Com a prata de Eleudis Valentim e os bronzes de Samanta Soares e Leonardo Gonçalves, Brasil fecha o GP de Haia na 15ª colocação

Eleudis Valentim e Charline Van Snick disputam a final do peso meio-leve

Ucrânia ficou no primeiro lugar e a Rússia em segundo, enquanto a China terminou em terceiro e o Japão em quarto

Grand Prix de Haia 2018
19 de novembro de 2018
Por PAULO PINTO I Fonte LARA MONSORES I Fotos MAYOROVA MARINA/IJF
Curitiba – PR

O Grand Prix de Haia de 2018 reuniu 410 judocas de 61 países e quatro continentes, entre eles grandes nomes do judô mundial. Mais uma vez os atletas do Esporte Clube Pinheiros e da Sogipa projetaram o judô brasileiro, garantindo três pódios para o Brasil e a 15ª colocação na competição.

O pódio do peso-leve feminino

Na sexta-feira (16), a judoca Eleudis Valentim (ECP) garantiu o primeiro pódio do Brasil ao conquistar uma medalha de prata na categoria meio-leve feminina (52kg). Neste domingo (18), mais dois judocas brasileiros subiram ao pódio: a meio-pesado (78kg) Samanta Soares (ECP) e o também meio-pesado (100kg) Leonardo Gonçalves (Sogipa), ambos medalha de bronze.

Eleudis apresentou-se em grande forma nas lutas preliminares, vencendo os quatro combates por ippon. Derrotou Amber Ryheul, da Bélgica, na primeira luta; Chelsie Giles, da Grã-Bretanha, nas oitavas; Reka Pupp, da Hungria, nas quartas; e passou por Astride Gneto, da França, na semifinal.

Samanta Soares e a chinesa Zhenzhao Ma, fazem a disputa do bronze do peso meio-pesado

A única derrota veio justamente, na final, quando Eleudis acabou sofrendo um estrangulamento da belga Charline Van Snick, que ficou com o ouro. Essa foi a primeira medalha internacional da brasileira nesta temporada. Seu último pódio havia sido o ouro no Grand Prix de Zagreb, em 2017.

“Queria o ouro, mas não veio. Estou feliz com a prata. É muito importante estar entre as melhores. E, como eu sonho alto para ir a Tóquio em 2020, acho que esse resultado é um passo muito importante”, comemorou Eleudis, que somou 490 pontos e deve subir vários degraus no ranking internacional da FIJ.

Na fase classificatória a judoca do Esporte Clube Pinheiros soube impor seu estilo sobre a espanhola Laila Talarn

Brasil garante mais dois bronzes e fecha Grand Prix de Haia com três medalhas

Única representante do judô feminino no último dia de disputas na Holanda, Samanta venceu sua chave nas preliminares ao derrotar a israelense Omri Kenyon e a holandesa Karen Stevenson. Na semifinal, porém, a brasileira foi superada pela francesa Sama Hawa Camara e foi, então, para a disputa de bronze.

Em sua última luta na competição, Samanta encarou a chinesa Zhenzhao Ma, em duelo equilibrado definido nas punições do golden score. Cada atleta foi punida duas vezes, mas a brasileira conseguiu ser mais agressiva para forçar a terceira punição a Ma e conquistar seu lugar no pódio.

O pódio do meio-pesado feminino

“A competição foi boa. Foi minha última competição no ano e acho que eu tive um desempenho legal. Mesmo perdendo na semifinal demonstrei uma resiliência muito rápida para buscar esse terceiro lugar, lutando bem, na raça, no coração. Foi duro, foi longo, mas graças a Deus deu tudo certo”, avaliou Samanta, que há uma semana foi campeã mundial militar no Rio e está na 14ª colocação no ranking FIJ.

A outra medalha brasileira veio também do meio-pesado, mas na disputa masculina em decisão 100% brasileira. Rafael Buzacarini e Leonardo Gonçalves se enfrentaram pelo bronze e Gonçalves foi quem levou a melhor, projetando o judoca do Clube Paineiras por wazari para conquistar o bronze.

Usando um golpe carregado e jogado para trás (sukui-nage), Iguape venceu o russo Niilaz Bilalov

Para chegar à luta pela medalha, Leo venceu o russo Niiaz Bilalov, na estreia, e passou pelo americano L.A. Smith III. Nas quartas, o brasileiro enfrentaria o atual vice-campeão olímpico e mundial, Varlam Liparteliani, mas o adversário não se apresentou para o combate. Com isso, Leo foi diretamente à semifinal, em que caiu para o bielo-russo Mikita Sviryd, por um wazari.

“Lutar contra um companheiro de equipe foi um pouco difícil, porque ele me conhece. Mas, o lado bom é que eu também o conhecia. Nós já competimos muito no Brasil e já treinamos juntos. E os pontos que consegui neste Grand Prix, com certeza, vão contar muito para a vaga olímpica. Cada ponto, nem que seja um pouquinho a mais, como foi hoje, está valendo muito”, explicou Leonardo.

Rafael Buzacarini e Leonardo Gonçalves na disputa do bronze do peso meio-pesado

Buzacarini, por outro lado, teve caminho mais longo rumo à disputa pelo bronze. Ele venceu Jakub Wojcik, da Polônia, na primeira luta, e passou pelo francês Cirylle Maret, nas oitavas. Mas caiu nas quartas de final diante do holandês Michael Korrel, atual número 2 do mundo. Recuperou-se na repescagem, vencendo o russo Kazbek Zankishiev por ippon, e foi para a disputa do bronze, parando em seu companheiro de equipe e terminando a competição em quinto lugar.

A seleção retornará aos tatamis do circuito mundial no Grand Slam de Osaka, no Japão, uma das etapas mais duras e tradicionais do Tour Judo. As disputas se realizarão já no próximo fim de semana, de 23 a 25 de novembro.

Buzaca tentou impor seu judô que é fundamentado na força e explosão, mas Iguape soube frear o ímpeto do conterrâneo paulista

Leandro Gonçalves comemora mais uma medalha na temporada

O pódio do peso meio-pesado masculino