CBJ lança Programa de Desenvolvimento das Equipes de Transição do judô brasileiro

O “Programa de Desenvolvimento das Equipes de Transição: Uma proposta Metodológica”, foi apresentado a treinadores e atletas na abertura da Seletiva Nacional realizada em dezembro © CBJ

Modelo de formação de atletas aplicado em jovens judocas como o medalhista olímpico Daniel Cargnin foi transformado em proposta metodológica e está disponível em formato digital para treinadores de todo o Brasil

Fonte Lara Monsores / CBJ
14 de janeiro de 2022 / Curitiba (PR)

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) lançou no final de 2021 um manual de formação de atletas com foco no desenvolvimento competitivo internacional, documentando todos os processos aplicados pela instituição na gestão das equipes de transição. Nomeado como “Programa de Desenvolvimento das Equipes de Transição: Uma proposta Metodológica”, o documento foi apresentado a treinadores e atletas na abertura da Seletiva Nacional – Projeto Paris 2024, em dezembro, e agora está disponível em formato digital para download na Biblioteca online da CBJ.

“O sucesso do judô brasileiro na história dos Jogos Olímpicos, sendo a modalidade que mais deu medalhas ao Brasil (24 ao todo), passa pelo investimento contínuo da CBJ nas categorias de transição, seja com a realização de eventos nacionais para as classes sub 13, sub 15, sub 18 e sub 21, seja na participação em eventos internacionais com os jovens judocas integrantes das seleções Juvenis, Juniores e de Transição para o Sênior”, destaca o presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, na apresentação do manual. “Esperamos que o Programa de Desenvolvimento Esportivo das Equipes de Transição da CBJ seja mais uma ferramenta para contribuir com um trabalho de qualidade realizado por treinadoras e treinadores de judô no Brasil na formação dos nossos futuros campeões.”

Para Marcelo Theotônio, gerente das Equipes de Transição da CBJ e responsável pela coordenação do projeto, o método CBJ, que vem sendo aplicado em jovens judocas como o medalhista olímpico Daniel Cargnin e a medalhista mundial Beatriz Souza (+78kg) que, como tantos outros talentos recentes, passaram pelas seleções Juvenil e Júnior nos últimos anos e já se estabeleceram na equipe principal, pode servir de norteador para o trabalho de professores na base do judô brasileiro, em clubes e associações.

“Entendemos que o Judô nacional alcançou o atual patamar de crescimento em face da autonomia que clubes e academias promovem seus trabalhos. Contudo, também existem muitas dificuldades específicas para cada instituição e suas respectivas federações estaduais. Neste sentido, buscamos, nesse documento, apresentar alguns indicativos de modo a auxiliar a organização de programas de treinamento e a realização de controles de forma alinhada às ações desenvolvidas na Seleção Brasileira de Transição”, explica Theotônio.

Pesquisadores de renome como os professores Emerson Franchini (USP) e Leandro Mazzei (UNICAMP) participaram do projeto © CBJ

A metodologia foi construída a muitas mãos por uma equipe formada pelos técnicos das equipes de transição da CBJ ao lado de especialistas nas áreas de saúde, nutrição, preparação física e com consultoria acadêmica dos professores Emerson Franchini (USP) e Leandro Mazzei (UNICAMP).

Outra contribuição significativa veio de atletas medalhistas olímpicos e mundiais que compartilharam um pouco de sua experiência em depoimentos sobre cada fase de suas carreiras no tatame. Luciano Corrêa, Sarah Menezes, João Derly, Mayra Aguiar, Tiago Camilo, Leandro Guilheiro, Ketleyn Quadros, Rafael Silva e Érika Miranda deixaram conselhos aos treinadores e atletas em formação para seguirem um caminho de sucesso no judô.

“Eu fui uma atleta que não tive grandes resultados no Júnior, mas me preocupava em construir minha carreira e em desenvolver meu judô. Hoje alguns atletas se pressionam muito para conseguir resultado na base, o que é importante, mas não é determinante. No Sub-21, o atleta precisa focar em desenvolver sua carreira e em treinar forte para ter o resultado quando a hora chegar”, é o que diz a multimedalhista mundial, Érika Miranda, em seu depoimento.

“É essencial aprender com o treino, com os colegas, com os adversários e principalmente com cada derrota; nada ensina mais do que uma derrota. Eu odeio perder e sou muito competitiva. Então, quando eu perco, eu busco avaliar tudo o que deu errado para tentar corrigir e na próxima poder acertar. Por isso, nesta fase que tem a escolha de ser atleta, precisa entender que sua carreira é curta e ela deve estar em primeiro lugar, com foco e trabalho duro! Por isso quando tu entrares no tatame para fazer judô, não há nada mais importante que fazer judô”, ensina a bicampeã mundial e três vezes medalhista olímpica, Mayra Aguiar.

Para acessar a metodologia completa clique AQUI.