02 de dezembro de 2024
Com dez medalhas, seleção brasileira de judô paralímpico faz história em Baku
Brasil conquista a quarta posição geral com os ouros de Alana Maldonado e Wilians Araújo, as pratas de Érika Zoaga e Thiego Marques e seis medalhas de bronze
Por Paulo Pinto / Global Sports
10 de novembro de 2022 / Curitiba (PR)
Pouco mais de 250 atletas de 41 países disputaram medalhas em oito categorias das classes J1 e J2, masculino e feminino, no campeonato mundial individual de Baku, encerrado nesta quarta-feira (9).
Participaram da competição Argélia, Argentina, Azerbaijão, Brasil, Canadá, Croácia, Cuba, Egito, França, Grã-Bretanha, Geórgia, Alemanha, Grécia, Hungria, Índia, Irã, Iraque, Itália, Japão, Cazaquistão, Quirguistão, Coreia do Sul, Líbia, Lituânia, Moldávia, Mongólia, Holanda, Portugal, Porto Rico, Romênia, África do Sul, Espanha, Suíça, Suécia, Taipé Chinês (Taiwan), Turquia, Ucrânia, Uruguai, Estados Unidos, Uzbequistão e Venezuela.
O Brasil chegou a Baku com a expectativa de realizar uma grande campanha, mas ninguém poderia prever que iria tão longe. Com dez medalhas – duas de ouro, duas de prata e seis de bronze –, a equipe brasileira realizou campanha histórica, colocando-se entre as cinco maiores potências mundiais da modalidade.
Alana Maldonado e Wilians Araújo conquistaram medalhas de ouro, enquanto Érika Zoaga e Thiego Marques obtiveram medalhas de prata, além dos seis bronzes alcançados por Arthur Silva, Antônio Tenório, Brenda Freitas, Meg Emmerich, Rebeca Silva e Rosi Andrade.
“O bicampeonato é nosso! Só tenho a agradecer a todos que estão envolvidos comigo no dia a dia, ao meu clube Palmeiras, a todos da seleção. A gente sobe sozinha no pódio, mas por trás há uma grande equipe”, vibrou a paulista Alana, de 27 anos, que já havia levado o ouro na edição de 2018, disputada em Odivelas, Portugal.
O bicampeonato na categoria 70kg para atletas J2 (baixa visão) veio com uma vitória dura na final. A adversária foi a turca Raziye Ulucam, derrotada três vezes pela brasileira anteriormente, mas que levou o combate até os três minutos do golden score. Alana encaixou o golpe perfeito e comemorou ajoelhada nos tatamis.
Com a conquista, Alana se torna a única atleta do Brasil a ter dois ouros em mundiais no currículo. Líder do ranking, a judoca tentará agora o segundo ouro em Jogos Paralímpicos. Depois do título em Tóquio, a meta é repetir a dose em Paris 2024.
Quem também subiu ao lugar mais alto do pódio do mundial, mas pela primeira vez, foi o paraibano Wilians Araújo, de 31 anos, que levou a melhor entre os pesados (+90kg) da classe J1 (cegos totais). O desafio do atleta foi proporcional ao seu tamanho: vencer na decisão o judoca da casa Ilham Zakiyev, de 42 anos, dono de quatro medalhas paralímpicas (dois ouros e dois bronzes) e atual campeão europeu. Com um ippon inapelável, Wilians jogou o gigante adversário e ainda teve forças para erguê-lo nos braços na comemoração, como gesto de respeito ao oponente.
“Que sonho realizado! Depois de tudo que passei, isto é a coroação do trabalho da minha equipe, do Instituto Benjamin Constant, do meu sensei Antônio e de toda a comissão técnica da CBDV, que me fez sonhar com esse título mundial. Esse título faltava lá em casa, é inédito para mim, para minha família e para a minha filha, Carolina, que vai nascer em fevereiro campeã mundial. Isso é demais!”, comemorou o peso-pesado brasileiro, bastante emocionado.
A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do judô paralímpico brasileiro.
Classificação Final
País Ouro Prata Bronze
Turquia 3 3 3
Ucrânia 3 2 3
Irã 3 1 0
Brasil 2 2 6
França 2 1 1