15 de novembro de 2024
Congresso da Karate University abre oficialmente o conjunto de eventos da ITKF em Curitiba
Em paralelo ao Campeonato Mundial da ITKF, está sendo realizado um conjunto de eventos técnicos e científicos que contam com a participação os principais nomes da modalidade
XX Campeonato Mundial de Karatê Tradicional da ITKF
2 de dezembro de 2019
Por ISABELA LEMOS E MATHEUS ZILIO I Fotos BUDOPRESS
Curitiba – PR
Nesta segunda-feira (2), o Traditional Karate University Meeting marcou o início do conjunto de eventos técnicos e científicos que culminarão na realização da V Copa Mundial Interclubes e no XX Campeonato Mundial de Karatê Tradicional que acontecem entre os dias 2 a 8 de dezembro no ginásio da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. O TKU Meeting é um encontro que reúne vários representantes do karatê tradicional internacional para discutir a implementação do karatê a nível universitário, além de aspectos sociais e educativos. Na reunião, estavam presentes autoridades da França, Egito, Argentina, Canadá e Brasil.
O presidente da International Traditional Karate Federation (ITKF), Gilberto Gaertner, explica que, além de retomar linhas principais, a reunião visa estabelecer a meta de atingir pelo menos 100 universidade ao redor do mundo que estejam integradas em pesquisa sobre o karatê. Além disso, a reunião pauta a criação de um programa de formação para instrutores de karatê padronizado a nível mundial. Gaertner afirma que, para isso, os requisitos serão um nível elevado de escolaridade e passar por vários passos para se formar instrutor de karatê dentro da ITKF.
No próximo encontro, na terça-feira (3), serão pautados os programas socioeducativos relacionados à modalidade que serão implementados com um padrão básico para se trabalhar as adaptações culturais. “Como já temos grandes programas do tipo no Brasil e no Paraná, particularmente, já tivemos projetos com mais de 30 mil crianças, nós temos bom know how. Porém, há adaptações culturais a se fazer, afinal, trabalhar projetos socioeducativos no Brasil é diferente de se trabalhar nos demais países do mundo. A cultura é totalmente diferente”, afirma o dirigente. Gaertner revela que seu grande objetivo, a médio prazo, é poder implementar globalmente, em parceria com a Unesco, um programa educativo pautado em programas socieducacionais tendo o eixo fundamentado no karatê.
Traçando um paralelo com a reunião similar da qual participou na França, Ibrahim Al-Bakr, presidente da African Traditional Karate Federation (ATKF), afirma que o encontro de Curitiba reuniu mais ideias e estratégias. “Temos algumas estratégias de como implementar esse programa em diferentes níveis para alcançar diversos graus de ensino. Agora, temos um programa específico para líderes e concordamos em como podemos aplicar esse programa em diferentes países”, relata Al-Bakr.
O presidente do comitê técnico da ITKF, Richard Jorgensen, explica que trabalha na ideia de montar um programa internacional de treinamento baseado no karatê tradicional há quase dez anos, e que, agora, conseguiram encontrar diversas universidades em todo o mundo interessadas em participar do projeto. Contudo, ele alerta que a estruturação do projeto precisa ser cuidadosamente constituída a partir dos ensinamentos filosóficos do karatê tradicional.
De acordo com Jorgensen, o Karatê tradicional tem grande propósito no desenvolvimento humano e que, através dele, muitas características são desenvolvidas independente da cultura ou país em que a pessoa esteja. “Nós temos fortes evidências de pessoas que adquiriram autoestima, confiança e a habilidade de se manter calmo em situações de perigo. Esses atributos são qualidades humanas muito positivas, e elas acontecem independentemente da cultura, através do treinamento”, afirma. O dirigente conclui explicando que todos os países têm problemas, sejam eles econômicos ou sociais, e que, através do treinamento no karatê tradicional, os praticantes são beneficiados. E esse é o objetivo principal do projeto.
Kazuo Nagamine, membro do comitê da University Traditional Karate, revela que o principal ponto da mesa realizada hoje foi a elaboração de um programa que foca eminentemente nos professores que farão a transmissão para os faixas-pretas sho-dans (1º dan) e ni-dans (2º dan), ou seja, é um programa que irá atender prioritariamente os professores iniciantes que, segundo ele, são justamente aqueles que carecem de maior informação e conteúdo.
Justo Gomes, embaixador da ITKF, lembra que, na Argentina, também estão sendo realizados cursos de preparação para os professores de karatê tradicional, com formação acadêmica. “Nós temos um programa de formação acadêmica para professores do tradicional e este é o segundo ano em que estamos pondo isso em prática. Mesmo assim, fiquei surpreso com a proposta da Universidade de Karatê, e vejo como algo extremamente positivo porque as futuras gerações necessitarão que os futuros professores de karatê possuam uma formação acadêmica específica e ao mesmo tempo muito mais abrangente”, avalia o embaixador da ITKF.