Brasil reafirma hegemonia nas disputas por equipes mistas com ouro incontestável em Santiago

Seleção brasileira comemora o inédito bronze por equipes mistas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 © COB

Campanha impecável no Chile reforça a solidez técnica e o espírito coletivo que fazem da seleção brasileira uma referência mundial neste formato de competição.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 2 de maio de 2025

Com vitórias consistentes e uma atuação coesa do início ao fim, a seleção brasileira conquistou neste domingo (28) a medalha de ouro por equipes mistas no Campeonato Pan-Americano Sênior de Judô 2025, disputado em Santiago, no Chile. O resultado não apenas ampliou o número de títulos do Brasil nesta modalidade, mas também reafirmou a força histórica e o protagonismo do país nesse formato de competição que valoriza, acima de tudo, a união e a diversidade técnica.

Campanha irretocável em Santiago

O Brasil encerrou sua participação no Campeonato Pan-Americano e Oceania Sênior com uma conquista emblemática. No domingo (27), a equipe nacional venceu Chile e Cuba por 4×0 e garantiu o título por equipes mistas, fechando com chave de ouro a melhor campanha da história brasileira em continentais: dez ouros, três pratas e quatro bronzes.

Equipe brasileira celebra o ouro no Pan-Americano de Santiago 2025 © CBJ

Semifinal — Brasil 4×0 Chile

A estreia brasileira aconteceu já na semifinal contra os anfitriões chilenos. Luana Carvalho (70kg) venceu Marcela Alfaro por yuko, e Rafael Macedo (90kg), campeão no individual, marcou ippon ao imobilizar Franco Arismendi. Na sequência, Beatriz Freitas (70kg) projetou Valentina Jimenez com um ippon impecável, e Leonardo Gonçalves (90kg), também ouro no individual, finalizou Francisco Solis com um juji-gatame. Bianca Reis (57kg) e Daniel Cargnin (73kg) estavam escalados, mas não precisaram lutar.

Final — Brasil 4×0 Cuba

Na decisão, Cuba foi superada com autoridade. Buzacarini (+90kg) abriu a série com um estrangulamento (okuri-eri-jime) sobre Jonathan Loynaz. Shirlen Nascimento (57kg) e Daniel Cargnin (73kg) ampliaram a vantagem com ippon e wazari, respectivamente. Rafaela Silva (70kg) selou o título com dois wazari sobre Yilian Carvajal Ramos. O México ficou com o bronze ao bater o Chile por 4×2.

Brasil e Japão protagonizam a final histórica do primeiro Mundial por Equipes Mistas, em 2017, marcando o início de uma nova era nas competições de judô © Global Sports

O Brasil foi representado por 12 judocas: Bianca Reis (57kg), Shirlen Nascimento (57kg), Rafaela Silva (63kg), Luana Carvalho (70kg), Beatriz Freitas (78kg) e Beatriz Souza (+78kg), no feminino. O time masculino foi formado por Ronald Lima (66kg), Daniel Cargnin (73kg), Giovani Ferreira (90kg), Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e Rafael Buzacarini (+100kg).

Tradição consolidada em nível mundial

O histórico recente reforça o protagonismo brasileiro nesse formato. Em Paris 2024, o Brasil conquistou o bronze olímpico por equipes mistas ao superar a Itália — a primeira medalha brasileira nessa categoria em Jogos Olímpicos.

A equipe contou com nomes como Larissa Pimenta (52kg), Rafaela Silva (57kg), Ketleyn Quadros (70kg), Beatriz Souza (+70kg), Willian Lima (73kg), Daniel Cargnin (73kg), Guilherme Schimidt (90kg), Rafael Macedo (90kg), Léo Gonçalves (+90kg) e Rafael Silva “Baby” (+90kg).

https://www.originaltatamis.com.br/

A modalidade foi introduzida nos Jogos em Tóquio 2020, com vitória da França sobre o Japão. Desde então, o Brasil tem se mantido entre as principais forças.

Vice-campeão mundial em estreia histórica

No Campeonato Mundial de Budapeste 2017, quando a prova mista foi introduzida pela FIJ, o Brasil foi vice-campeão, perdendo para o Japão na final. A equipe formada por Rafaela Silva, Erika Miranda, Eduardo Katsuhiro, Marcelo Contini, Maria Portela, Victor Penalber, Eduardo Bettoni, Maria Suelen Altheman, Beatriz Souza, David Moura e Rafael Silva garantiu um desempenho marcante.

Força máxima da seleção brasileira nos Jogos de Paris 2024 © COB

Em edições seguintes, o país manteve a presença no pódio: bronze em Tóquio 2019 (vitória sobre a Mongólia) e bronze novamente em Budapeste 2021 (superando a Rússia).

Base também brilha

A força do Brasil por equipes mistas também se manifesta nas divisões de base. Em setembro de 2024, a seleção Sub 18 conquistou o bronze no Campeonato Mundial Juvenil ao vencer o Peru por 4×0. Com sete pódios no total, o país registrou sua melhor campanha da história em mundiais da categoria.

Comissão técnica e atletas que conquistaram a prata no Mundial de Budapeste 2017 © Global Sports

Antes das equipes mistas: um legado de conquistas

Antes da adoção do formato misto, o Brasil já acumulava importantes conquistas nas disputas por equipes masculinas e femininas em Campeonatos Mundiais. Ao todo, são oito medalhas: quatro pratas e dois bronzes no masculino, além de uma prata e um bronze no feminino. Com o detalhe importante que as provas por equipes neste formato não integravam o programa olímpico.

Esse legado histórico, agora fortalecido pelas conquistas no novo modelo, ratifica o Brasil como uma das maiores potências do judô mundial também no formato coletivo.

https://www.instagram.com/kimonosakurarp/