15 de novembro de 2024
Credenciamento técnico em Ponta Grossa reúne mais de 250 judocas
Primeira fase do principal evento da área técnica do judô paranaense destacou as conquistas mais relevantes de 2019 e as inovações para 2020
Judô Paranaense
20 de fevereiro de 2020
Por ISABELA LEMOS I Fotos ASCOM/FPRJ
Curitiba – PR
A Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou a primeira fase do credenciamento técnico desta temporada neste sábado (15) em Ponta Grossa (PR), reunindo mais de 250 pessoas no Colégio Marista Pio XII. Mediado pelo professor doutor Marco Aurélio Kalinke, o evento constou de mesa-redonda com representantes de todos os departamentos da federação paranaense e curso prático ministrado pelo professor Saimon Magalhães.
Na abertura, o presidente da FPrJ, Luiz Hisashi Iwashita, agradeceu a presença de todos e apresentou um balanço geral de 2019 e as novidades para 2020.
“Gostaria de agradecer a presença de todos neste encontro, que é um dos principais eventos da área técnica. Neste ano, estamos disponibilizando duas oportunidades aos judocas que queiram credenciar-se para atuar nesta temporada. Esperamos que essa mudança tenha facilitado o acesso aos interessados. A diretoria da Federação Paranaense de Judô deseja uma boa temporada a todos”, afirmou o dirigente paranaense.
As seis primeiras colocadas no ranking das entidades que inscreveram maior número de atletas novos na FPrJ foram premiadas pela federação, receberam certificados e premiação bastante significativa. E as vencedoras foram: Judô Celso Ogawa, em 1º lugar; AMCF, em 2º; Associação Desportiva Judô Tonietto, em 3º; Associação Londrinense de Judô, em 4º; Associação Judô Iwashita, em 5º, e Judô Lemanczuk Júnior, em 6º lugar.
A primeira e a segunda colocadas terão isenção das anuidades da FPrJ e da CBJ, além da taxa da licença para promoção de kyus da CBJ em 2020. O 3º e 4º lugar receberam isenção da anuidade da CBJ e da taxa da licença para promoção de kyus da Confederação Brasileira de Judô em 2020. Já o 5º e 6º colocadas terão isenção da anuidade da CBJ em 2020.
A FPrJ também premiou com judogis os judocas Guilherme Coelho, coordenador de staff da FPrJ; Abílio Ribeiro, coordenador de apontadores e mesários; e Lucas Lessa, coordenador técnico da Região Sul e vice-coordenador técnico do Estado do Paraná, que se destacaram trabalhando nos eventos da entidade.A primeira parte do credenciamento abrangeu questões dos departamentos que compõem a gestão da FPrJ, sendo realizada em forma de mesa-redonda com a participação dos membros de cada área da entidade.
Carlos André Kussumoto, coordenador de eventos, abriu os trabalhos informando as principais ações realizações da FPrJ em 2019. Dentre elas, estão a criação da Taça Paraná em conjunto com o departamento técnico de rendimento; a produção dos outlines nos moldes da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); e as ações de entretenimento nos eventos, como food truck. Além dessas, há a ação do ginásio limpo, a qual visa a disponibilizar sacolas de plástico aos pais e atletas para jogarem o seu lixo durante as competições. O professor também relatou sua experiência como organizador do Grand Slam de 2019, considerado um divisor de águas, com o qual disse ter aprendido muito.
“Além de trazer inovações, nos preocupamos em oferecer mais qualidade, segurança e conforto aos nossos filiados. A proposta neste ano é atingir uma padronização em todos os eventos, focando a diminuição da poluição sonora e visual e a interação dos pais com os atletas, além de trazer a torcida para as competições de forma a torná-las um momento mágico para os judocas. A implantação do circuito de judô visa a aumentar o número de atletas nos torneios. O departamento de eventos enfrentará um grande desafio em 2020, que é organizar três competições nacionais: Campeonato Brasileiro da Região V, Campeonato Brasileiro sub 13 e Campeonato Brasileiro sub 15. É uma grande conquista e talvez um feito inédito para o Paraná”, relatou Kussumoto.
Responsável pelo departamento técnico, o professor Rodrigo Tonietto falou sobre o calendário da federação, alertando que ele pode sofrer alterações durante o ano devido a procedimentos da CBJ e do governo estadual. A programação foi fortemente frisada para os professores, de forma que não percam inscrições.
“Lembro a todos que a participação dos técnicos no Congresso Técnico da FPrJ é obrigatória. Eles são responsáveis também pela organização e limpeza tanto da área de concentração quanto das arquibancadas e devem orientar seus atletas a jamais trocarem de roupa nas arquibancadas ou na área de concentração. Por isso, devem pedir para que utilizem os vestiários. Para o desenvolvimento das competições em 2020, é responsabilidade das delegacias escalar os sumulistas e, desta forma, daremos o andamento da competição dos pesos de preferência por área e haverá um local para os sumulistas separarem os atletas por categoria de peso”, revelou Tonietto.
No ano passado, a arbitragem paranaense marcou forte presença nas competições nacionais, afirmou o professor Francisco de Souza, coordenador do departamento de arbitragem da FPrJ. Segundo ele, em 2019, o Paraná atingiu uma média de quase 95% de participação em eventos nacionais. Pela primeira vez, um Estado colocou 12 árbitros em um campeonato nacional, o brasileiro realizado em Curitiba (PR). Neste ano, a CBJ e a Comissão Nacional de Arbitragem pediram que haja pelo menos oito árbitros do Paraná no Campeonato Brasileiro da Região V.
“Em 2020, colocaremos o regulamento da comissão nacional para que todos tenham o conheçam e entendam quais são os requisitos necessários para tornar-se um árbitro. Com relação às regras de 2020, neste fim de semana realiza-se o seminário internacional da FIJ, no qual o professor Edilson Hobold nos está representando. O seminário em Ibiporã já contará com a atualização das regras para 2020 e haverá exame para árbitros que ingressaram na arbitragem estadual C. Lembro que as avaliações para árbitros estaduais B e A serão feitas na Copa Paraná. Os árbitros devem atuar durante o ano para que se possa fazer essa avaliação”, disse o professor.
Os assuntos acerca da comissão de grau foram apresentados pelo professor Helder Faggion, que iniciou contando brevemente a história dos exames no Estado. Após a apresentação ele explicou a criação de um novo regulamento para promoção de graus e kyus na gestão atual, além da formação na comissão atual.
“Durante a minha fala, abordei a criação dos campeonatos de katas, que se realizarão três vezes ao ano. Além disso, tivemos um grande número de aprovações de professores kodanshas nesta gestão. Busquei orientar sobre os exames para as faixas preta e marrom e sobre a adequação do nosso regulamento com base nas alterações feitas pela CBJ”, contou Faggion.
Sobre o departamento de rendimento, o professor Celso Ogawa destacou que as notícias mais importantes para os atletas e técnicos envolvem a mudança na tabela de pesos da CBJ na categoria sub 15 e a classificação no campeonato brasileiro sub 18, cuja repescagem agora sai dos semifinalistas e não mais dos finalistas. E, por último, mencionou a exclusão do superligeiro da categoria sub 21.
“Em relação às normas da federação, eu sempre peço para que os professores leiam os regulamentos de forma que não haja nenhuma dúvida. Neles constam todas as regras. Ainda mais neste ano, em que criamos o circuito paranaense sub 13 e sub 15, é necessário que os professores atentem à leitura dos documentos. Tudo que eles precisam saber está ali na normatização. Nós vamos publicar esse documento nesta semana no site da federação”, afirmou o professor.
O diretor jurídico e esportivo da Sociedade Morgenau, Rafael Brito, abordou as oportunidades de parcerias nos âmbitos federal, municipal e estadual, com entidades tanto públicas quanto privadas. Brito se ateve principalmente ao âmbito federal e às atividades promovidas pelo CBC (Comitê Brasileiro de Clubes), sobre como fazer parte dele, as possibilidades de parceria de financiamento do esporte e origem dos recursos.
“Ainda no âmbito estadual, a nova lei da Proesporte prevê renúncia fiscal de 8 milhões de reais em favor de projetos esportivos das mais diversas faixas etárias e para um público bastante diversificado. Em especial inclui pessoas físicas e jurídicas de direito privado, como clubes e academias, e pessoas jurídicas de direito público, como as secretarias de esportes dos municípios”, explicou Brito. Por fim, sugeriu a criação de um grupo no WhatsApp para troca de informações sobre as possibilidades de parceria. Para entrar no grupo clique aqui
A rodada foi concluída pelo professor Saimon Magalhães, que realizou intercâmbio no Japão e é membro do Conselho Estadual de Educação da FPrJ e do Comitê do Judo in School, braço da FIJ no Brasil. Magalhães falou sobre o curso de instrutor de judô com certificação internacional e sobre o curso oferecido pelo consórcio Sport For Tomorrow, a agência esportiva do governo do Japão.
“Nós temos a academia da Federação Internacional de Judô (FIJ), que hoje oferece curso de instrutor de judô e de gerenciamento em judô, ambos com certificação internacional. Tivemos o curso do judô nas escolas, realizado por meio do programa Sport For Tomorrow, que oferece estágio técnico em escolas do ensino médio e universidades no Japão a professores brasileiros que se destaquem”, disse Magalhães.
Na segunda parte do credenciamento, o professor Saimon Magalhães ministrou curso prático dando alguns exemplos de metodologias que podem ser aplicadas ao ensino do judô infantil. Para ele, é necessário que o ensino da arte marcial para crianças tenha metodologias lúdicas e divertidas para que os praticantes se sintam confortáveis e tenham vontade de retornar às aulas.
“Há esse novo braço da FIJ, o judô nas escolas, em que está sendo montada uma plataforma na qual os professores poderão acessar materiais como atividades, brincadeiras e exercícios educativos para ensinar as crianças. A aula fica muito repetitiva quando limitada à execução de movimentos específicos do judô, pouco utilizando movimentos das próprias brincadeiras. Assim, a criança se sente bem no ambiente e sempre vai querer voltar para praticar. Caso o professor queira trabalhar o exercício de fazer pegada, não precisa pedir para pegar direto no kimono do colega. Pode realizar uma brincadeira que estimule a criança a fazer isso de forma natural. E isso pode acontecer com várias outras técnicas”, explicou o professor.