01 de fevereiro de 2025
Com a prata de Leonardo Gonçalves, Brasil garante único pódio no Grand Slam de Paris
Brasil leva apenas sete judocas à França e retorna com a prata de Iguape, sem quintos ou sétimos lugares e termina na 13ª colocação.
Por Paulo Pinto / Global Sports
2 de fevereiro de 2025 / Curitiba, PR
O Grand Slam de Paris encerrou-se neste domingo (2) e, após passar em branco no primeiro dia da segunda competição mais tradicional do World Tour da Federação Internacional de Judô, o Brasil subiu ao pódio com um excelente desempenho de Leonardo Gonçalves, o meio-pesado paulista que representa a Sogipa de Porto Alegre.
A edição de 2025 do Grand Slam de Paris reuniu 298 judocas de 50 países, representando quatro continentes. Os anfitriões dominaram a competição e ficaram com o título geral, conquistando 15 medalhas — três ouros, três pratas e nove bronzes — além de cinco quintos lugares e seis sétimos lugares. O Japão terminou como vice-campeão, somando 11 medalhas, sendo três de ouro, três de prata e cinco de bronze, além de dois quintos e dois sétimos lugares. Já a República da Coreia fechou o pódio geral dos três primeiros colocados, com três medalhas — um ouro e duas pratas —, além de um quinto lugar e quatro sétimos lugares.
O judô brasileiro conquistou sua primeira medalha da temporada, com Leonardo Gonçalves (100kg) alcançando a final da categoria meio-pesado masculino. O medalhista olímpico por equipes, que há seis meses esteve no mesmo tatami durante os Jogos de Paris 2024, fez uma campanha impecável nas preliminares e garantiu a prata, sendo superado na decisão pelo ippon de Dzhafar Kostoev, atleta que representa os Emirados Árabes Unidos.
“Este é um Grand Slam fortíssimo, muito tradicional no circuito. Foi minha primeira final em Grand Slam, e já sendo aqui em Paris. Para mim, é muito gratificante iniciar o ciclo olímpico dessa forma. Sei que o caminho é longo, mas começar com o pé direito é fundamental. Muito obrigado pela torcida de todos. Vamos em busca de mais!”, celebrou Léo.
Caminho até a final com juji-gatame em japonês
O dia de Iguape começou com uma luta dura e estratégica contra o japonês Koki Kumasaka. Ambos acumularam shidos ao longo do combate, e a disputa foi para o golden score. Depois de dois minutos e meio de prorrogação, Leonardo encontrou a oportunidade perfeita para encaixar um juji-gatame e garantir sua vaga nas quartas de final.
Na luta seguinte, enfrentou o ucraniano Anton Savytskiy. Mesmo após receber dois shidos, manteve-se agressivo e, aos três minutos de golden score, conseguiu um wazari em contra-ataque, avançando pela primeira vez a uma semifinal no Grand Slam de Paris.
A semifinal colocou no caminho do brasileiro um adversário de peso: o português Jorge Fonseca, bicampeão mundial e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. No último encontro entre os dois, na final do Grand Prix da Áustria de 2024, Leonardo saiu vitorioso. E agora, em Paris, a história se repetiu: com mais um juji-gatame muito bem aplicado, Léo fez Fonseca bater e garantiu sua vaga na final.
Prata e conquista a ser celebrada
Na grande final, Leonardo reencontrou Dzhafar Kostoev, dos Emirados Árabes Unidos, judoca que o eliminou na competição individual dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O brasileiro iniciou o combate com uma estratégia ofensiva, apostando em técnicas de kansetsu-waza para tentar surpreender seu adversário.
Entretanto, em um momento decisivo, Kostoev conseguiu firmar uma pegada nas costas e aplicou um ippon fulminante, encerrando a luta e ficando com o ouro.
Mesmo com a derrota na final, Leonardo Gonçalves celebrou sua primeira medalha de prata em Grand Slams, um resultado que marca um grande começo de temporada e reforça sua posição entre os melhores do mundo na categoria.
A equipe brasileira foi a Paris com os judocas Rafaela Silva (63kg), Nauana Silva (63kg), Vinicius Ardina (73kg), Gabriel Falcão (81kg), Luan Almeida (81kg), Rafael Macedo (90kg) e Leonardo Gonçalves (100kg).
Brasileiros campeões do Grand Slam de Paris
2000 – Edinanci Silva
2006 – João Derly
2010 – Leandro Guilheiro
2012 e 2016 – Mayra Aguiar