.
Alex Pombo (73kg) parou no vice-campeão olímpico Rustam Orujov (AZE) e Lincoln Neves (73kg) perdeu para Khikmatillokh Turaev (UZB) após levar três punições.
E, por fim, Bárbara Timo (70kg) conseguiu um wazari contra Kim Polling, mas foi imobilizada até o ippon pela holandesa, também na estreia.
Rafaela, Érika e Kitadai conquistam três medalhas de prata no primeiro dia de disputa
O Brasil teve um excelente início de Grand Slam de Abu Dhabi na madrugada de quinta-feira (26). Rafaela Silva (57kg), Érika Miranda (52kg) e Felipe Kitadai (60kg) foram implacáveis nas preliminares, chegaram às finais de suas categorias e conquistaram três medalhas de prata para o Brasil.
Para chegar à final, Kitadai venceu Mohammad Rashnonezhad, do Irã, na primeira luta forçando três punições ao adversário. Em seguida, conseguiu três wazaris para superar o russo Albert Oguzov, nas oitavas-de-final. Nas quartas, Kitadai encaixou um wazari a poucos segundos do fim da luta contra o cazaque Gusman Kyrgyzbayev e avançou à semi, onde derrotou o georgiano Amiran Papinashvili por ippon com uma chave de braço. Na decisão pelo ouro contra Robert Mshvidobadze, da Rússia, o brasileiro levou três punições e ficou com a prata, seu primeiro pódio em 2017 depois de ficar um longo tempo afastado recuperando-se de uma cirurgia no ombro direito. Abu Dhabi foi apenas sua segunda competição do Circuito Mundial neste ano.
“Vinte e cinco dias atrás eu estava muito feliz por apenas ter participado da minha primeira competição internacional pós-cirurgia. Hoje comemoro a conquista de uma medalha em Grand Slam e o sonho segue vivo. Agradeço a todos que trabalharam comigo nesse retorno”, comemorou Kitadai.
A segunda finalista do dia foi Érika Miranda (52kg), que superou a argentina Oritia Gonzalez por ippon na primeira luta. Em seguida, pontuou com dois wazaris para passar pela portuguesa Joana Ramos e, na semi, projetou a americana Angelica Delgado por ippon para chegar à grande final, onde enfrentou a belga Charline Van Snick, medalhista de bronze em Londres 2012 no peso Ligeiro (48kg). No combate, a belga conseguiu um wazari e finalizou a brasileira com uma chave de braço para ficar com o ouro.
Com essa medalha de prata, Érika Miranda mantém sua regularidade habitual dos últimos anos. Foi ao pódio em quatro das seis competições das quais participou neste ano, conquistando um ouro (Grand Slam de Ecaterimburgo), duas pratas (Grand Prix de Tbilisi e Grand Slam de Abu Dhabi) e um bronze no Mundial de Budapeste.
A campeã olímpica também lutou bem, estreando com vitória por wazari contra Julia Kowalczyk, da Polônia. Nas oitavas, derrotou Amelie Stoll, da Alemanha, por ippon, e, na semifinal passou pela canadense Jessica Klimkait com um wazari. A luta pelo ouro foi um reencontro com sua adversária da final olímpica no Rio 2016, a mongol Sumiya Dorjsuren que, em setembro conquistou o título mundial da categoria. Logo no início, Rafaela projetou a mongol, a arbitragem marcou um wazari a favor da brasileira, mas os árbitros de vídeo retiraram a pontuação. Rafa continuou mais agressiva e forçou uma punição à Dorjsuren no tempo normal. Sem pontuações, o combate foi para o golden score, onde a judoca da Mongólia conseguiu anotar um wazari para ficar com o ouro.
“Estou feliz com o resultado e por poder estar ali no pódio. Mas, saio com a certeza que poderia ter sido um resultado diferente não fossem pequenos detalhes, como o golpe em que eu quase marquei o wazari”, avaliou Rafaela. “Depois de mais de um ano lutar novamente com a mongol parecia que estava voltando aos Jogos Olímpicos. Foi uma luta boa. Acho que todos estavam esperando esse reencontro. Mas, ainda temos competições esse ano e durante o ciclo para ajustar cada detalhe que ainda está faltando.”
O Brasil ainda foi representado por Phelipe Pelim (60kg) na mesma categoria de Kitadai, mas o brasileiro caiu na primeira luta frente a Sukhrob Boqiev (TJK).
O Grand Slam de Abu Dhabi é uma das cinco etapas de Grand Slam do Circuito Mundial e distribui até 1000 pontos no ranking mundial ao campeão. Neste ano, vale como classificatória para o World Judo Masters (1800 pontos), que reunirá os 16 melhores de cada peso nos dias 16 e 17 de dezembro, em São Petersburgo, na Rússia.