Brasil mantém liderança no quarto dia do Mundial e a França assume a vice-liderança e promete dar trabalho no último dia da competição

Emocionados, João Velloza (Judô Yanaguimori) e Silvio Tardelli (ICI) comemoram a conquista do ouro em Paris © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

Com contingente feminino gigantesco, os anfitriões podem virar o jogo na rodada final, encerrando em Paris um evento histórico que celebra a força do judô através das gerações.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 6 de novembro de 2025

O quarto dia do Campeonato Mundial de Judô Veterano foi marcado por energia, experiência e emoção em Paris. Nesta quinta-feira (6), entraram em ação as categorias M7 (60-64 anos), M8 (65-69 anos) e M9 (70+ anos) — faixas etárias que traduzem, no tatami, a essência do judô enquanto prática vitalícia, em que técnica e espírito superam o tempo.

O dia foi reservado aos mais experientes, que lutaram com a mesma garra, orgulho e senso de pertencimento dos mais jovens. Entre projeções precisas e imobilizações firmes, o que mais se destacou não foi apenas o alto nível técnico, mas a atmosfera fraterna que dominou o ginásio.

João Velloza e Mekhtsiyeu Kurban, da Bielorrússia, disputam a final © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

“As competições de veteranos não são apenas eventos esportivos. São encontros multigeracionais — negócios de família, de dojô e de tradição — que unem escolas e países em torno do legado de Jigoro Kano.”

A sexta-feira promete emoções intensas, com os holofotes voltados para o torneio feminino, que encerrará o evento em clima de celebração mundial do judô. E enquanto os tatamis parisienses se preparam para receber o último dia de combates, o Brasil segue inspirando com sua campanha exemplar.

Após o matte da final, Silvio Tardelli ajuda o português Eduardo Garcia a se levantar © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

Brasil no topo, França na cola

As disputas desta quinta-feira projetaram ainda mais o time brasileiro na liderança do quadro geral de medalhas, após a conquista de dois ouros e três bronzes.

Os novos campeões são Silvio Tardelli Uehara (-66kg) e João José da Silva Velloza (-73kg), ambos na categoria M7. Os bronzes vieram com David Almeida (-100kg, M7), José Fujiwara (-66kg, M8) e Bráulio Barboza (-90kg, M9).

Com esses resultados, o Brasil manteve a dianteira, mas vê a França crescer perigosamente na classificação geral.

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Top 5 do Mundial

Após quatro dias de confrontos, o equilíbrio entre tradição e força nacional mudou o panorama do torneio. A França, anfitriã e potência histórica, inscreveu 946 atletas, sendo 170 mulheres, que enfrentarão 230 judocas de todo o planeta — apenas 14 brasileiras entre elas.

Top five após o quarto dia de lutas e o encerramento das disputas masculinas © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

O Brasil soma, até o momento, 12 ouros, 5 pratas e 9 bronzes, enquanto a França ocupa a vice-liderança com 8 ouros, 15 pratas e 35 bronzes. A Geórgia aparece em terceiro lugar, seguida por Alemanha e Bélgica.

Medalhistas do Brasil em Paris

Ouro

  • Lucas Godoy (M1, -73kg)
  • Milton Miranda (M1, -100kg)
  • Cláudio Júnior (M3, -81kg)
  • Cristian Cezário (M4, -60kg)
  • Rogério Oliveira (M4, -66kg)
  • Flávio Pinheiro (M4, -81kg)
  • Marcel de Aragão (M4, -90kg)
  • Gleyson Alves (M5, -60kg),
  • Denison Soldani dos Santos (M5, -90kg)
  • Marcos Daud (M6, -100 kg)
  • Silvio Tardelli Uehara (M7, -66kg)
  • João José da Silva Velloza (M7, -73kg)

Prata

  • Stanley Torres (M1, -81kg)
  • Leonardo Kubo (M2, -90kg)
  • Ricardo Jesus (M3, -100kg)
  • Agnovaldo Reis (M4, -66kg)

Bronze

  • Emanuel dos Santos (M3, -81kg)
  • Rodrigo Santana (M4, -81kg)
  • Humberto Alonso (M4, -100kg)
  • Márcio Barbosa (M5, -66kg),
  • Elton Quadros Fiebig (M5, +100kg)
  • Glauber Diniz Aragão (M5, -100kg
  • David Almeida (M7, -100kg)
  • José Fujiwara (M8, -66kg)
  • Bráulio Barboza (M9, -90kg)

João Velloza (Brasil) no topo do pódio da categoria M7 (-73kg), ao lado de Kurban Mekhtsiyeu (Bielorrússia), Murat Kairolda (Cazaquistão) e Antonio Cantalapiedra Cesteros (Espanha) © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

Desfecho em Paris

As disputas seguem até esta sexta-feira, no Instituto Nacional de Judô, em Paris. Com o peso do contingente francês no naipe feminino, será um enorme desafio manter a liderança. No entanto, a trajetória recente das judocas brasileiras inspira confiança: nas últimas décadas, elas se firmaram como protagonistas do judô mundial, acumulando títulos, revelando talentos e projetando o país entre as maiores potências da modalidade.

Silvio Uehara (Brasil) celebra o ouro no pódio da categoria M7 (-66kg masculino), ao lado de Eduardo Garcia (Portugal), Alfredo Chinchilla (Noruega) e Alain Signoret (França) © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

Independentemente do resultado final, o Brasil já consolidou em Paris uma imagem de excelência, paixão e longevidade esportiva, reafirmando o sentido mais puro do judô: crescer e evoluir — no tatami e na vida — com coragem, respeito e espírito indomável.

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