20 de fevereiro de 2025

Seleção brasileira de judô fatura um ouro, três pratas e dois bronzes, assegurando a quinta colocação geral na competição individual e o vice-campeonato na inédita disputa por equipe mista.
Neste domingo (13 de agosto), o Brasil conquistou a sexta medalha no campeonato mundial juvenil realizado em Santiago, no Chile, e alcançou seu melhor resultado em mundiais sub 18. Após as cinco medalhas obtidas na disputa individual, a seleção brasileira conquistou a prata no inédito Mundial por Equipes Mistas em final equilibrada contra a Rússia e volta do Chile com um ouro, três pratas e dois bronzes.
Ao analisar o desempenho do Brasil, Marcelo Theotônio, gestor das categorias de base da CBJ, destacou as medidas inovadoras que, acima de tudo, aproximaram ainda mais a gestão da base àqueles que direta ou indiretamente participam do processo de desenvolvimento técnico dos talentos que surgem em todo o País.
“Precisamos destacar algumas ações no processo de aperfeiçoamento das categorias de base que foram fundamentais para alcançarmos esse resultado expressivo e histórico no campeonato mundial sub 18. Entre os principais pontos estão a integração e alinhamento das áreas dentro da CBJ, o trabalho em conjunto com a equipe do alto rendimento e a criação de novos eventos nacionais, aumentando a competição interna nas categorias, além de maior aproximação da CBJ com as federações e clubes, trazendo técnicos formadores de atletas para treinamentos de campo da seleção. Tudo isso, unido ao comprometimento da nossa comissão técnica, fez com que chegássemos a esse resultado”, ressaltou Theotônio.
Seleção brasileira é vice-campeã do inédito Campeonato Mundial por Equipes Mistas
O caminho da equipe brasileira no domingo começou com vitória por 6 a 2 sobre a França na primeira rodada. Nos combates seguintes, a seleção nacional venceu todas as lutas, passando por Austrália, Canadá e Uzbequistão pelo placar de 8 a 0 em cada confronto.
A Rússia, por outro lado, venceu a Argentina por 8 a 0 na estreia, passou pelo Cazaquistão por 7 a 1 e pela Mongólia por 6 a 2, e por fim superou a Geórgia, também por 6 a 2.
Na final, Laura Ferreira (44kg) marcou o primeiro ponto do Brasil com vitória sobre Liliia Nugaeva nas punições (2-0). Em seguida, a Rússia conseguiu empatar com Arman Gambarian vencendo Aristides Júnior (55kg), por ippon.
A virada veio com Natalia Elkina, que finalizou Nicole Franzoi com uma chave de braço. Os russos ainda ampliaram a vantagem com o ippon de Karen Galstian sobre Pedro Medeiros (73kg).
O Brasil reagiu com vitórias de Gabriella Moraes (63kg) sobre Daria Gasileva e de Marcelo Gomes sobre Mansur Lorsanov, empatando o confronto em 3 a 3.
Na penúltima luta, porém, Luíza Cruz (+70kg) vencia Daria Vladimirova por um wazari, mas foi imobilizada até o ippon, o que já garantia o ouro para a Rússia por ter conseguido mais vitórias por ippon.
No último combate, o pesado David Babayan venceu Leonardo Sant’Ana e deu números finais ao duelo: Rússia 5, Brasil 3.
No juvenil, cada equipe é formada por oito atletas, sendo quatro homens e quatro mulheres. No mundial sênior e nos Jogos Olímpicos as equipes serão formadas por apenas seis judocas nos pesos 57kg, 70kg, +70kg, 73kg, 90kg e +90kg.
Aldi Oliveira é campeão mundial e Amanda Arraes fatura o bronze
A disputa da prova individual começou no dia 9 de agosto, e a seleção brasileira iniciou sua caminhada com dois grandes resultados. O peso-superligeiro Aldi Oliveira, do Rio Grande do Norte, conquistou o título mundial derrotando o uzbeque Maksud Ochilov por ippon. Já a judoca peso-ligeiro Amanda Arraes, de Rondônia, conquistou a medalha de bronze superando a francesa Liza Gateau nas punições.
“Essa conquista foi para o Brasil e para o meu Estado, o Rio Grande do Norte. Agradeço ao meu sensei e à CBJ pela oportunidade de participar do mundial e conquistar este importante título”, disse o campeão mundial potiguar.
Para chegar à final, Aldi venceu o turco Ejder Toktay por um wazari na semifinal. Antes disso, ele bateu Joziah Fry, dos Estados Unidos, por ippon, e o russo, campeão juvenil europeu, Georgii Tretiakov, nas punições no golden score. Na disputa pelo ouro, o brasileiro foi mais agressivo e encaixou um juji-gatame (chave de braço), fazendo o adversário bater e desistir do combate, assegurando seu primeiro título mundial.
Amanda também chegou à semifinal, mas caiu para a norte-coreana Jong Hung Kim depois de sofrer uma punição no golden score, quando o confronto estava empatado em um shidô para cada lutadora. Nas preliminares, ela derrotou Dorina Klein, da Hungria, Ana Viktorija Puljiz, da Croácia, e a turca Gamze Sayma. Essa foi a primeira medalha mundial da judoca de 17 anos, natural de Cacoal, em Rondônia.
“Estou muito feliz com essa conquista e por levar para o Brasil esse bronze. Batalhei muito para estar aqui e estou chegando cada vez mais longe. O meu objetivo maior são as Olimpíadas”, comemorou Amanda.
Gabriella Moraes conquista a prata
No segundo dia de disputa o Brasil passou em branco, mas no terceiro dia a paulista Gabriella Moraes (63kg) sagrou-se vice-campeã mundial, conquistando a terceira medalha para o Brasil na competição. O País ainda teve outra chance de subir ao pódio, com Thayanne Lemos (57kg), que ficou com o quinto lugar na disputa pelo bronze.
Para chegar à final, Gabriella passou por Anetta Mosr, de Luxemburgo, com dois wazaris e o ippon. Em seguida, eliminou a mexicana Itzel Pecha, com um wazari, para chegar às quartas, quando encarou Pei Chun Yuan, de Taipei, e venceu forçando três punições à adversária. Na semifinal contra a norte-coreana Su Yon Kim, mais uma vez Gabriella foi precisa, impondo um wazari e o ippon na adversária, garantindo-se na final. Em luta equilibrada contra a japonesa Ayano Yuki, Gabriella abriu pequena vantagem forçando uma punição à adversária, mas acabou levando outras duas punições por falsos ataques, uma delas no golden score, e ficou com a prata.
Millena Silva e Luíza Cruz conquistam mais duas medalhas
A seleção brasileira juvenil encerrou sua participação na disputa individual com mais duas atletas no pódio. Millena Silva (70kg) levou a prata e Luíza Cruz (+70kg) ficou com o bronze. Com isso, o País somou cinco pódios – um ouro, duas pratas e dois bronzes –, igualando o resultado obtido no mundial juvenil de Budapeste em 2009, que era o melhor desempenho do Brasil até então. Na classificação geral o Brasil ficou na quinta colocação, atrás de Japão, Alemanha, Rússia e Coreia do Sul.
O melhor resultado do último dia de disputas individuais foi da peso-meio-pesado Millena Silva, que se garantiu em sua primeira final de mundial após vencer a holandesa Kim Hooi por um wazari, na semifinal. Antes disso, ela havia passado por Anglenina Kurbatova (Rússia), Martina Espósito (Itália) e pela japonesa Rizu Matsumoto, nas quartas de final. Na decisão pelo ouro, Millena acabou caindo de ippon para a alemã, campeã europeia juvenil, Marlene Galandi, e ficou com a prata.
Luíza começou bem, com uma vitória por ippon sobre Alicia Sanmiguel (México), mas caiu nas quartas para Sophio Somkhishvili (Geórgia). Na repescagem, a brasileira conseguiu forçar três punições à holandesa Marit Kamps e foi para a briga pelo bronze, na qual derrotou a alemã Hanna Rollwage por ippon para garantir-se no pódio.
Ao todo, dez atletas chegaram ao bloco final da competição, e para o gestor das categorias de base da Confederação Brasileira de Judô este número elevado de brasileiros entre os melhores demonstra a força da nova geração e o grande trabalho que vem sendo feito na base.
“Pensando no desenvolvimento do judô brasileiro em longo prazo, temos de enfatizar, além do excelente resultado, o ótimo desempenho dos atletas. Dez deles foram ao bloco final. Isso mostra que temos uma base sólida. Além disso, há outro ponto muito importante em relação à diversidade de origens dessa seleção. Tivemos judocas de sete Estados no bloco final, o que confirma a força e a homogeneidade do judô brasileiro em todo o território”, avaliou Marcelo Theotônio.
Seleção Brasileira Sub 18
Campeonato Mundial Santiago 2017
MASCULINO
50kg – Aldi Francisco de Oliveira – RN/FJERN – Associação Desportiva Kyodai
55kg – Matheus Takaki – DF/FEMEJU – Academia Espaço Marques Guiness
55kg – Aristides Lucena Júnior – RR/FEJURR – Associação Ases do Norte de Judô
60kg – Willian Lima – SP/FPJudô – Esporte Clube Pinheiros
66kg – Marcos Santos – SP/FPJudô – SESI SP
66kg – Pedro Medeiros – RJ/FJERJ – Associação União dos Militares do Brasil
73kg – Guilherme Schimidt – DF/FEMEJU – Academia Espaço Marques Guiness
73kg – Marcelo Gomes – SP/FPJudô – Associação de Judô Belarmino
81kg – Nuciano Santos Júnior – RS/FGJ – Sogipa
+90kg – Leonardo Sant’Ana (RS/FGJ – Sogipa
FEMININO
44kg – Laura Ferreira – SP/FPJUDO – ADREARMAS – Ass. Desp. Rec. Artes Marciais
44kg – Amanda Arraes – RO/FEJUR – Nunes Associação Esportiva de Cacoal – NAEC
52kg – Nicole Franzoi – RS/FGJ – Sogipa
57kg – Bruna Bereza – PR/FPrJ/Associação Desportiva Judô Tonietto
57kg – Thayane Lemos – RJ/FJERJ – Associação Liju de Judô
63kg – Gabriella Moraes – SP/FPJudô – A.A.D. MESC São Bernardo
70kg – Eduarda Rosa – RS/FGJ – Grêmio Náutico União
70kg – Millena Silva – MG/FMJ – Minas Tênis Clube
+70kg – Luíza Cruz – RJ/FJERJ – Judô Comunitário Instituto Reação
+70kg – Laislaine Rocha – SP/FPJudô – SESI SP
Comissão Técnica
Marcelo Theotônio – Chefe de delegação
Edmilson Guimarães – Assessor Técnico
Douglas Vieira – Técnico
Douglas Potrich – Técnico
Thiago Ferreira – Fisioterapeuta
Medalhistas Brasileiros
Aldi Oliveira (50kg) – Ouro
Gabriella Moraes (63kg) – Prata
Millena Silva (70kg) – Prata
Amanda Arraes (44kg) – Bronze
Luiza Cruz (+70kg) – Bronze
Equipe Mista – Prata
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