10 de dezembro de 2024
Com programação extensa 21º mundial de Karatê Tradicional da Eslovênia consolida inovações da ITKF
Nos tatamis, além das novidades tecnológicas, os destaques foram as equipes do Brasil, Egito, Romênia, Itália e Polônia
Por Paulo Pinto / Global Sports
28 de novembro de 2022 / Curitiba (PR)
Mais de 700 katarecas de 30 países da África, Ásia, Oceania, Europa e Américas disputaram de 15 a 21 de novembro, na arena Vitranc Sport Hall a 21ª edição do Campeonato Mundial de Karatê Tradicional de Kranjska Gora, Eslovênia, promovido pela International Traditional Karate Federation (ITKF).
Como sempre ocorre nos eventos da ITKF, os dias que antecederam a competição foram preenchidos com trabalhos técnicos e administrativos. Contudo, em nível de gestão, a inovação e a utilização da tecnologia foram o ponto alto do encontro. No dia 15 houve a reunião do Comitê Técnico da ITKF; nos dias 15 e 16, o Master Course; e ainda na quarta-feira (16), as assembleias regionais da África, Ásia/Oceania, Europa e Pan-americana e a reunião da diretoria, além da assembleia geral ordinária que elegeu os dirigentes para o quadriênio 2023/2026.
Foram eleitos Ramy El Mekawi (Egito), chairman da Federação da África; Ibrahim Albakr (Uzbequistão), chairman da Federação Ásia/Oceania; Romulo Machado (Portugal), presidente de honra da ITKF; Sandrine El Marhoumy (França), vice-presidente da ITKF; e Gilberto Gaertner (Brasil), chairman da ITKF.
Na quinta-feira (17) começaram os eventos esportivos com a realização da II Copa Europeia de Karatê Tradicional. À noite, foi oferecido o jantar para a diretoria da ITKF e presidentes dos países membros. É importante frisar que o primeiro dia da disputa foi marcado por grande movimentação de atletas, técnicos e árbitros, que comemoraram a retomada das competições mundiais após três anos. Já a partir do segundo dia a ansiedade foi diminuindo e tudo fluiu com excelência até as finais.
Nos dias 18 e 19 realizaram-se as eliminatórias do 21º Campeonato Mundial de Karatê Tradicional da Eslovênia e no dia 20, as disputas que definiram os finalistas da competição. A noite terminou com o Sayonara Party, evento festivo e de descontração no qual todas as delegações reúnem-se para estreitar laços e confraternizar.
No fechamento da programação, dia 21, houve mais uma reunião administrativa para e avaliação geral dos eventos do programa oficial do 21º Campeonato Mundial de Karatê Tradicional da ITKF.
21º Campeonato Mundial da ITKF
Importantes autoridades políticas e esportivas participaram da mesa de abertura e estiveram presentes ao campeonato mundial: Gilberto Gaertner (Brasil), chairman da ITKF; Romulo Machado (Portugal), presidente de honra; Sandrine El Marhoumy (França); vice-presidente da ITKF; Roman Pavlovic (Eslovênia), chairman da Federação Europeia e do comitê organizador local: shihans Takashi Tokuhisa (Eslovênia) e Dino Contarelli (Itália); Hiromichi Matsushima, embaixador do Japão na Eslovênia; Mahmoud Yahia, embaixador do Egito na Eslovênia; Mohamed Yahia, cônsul do Egito na Eslovênia; Tolibjon Toyirov, vice-primeiro-ministro da República do Uzbequistão; Saidov Bakhtiyor Odilovich, ministro da Educação da República do Uzbequistão; Roman Lisac, cônsul honorário de Israel; mestres Eligio Contarelli (Itália) e Justo Gómez (Argentina), integrantes do comitê técnico da ITKF.
Campeões mundiais são homenageados
Na cerimônia que antecedeu as finais foram homenageados todos os campeões mundiais da ITKF que foram à Eslovênia e que na atualidade atuam como professores, técnicos e árbitros ou em funções de gestão dentro da estrutura administrativa da ITKF e países filiados. São eles: Emilio Contarelli (Itália, 1990), Justo Gómez (Argentina,1992/1994/2000/2006), Giordana de Souza (Brasil, 1994), Cornell Mussat (Romênia, 1998/2000/2006/2012), Ricardo Buzzi (Brasil, 2002/2004/2006/2010), Vinícius Pinto (Brasil, 2004/2006/2010), Luca Wojcik (Polônia, 2010/2014), Pawel Januzs (Polônia, 2012), Mahmoud Mohamed Elkasrawy (Egito, 2014) e Manca Urh (Eslovênia, 2016).
Brasil é campeão geral
Das 30 seleções nacionais que disputaram medalhas, o Brasil foi campeão geral conquistando 29, sendo 13 de ouro, oito de prata e oito de bronze. O Egito ficou em segundo lugar com 28 medalhas (nove de ouro, 13 de prata e seis de bronze), seguido pela Romênia na terceira colocação com 26 medalhas (seis de ouro, dez de prata e dez de bronze).
A seleção italiana, quarta colocada, obteve 16 medalhas, das quais cinco de ouro, cinco de prata e seis de bronze. A Polônia assegurou a quinta colocação totalizando 11 medalhas, sendo duas de ouro, quatro de prata e cinco de bronze. Portugal chegou ao sexto lugar com cinco medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e uma de bronze.
A Armênia terminou na sétima colocação com oito medalhas, sendo uma de ouro, duas de prata e cinco de bronze, enquanto a anfitriã Eslovênia ficou no oitavo lugar com oito medalhas: uma de ouro, outra de prata e seis de bronze. A Argentina, em nono lugar, conquistou duas medalhas, sendo uma de ouro e outra de prata. A seleção da Alemanha fechou o grupo das dez primeiras também com duas medalhas: uma de ouro e outra de bronze.
Avaliações positivas
Fazendo uma avaliação da ITKF desde a última edição do mundial, Gilberto Gaertner destacou que o certame realizado no Brasil em 2019 marcou o início da reconstrução da entidade, após um período de fragilidade institucional.
“Naquele evento marcante, realizamos o planejamento estratégico (2019/2022) e realinhamos os objetivos centrais da ITKF. Mas inesperadamente tivemos a pandemia da covid 19 em 2020 e 2021. Houve ainda algumas dissidências e a mudança da sede da instituição dos Estados Unidos para o Brasil. Apesar das intempéries, nesse período atribulado a ITKF cresceu e se fortaleceu significativamente”, relatou o chairman da ITKF.
O mundial de 2022 na Eslovênia foi outro marco histórico, segundo o dirigente. “A realização do mundial em Kranjska Gora, na Eslovênia, foi muito importante para o karatê tradicional. Foi o símbolo da consolidação institucional da ITKF. O comitê organizador, capitaneado por Roman Pavlovic, fez um excelente trabalho. A agenda e os trabalhos foram muito bem planejados e executados. A inovação e a tecnologia utilizada constituíram sem dúvida alguma o ponto alto. Utilizou-se um novo sistema de inscrições, geração de chaves e gestão do evento, que funcionou muito bem com todas as modalidades iniciando e terminando as disputas exatamente nos horários previstos. Também foi inaugurado um sistema de arbitragem de kata e enbu com a utilização de tablets e ainda utilizamos experimentalmente o VAR para dirimir dúvidas nas disputas de kumitê.”
O comitê técnico da ITKF, destacou a grande quantidade de atletas novos. “Houve grande renovação na maioria das delegações, com novos talentos revelados. Outro importante marco desse evento foi a grande participação feminina, com o maior número de mulheres competindo num certame da ITKF”, afirmaram Contarelli e Gómez. “Tivemos mais de 50 árbitros trabalhando e o nível técnico do evento foi surpreendente, muito acima do que se esperava para um período pós-pandemia.”
Gilberto Gaertner enalteceu o trabalho do comitê organizador. “O 21º Campeonato Mundial da ITKF foi um evento de muita qualidade técnica, de inovação tecnológica e ótimo gerenciamento. O comitê organizador e todos os voluntários se superaram com certeza e fizeram história. Podemos afirmar que esta foi uma das melhores edições de mundiais da nossa organização. Os congressos e seminários realizados em torno do evento foram espaço de muito estudo teórico e técnico por parte dos árbitros, técnicos e instrutores, um momento ímpar de intercâmbio entre os atletas. Neste encontro ainda finalizamos o planejamento estratégico para o período 2023/2026 integrando todos os nossos diretores, presidentes das organizações membros e das organizações regionais. Enfim, a grade família ITKF mostrou seu comprometimento com o karatê tradicional, trabalhou unida e está pronta para enfrentar os novos desafios que já surgem no horizonte. Aproveito para agradecer imensamente a todos que participaram e estiveram conosco”, concluiu o chairman da ITKF.