Com um bronze e duas finais já asseguradas, time brasil faz melhor campanha do boxe em olimpíadas

Beatriz Ferreira, Hebert Conceição e Abner Teixeira entram para a história com a melhor campanha olímpica já vista no boxe brasileiro. Serão três medalhas, uma de bronze e duas pelo menos de prata © Miriam Jeske / COB

Depois da conquista do bronze por Abner Teixeira, Beatriz Ferreira e Hebert Conceição brigam pelo ouro em dobradinha inédita de finais para o boxe brasileiro

Por Helena Sbrissia / Global Sports
5 de agosto de 2021 / Curitiba (PR)

Em comparação com a última Olimpíada, no Rio em 2016, o boxe brasileiro vem surpreendendo em Tóquio 2020, garantindo, logo de cara, três medalhas. Após o bronze de Abner Teixeira, conquistado na terça-feira (3), agora é a vez de Beatriz Ferreira e Hebert Conceição brigarem por suas medalhas – as pratas, no mínimo, já estão garantidas.

Após vencer o russo Gleb Bakshi, Hebert Conceição disse que na final lutará pelo ouro © Miriam Jeske / COB

Nos jogos do Rio, oito boxeadores brasileiros entraram no ringue. Deles, apenas um apresentou resultado muito expressivo: Robson Conceição conquistou a primeira medalha de ouro para o boxe nacional, depois de a modalidade bater na trave em Londres 2012, com Esquiva Falcão. Em Tóquio, dos sete atletas convocados, três receberão medalhas.

A maior conquista de uma brasileira no boxe olímpico

Bia faz história na edição de 2020 dos Jogos Olímpicos. Ela é a primeira mulher brasileira a ir a uma final do boxe – um feito que muito tem a agregar à carreira da campeã mundial do peso leve (60kg). Ela se classificou após derrotar a finlandesa Mira Potkonen em uma decisão unânime dos árbitros na semifinal.

Durante a luta, Bia precisou proteger-se e contragolpear – o que fez com extrema maestria. Ela ganhou espaço conforme o ritmo da europeia diminuía e recebeu decisão unânime no primeiro round. Já o segundo foi pontuado para a finlandesa. Mesmo assim, Bia não se intimidou e entrou no último round com um volume maior de golpes, utilizando muita calma e estratégia e garantindo a vitória com um contragolpe certeiro.

Abner Teixeira já garantiu um bronze © Miriam Jeske / COB

O melhor resultado de uma mulher tinha sido conquistado anteriormente por Adriana Araújo, em Londres 2012, edição da estreia da categoria feminina do boxe olímpico. Ela subiu ao pódio com o bronze. Para firmar seu nome na história, Bia só precisa lutar contra a irlandesa Kellie Anne Harrington e, seja qual for o resultado, sua campanha já é a melhor dos boxeadores do Time Brasil.

“Eu quero a medalha dourada, vou brigar até o fim. Vamos adiante, vamos subir ao pódio, ficar no lugar mais alto e ouvir o nosso hino. Vai ser difícil tirar ela de mim. Treinei o tempo todo pra isso”, disse Bia, em entrevista ao SporTV.

Hebert Conceição faz história na final de pesos médios

Já Hebert Conceição vai à final pelos pesos médios (75kg) após vencer o russo Gleb Bakshi em uma luta considerada parelha. O brasileiro conseguiu um ritmo melhor, esquivando-se de golpes com habilidade e alcançando a vitória em decisão dividida dos árbitros por 4 a 1.

Beatriz Ferreira quer a medalha dourada e disse que vai brigar até o fim e vai ouvir o Hino Nacional © Miriam Jeske / COB

No sábado (7), ele enfrentará o ucraniano Oleksandr Khyzhniak na busca pela maior glória olímpica que um atleta pode receber. A dobradinha de Bia e Hebert entra na história do Time Brasil na modalidade, consagrando a campanha do boxe em Tóquio 2020 como a melhor de todos os tempos. Esta edição supera Londres e Rio já que, em ambas as ocasiões, os brasileiros na modalidade chegaram a apenas uma final.

“Estou muito feliz com minha classificação para a final, com meu desempenho. É pouco tempo para pensar e descansar. É só tirar o peso, aproveitar um pouquinho com a família, mas voltar logo para o foco, porque o ouro nunca esteve tão próximo. Agora é hora de abraçar essa oportunidade, fazer meu máximo, deixar toda minha energia dentro do ringue para poder buscar mais uma medalha de ouro para o Brasil”, disse Conceição após a luta.