Chapa Renova Judô não cumpre prazos, não entrega certidões e sofre pedido de impugnação

Vinícius Rodrigues Jerchow, Sumio Tsujimoto, Bahjet Rached El Hayek e Caio Kanayama, os membros da chapa Renova Judô © Divulgação

Cientes há quase um ano da iminência de uma intervenção e de um processo eleitoral, os membros da Chapa Renova Judô não cumpriram os prazos estabelecidos pela Comissão Eleitoral, o que pode resultar na eleição por aclamação.

Por Paulo Pinto / Global Sports
20 de setembro de 2024 / Curitiba, PR

Autointitulados como gestores esportivos experientes, os membros da Chapa Renova Judô não cumpriram os prazos para a apresentação das certidões exigidas pela Comissão Eleitoral, responsável por monitorar o processo que encerrará a intervenção judicial na Federação Paulista de Judô (FPJudô), instaurada desde março deste ano.

Durante anos, os líderes da Renova Judô criticaram e denegriram abertamente as gestões da FPJudô. O primeiro alvo foi Francisco de Carvalho Filho. Há quase quatro anos, as críticas passaram a ser direcionadas à gestão de Alessandro Puglia, e, recentemente, se voltaram contra os advogados que conduzem a intervenção, imposta pelo próprio grupo ao judô paulista. Ou seja, segundo a Renova Judô, ninguém está à altura deles.

Incongruência

No entanto, quando chegou o momento de ambas as chapas apresentarem os documentos e certidões exigidos, os autoproclamados experts em administração esportiva perderam o prazo, omitiram mais de 30% das informações solicitadas e, para agravar a situação, metade dos candidatos do Renova Judô, tanto para o Conselho Administrativo quanto para o Conselho Fiscal, apresentaram algum tipo de impedimento, sem contar que todos os 10 candidatos da chapa deixaram de entregar algum documento requerido pela Comissão Eleitoral.

Pendências na Justiça

As causas que impedem os membros da chapa de assumirem a gestão de uma entidade como a FPJudô incluem: protestos financeiros, ausência de certidões cíveis da Justiça Comum e Federal de 1ª instância, e, um dos candidatos à diretoria possui processos de execução fiscal e sete protestos. O que empresarialmente e judicialmente, é gravíssimo.

Esses mesmos judocas, que se apresentam como figuras de conduta exemplar, ignoraram o fato de que, atualmente, ninguém pode assumir um cargo em instituições públicas ou privadas com o nome sujo ou com processos judiciais pendentes. Estes são critérios básicos, há muito tempo exigidos, para se ocupar cargos de gestão, e ainda assim os membros da Chapa Renova Judô se lançaram na disputa sem atender a esses requisitos mínimos.

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Parece que os integrantes do Renova Judô desconheciam que o mercado, seja público ou privado, é regido por princípios como idoneidade, reputação e conduta ilibada. Possuir o nome e o CPF negativados é um impeditivo para cargos de gestão em qualquer setor.

Atualmente, nem mesmo a abertura de uma conta bancária é permitida para quem possui o nome e o CPF negativados. A grande questão é: como esses senhores pretendiam assinar pela FPJudô estando inadimplentes junto ao sistema bancário?

Impugnação da chapa

Fomos informados de que cabe agora à Comissão Eleitoral decidir se acatará o pedido de impugnação da Chapa Renova Judô. A chapa poderá ser mantida no pleito, em contrariedade às exigências da própria comissão e em claro confronto com a legislação vigente.

Nossa previsão é que os juristas que compõem a Comissão Eleitoral não permitirão que os candidatos à diretoria e ao Conselho Fiscal da Chapa Renova Judô sigam no processo, que, diante dos fatos expostos, beira o absurdo.

O mais provável é que a candidatura da Chapa Renova Judô seja impugnada, e a eleição seja definida por aclamação, o que certamente pouparia o judô de São Paulo e do Brasil de sofrer um retrocesso sem precedentes, dada a inexperiência e a falta de atitude demonstrada pelo grupo que compõe o Renova Judô.

Desastre

O processo acima descrito evidencia que uma eventual eleição da Chapa Renova Judô representaria um verdadeiro desastre para o judô paulista. A falta de preparo e de transparência evidenciada pelos membros desse grupo não só colocaria em risco o futuro da Federação Paulista de Judô, como também comprometeria o desenvolvimento da modalidade em todo o país.

Permitir que um grupo tão desarticulado e sem condições mínimas de gestão assuma a liderança da FPJudô seria uma retrocessão que a comunidade judoca não pode se permitir. A integridade e a continuidade do trabalho sério no judô paulista dependem de uma administração competente, idônea e comprometida com o futuro da modalidade, algo que o Renova Judô claramente não está preparado para oferecer.

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