11 de novembro de 2024
Brasileiro membro do COI diz que Olimpíadas de Tóquio vão acontecer: “Não se fala em cancelamento”
O medalhista do vôlei Bernard Rajzman, membro do Comitê Olímpico Internacional, participou de reunião com Thomas Bach nesta quinta e afirma que os Jogos de Tóquio “vão acontecer de qualquer forma”
Gestão Esportiva
24 de janeiro de 2021
Por MARCEL MERGUIZO / Globo Esporte
São Paulo (SP)
O Comitê Olímpico Internacional (COI) reuniu seus membros nesta quinta-feira para discutir a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que tem a cerimônia de abertura marcada para 23 de julho de 2021. Mais antigo brasileiro entre os cem membros do COI, o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman esteve na teleconferência e disse ao ge que na pauta não estava o adiamento ou cancelamento das Olimpíadas deste ano, mas a forma como ela vai ser organizada.
“Os Jogos vão acontecer de qualquer forma. A gente não sabe em qual dimensão e quais os problemas. Isso foi discutido. Amanhã será com os comitês olímpicos nacionais do mundo inteiro. Estão buscando ideias para ver de que forma a competição será executada. Não existe a possibilidade, não se fala em cancelamento de Jogos. Pelo contrário. Estimula-se tudo e a todos: os atletas, os stakeholders, todas as pessoas envolvidas em uma Olimpíada, turistas, voluntários, milhares de pessoas que tem que continuar sendo estimuladas para executar os Jogos de alguma forma. A questão é a forma que vai ser executada”, afirmou Bernard Rajzman ao ge na noite desta quinta.
A posição do brasileiro medalhista de prata nos Jogos de Los Angeles 1984 e hoje com 63 anos vai ao encontro do que disse o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, no início deste quinta-feira, ao jornal “Kyodo News”. Rajzman, inclusive, repetiu o que Bach disse: “Não há Plano B”.
“Não temos, neste momento, nenhuma razão para acreditar que os Jogos Olímpicos de Tóquio não começarão no dia 23 de julho no Estádio Olímpico de Tóquio. Isto é porque não há plano B e porque estamos totalmente comprometidos em fazer estes Jogos seguros e bem-sucedidos”, disse Thomas Bach ao jornal japonês.
Na sexta-feira (22) houve outra reunião importante no COI, desta vez do presidente da entidade com os Comitês Olímpicos Nacionais. Segundo Rajzman, membro da entidade desde 2013, uma continuação da discussão de ideias, que serão aprovadas ou não pelo Comitê Executivo do COI, na próxima quarta-feira, dia 27. O outro brasileiro membro do COI, desde 2018, é Andrew Parsons, presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional).
Já o jornal britânico “The Times” afirmou na quinta-feira que o Japão busca uma forma de cancelar as Olimpíadas de Tóquio neste ano. Segundo a publicação, o governo japonês chegou a um consenso de que será “muito difícil” organizar o megaevento em meio à pandemia de coronavírus, ainda longe de ser controlada mesmo com a fabricação de algumas vacinas pelo mundo.
Há a preocupação, no entanto, de evitar que o país se queime com o Comitê Olímpico Internacional. De acordo com a fonte do jornal, a intenção do Japão é sediar a competição em 2032.
“Ninguém quer ser o primeiro a dizer isso, mas o consenso é que é muito difícil. Pessoalmente, não acho que isso vá acontecer”, afirmou a fonte do jornal.
De acordo com a fonte do jornal britânico, a ideia do governo japonês é respeitar as próximas duas edições já programadas das Olimpíadas – Paris 2024 e Los Angeles 2028. Tóquio, então, voltaria a se candidatar em 2025 para receber os Jogos de 2032.
“Suga não está emocionalmente envolvido nos Jogos. Mas eles querem mostrar que estão prontos para ir, para que tenham outra chance em 11 anos. Nessas circunstâncias, ninguém poderia realmente se opor a isso”, afirma a fonte do jornal.
No dia 7 de janeiro, o Japão declarou estado de emergência em Tóquio, com duração prevista de um mês. A entrada de cidadãos estrangeiros foi proibida no país – antes da virada do ano os privilégios concedidos a atletas já haviam sido retirados.