28 de abril de 2025

Em movimento que reflete as mudanças vistas na União Europeia de Judô (EJU) — que elegeu Catarina Rodrigues como vice-presidente responsável pela área de Esportes e Kristiina Pekkola como vice-presidente responsável pela área de Educação —, a Confederação Pan-Americana de Judô (CPJ) nomeou duas mulheres experientes e altamente qualificadas para cargos estratégicos em sua nova gestão. A peruana Kimberlie Rivera assume oficialmente o cargo de diretora esportiva, enquanto a colombiana Yuri Alvear lidera o setor de educação — consolidando uma gestão que valoriza a competência, a diversidade e o futuro do judô nas Américas.
A busca por equidade de gênero em cargos estratégicos no esporte é uma tendência mundial, consolidada nos últimos anos por entidades como a União Europeia de Judô (EJU), que promoveu a inserção de mulheres em posições de comando de maneira planejada e baseada no mérito. Agora, essa mesma transformação chega ao judô pan-americano. Sob a liderança do novo presidente Carlos Zegarra Presser, a Confederação Pan-Americana de Judô (CPJ) nomeou duas mulheres para áreas estratégicas: a peruana Kimberlie Rivera como diretora de Esportes e a colombiana Yuri Alvear como diretora de Educação.
Yuri Alvear e Kimberlie Rivera Tello já trabalham a todo vapor, impulsionando com energia e competência a nova fase da CPJ rumo a uma gestão mais inclusiva e estratégica do judô nas Américas © Nicolas Messner / FIJ
Referência absoluta no judô da Colômbia, Yuri Alvear construiu uma trajetória vitoriosa como atleta, conquistando três títulos mundiais e duas medalhas olímpicas, além de integrar a Comissão de Esportes da Federação Internacional de Judô (FIJ). Agora, na CPJ, ela assume a responsabilidade de estruturar o setor educacional da entidade, ampliando sua missão de transformar vidas através do judô. “Quando era atleta, cuidava apenas do meu rendimento. Agora, cuido do desenvolvimento de todos e quero retribuir ao continente”, afirmou Yuri. Ela destaca que a presença feminina em posições estratégicas amplia a visão de gestão e inspira futuras gerações de mulheres no judô.
Kimberlie Rivera, por sua vez, representa o perfil de dirigente moldada pela prática e dedicação. Iniciada no judô apenas na vida adulta, construiu sua trajetória no voluntariado da Federação Peruana de Judô, passando por todos os setores administrativos e operacionais até se tornar assistente técnica da CPJ. Agora, como diretora de Es
Kimberlie Rivera e Carlos Zegarra Presser durante o sorteio oficial do Campeonato Pan-Americano e da Oceania Sênior de Judô, Santiago 2025 © Nicolas Messner / FIJ
Referência indiscutível do judô colombiano e uma das maiores judocas da história das Américas, Yuri Alvear construiu uma trajetória de excelência nos tatamis antes de migrar para a gestão esportiva. Tricampeã mundial no peso médio em Roterdã 2009, Rio 2013 e Chelyabinsk 2014, e medalhista olímpica em duas edições consecutivas (bronze em Londres 2012 e prata no Rio 2016), Yuri atuou nos últimos anos como membro da Comissão de Esportes da Federação Internacional de Judô (FIJ). Agora, assume o desafio de liderar a área de Educação da CPJ, com a missão de estruturar programas formativos que elevem o nível técnico e ético do judô continental.
“Sem dúvida alguma, esta é uma grande oportunidade para mim. Ao longo dos últimos anos, aprimorei significativamente minhas habilidades trabalhando na Federação Internacional de Judô (FIJ), adquirindo uma visão mais ampla e estratégica do nosso esporte. Agora, sinto-me preparada e motivada para retribuir todo esse aprendizado ao nosso continente, contribuindo para o fortalecimento do judô nas Américas”, afirmou.
Com um perfil diferente, mas igualmente relevante, Kimberlie Rivera representa a força da competência construída a partir da dedicação. Iniciada no judô apenas na universidade, aos 18 anos, a peruana rapidamente encontrou sua vocação nos bastidores da modalidade. Atuou como voluntária em diversas funções organizacionais, da logística de transportes ao credenciamento de atletas, até consolidar-se como braço direito de líderes esportivos como Carlos Zegarra e Maria Martínez Murciego. Seu crescimento no meio administrativo foi reconhecido em 2019, quando passou a integrar a estrutura da CPJ, culminando na sua efetivação como diretora esportiva em 2025.
Yuri Alvear em atuação durante sua passagem pela FIJ © Nicolas Messner / FIJ
“Agora, sou eu quem decide e escolhe. Assumo essa responsabilidade com o firme compromisso de colocar os atletas e treinadores no centro de todas as nossas ações, buscando constantemente aprimorar o nível técnico e organizacional dos eventos, bem como fortalecer a qualidade da interlocução com todos os agentes envolvidos no desenvolvimento e na evolução do judô pan-americano”, destacou.
As nomeações de Yuri Alvear e Kimberlie Rivera reforçam o compromisso da nova gestão da CPJ com uma visão mais inclusiva e moderna. A expectativa é que, sob essa liderança, a Confederação fortaleça seus programas de educação e formação, eleve o padrão de gestão dos eventos continentais e amplie o suporte técnico aos atletas, treinadores e demais membros das comissões técnicas, respeitando a diversidade e impulsionando o crescimento do judô nas Américas.
Pódio do Campeonato Mundial de 2013, no qual a colombiana Yuri Alvear sagrou-se campeã © Arquivo
Mais do que abrir portas, Kimberlie Rivera e Yuri Alvear consolidam caminhos — e mostram que, no judô pan-americano, competência, dedicação e visão de futuro não têm gênero. Sob a liderança jovem e visionária de Carlos Zegarra Presser, a CPJ dá um passo firme para tornar a diversidade e a excelência pilares do crescimento do judô nas Américas.