31 de março de 2025

Considerando que os 17 melhores judocas de cada categoria de peso no ranking mundial garantem vaga direta nos Jogos Olímpicos, o Brasil inicia o novo ciclo olímpico com desempenho promissor: 9 atletas brasileiros já estão posicionados dentro da zona de classificação para Los Angeles 2028, sendo cinco no masculino e quatro no feminino.
Esse resultado expressivo é reflexo da visão estratégica da atual gestão de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), liderada pelo professor Marcelo Theotonio, gerente de alto rendimento da entidade. A gestão tem sabido identificar e oportunizar jovens talentos, ao mesmo tempo em que mantém o grupo plenamente focado no pódio em todas as competições do circuito mundial.
De acordo com a atualização mais recente da Federação Internacional de Judô (FIJ), divulgada após o Grand Slam de Tbilisi, a seleção brasileira figura com atletas entre os 17 primeiros colocados em nove das 14 categorias de peso do programa olímpico individual. O resultado confirma a consistência técnica da equipe nacional e reflete o bom momento vivido pela modalidade, tanto no masculino quanto no feminino, neste início de ciclo rumo a Los Angeles 2028.
60kg – Michel Augusto, peso ligeiro do Sesi Botucatu (SP), vem se consolidando como uma das principais promessas do judô brasileiro neste novo ciclo olímpico. Nesta temporada, já subiu ao pódio duas vezes no circuito internacional: conquistou a medalha de prata no Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia e o bronze no Grand Prix de Linz, na Áustria. Com esses resultados, ocupa atualmente a 9ª posição no ranking da FIJ, somando 3.512 pontos.
Michel Augusto já soma dois pódios na temporada 2025 © Kulumbegashvili Tamara / FIJ
66kg – Willian Lima, atleta do Esporte Clube Pinheiros, vice-campeão olímpico e medalhista de bronze por equipes nos Jogos de Paris 2024, ocupa atualmente a 4ª colocação no ranking mundial, com 3.925 pontos. Ele está atrás apenas dos japoneses Takeshi Takeoka (1º – 4.610 pontos), Hifumi Abe (2º – 4.200 pontos) e Ryoma Tanaka (3º – 4.080 pontos). Em 2024, Lima conquistou a medalha de prata no Grand Slam de Antalya, além de bronzes nos Grand Slams de Tashkent e Tbilisi. No Campeonato Pan-Americano e da Oceania, realizado no Rio de Janeiro, sagrou-se campeão na categoria até 66kg.
81kg – Guilherme Schimidt, atleta do Minas Tênis Clube e medalhista de bronze por equipes nos Jogos de Paris 2024, ocupa atualmente a 12ª posição no ranking mundial, com 3.053 pontos. Em março de 2024, conquistou a medalha de bronze no Grand Slam de Antalya, na Turquia, ao vencer o italiano Antonio Esposito por ippon, com dois wazari. Schimidt destacou a importância desse resultado em um ano olímpico, ressaltando sua motivação para alcançar sua melhor forma nos Jogos. No Campeonato Mundial de Abu Dhabi, em maio de 2024, avançou até as oitavas de final, demonstrando consistência em competições de alto nível. Recentemente, em fevereiro de 2025, transferiu-se para a Sogipa, reforçando a tradicional equipe gaúcha e buscando novas oportunidades de crescimento em sua carreira.
90kg – Rafael Macedo, atleta da Sogipa e medalhista de bronze por equipes em Paris 2024, ocupa atualmente a 4ª colocação no ranking mundial, com 3.421 pontos. Em março, conquistou a medalha de bronze no Grand Slam de Tbilisi, após uma campanha consistente e uma vitória decisiva sobre o holandês Mark Van Dijk. Esse foi seu primeiro pódio na temporada e teve um significado especial: dias antes da competição, o judoca soube que será pai — uma motivação extra que, segundo ele, o impulsionou no tatami. Antes disso, participou também dos Grand Slams de Baku e Paris, mas sem chegar ao pódio.
Bronze em Paris e no Grand Slam de Tbilisi, Rafael Macedo ocupa a 4ª colocação no ranking da FIJ © Sabau Gabriela / FIJ
100kg – Leonardo Gonçalves, atleta da Sogipa e medalhista de bronze por equipes nos Jogos de Paris 2024, ocupa atualmente a 6ª posição no ranking mundial, com 4.040 pontos. Em fevereiro de 2025, conquistou a medalha de prata no Grand Slam de Baku, destacando-se como um dos principais nomes da categoria até 100kg. Anteriormente, em fevereiro de 2023, subiu ao pódio ao conquistar o bronze no Grand Slam de Tel Aviv. Esses resultados refletem sua evolução e consistência no cenário internacional.
Com a medalha de prata conquistada em Baku, Iguape ocupa a 6ª posição no ranking mundial © Sabau Gabriela / FIJ
52kg – Larissa Pimenta, atleta do Esporte Clube Pinheiros, brilhou nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ao conquistar duas medalhas de bronze: uma na competição individual, na categoria até 52kg, e outra na disputa por equipes mistas. Na competição individual, Larissa destacou-se ao vencer a italiana Odette Giuffrida, atual campeã mundial, na luta pelo bronze. Com esse desempenho, ela elevou sua posição no ranking mundial, ocupando atualmente o 7º lugar, com 4.254 pontos. Além de suas conquistas olímpicas, Larissa também brilhou no Grand Prix da Áustria em março de 2024, onde conquistou a medalha de ouro após vencer cinco lutas consecutivas, incluindo a final contra a suíça Binta Ndiaye por ippon. Essa vitória marcou sua terceira medalha em etapas de Grand Prix e a primeira de ouro, consolidando sua posição como uma das principais judocas da categoria meio-leve.
57kg – Duas brasileiras figuram entre as 13 melhores nesta categoria:
Rafaela Silva, atleta do Clube de Regatas do Flamengo, campeã olímpica nos Jogos do Rio 2016 e medalhista de bronze por equipes em Paris 2024, ocupa atualmente a 11ª posição no ranking mundial, com 2.977 pontos. Em 2024, Rafaela demonstrou sua consistência ao conquistar a medalha de prata no Grand Slam do Cazaquistão, em maio e o ouro no Campeonato Pan-Americano e da Oceania em abril, ambos na categoria até 57kg.
57kg – Jéssica Lima, atleta da Sogipa, destaca-se como uma das principais promessas do judô brasileiro na categoria meio-leve. Atualmente, ocupa a 13ª posição no ranking mundial, com 2.676 pontos. Em 2025, Jéssica obteve resultados expressivos: alcançou o 5º lugar no Grand Slam de Baku, em fevereiro, e repetiu a colocação no Grand Slam de Tashkent, no final do mesmo mês. No Grand Slam de Tbilisi, em março, terminou na 7ª posição. Esses desempenhos consistentes refletem sua evolução no cenário internacional e a consolidam como uma atleta em ascensão na categoria até 57kg.
Jéssica Lima se destaca como uma das principais promessas do judô brasileiro e ocupa a 13ª posição no ranking mundial © Di Feliciantonio Emanuele
+78kg – Beatriz Souza (Esporte Clube Pinheiros), atual campeã olímpica, ocupa a 2ª posição no ranking, com 5.295 pontos — apenas cinco a menos que a líder, a francesa Romane Dicko (5.360 pts). Mesmo sem competir desde sua vitória nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, quando conquistou o ouro ao derrotar a israelense Raz Hershko na final, ela se mantém no topo da categoria. Essa posição no ranking reflete a consistência e a excelência de Beatriz no cenário internacional do judô.
73kg – Daniel Cargnin (Sogipa), bronze individual em Tóquio e bronze por equipes em Paris, ocupa o 24º lugar com 1.810 pontos.
+100kg – Rafael Silva (Esporte Clube Pinheiros), medalhista de bronze em Londres 2012, na Rio 2016 e por equipes em Paris 2024, é o 26º colocado entre os pesos-pesados com 1.780 pontos.
48kg – Natasha Ferreira (Sociedade Morgenau – Curitiba) é a 19ª colocada, com 2.053 pontos.
63kg – Duas brasileiras seguem em busca de evolução na categoria:
Nauana Silva (Esporte Clube Pinheiros) está em 23º lugar, com 2.065 pontos.
Ketleyn Quadros (Sogipa), medalhista de bronze em Pequim 2008 e em Paris 2024 por equipes, aparece em 25º lugar com 1.928 pontos.
70kg – Luana Carvalho (Umbra/Vasco da Gama) ocupa a 32ª posição, com 1.500 pontos.
78kg – Karol Gimenes (Clube de Regatas do Flamengo), meio-pesado em crescimento no cenário internacional, está em 29º lugar, com 1.411 pontos.
O bom momento do judô brasileiro não é fruto do acaso. Ele resulta do esforço coletivo dos atletas e das comissões técnicas dos clubes, que vêm desempenhando um trabalho de excelência na preparação física, técnica e emocional de seus judocas. Manter o foco diante de um calendário exaustivo do World Tour da FIJ exige comprometimento, resiliência e estratégia a longo prazo.
A ascensão de uma nova geração de talentos coincide com uma nova fase administrativa na CBJ. Com base nos resultados recentes e no desempenho expressivo da equipe nos Jogos de Paris 2024, a atual gestão demonstra ter as ferramentas e a visão necessárias para projetar o judô brasileiro a um novo patamar no cenário internacional da modalidade.