22 de dezembro de 2024
Débora Menezes conquista a medalha de prata e consagra campanha histórica do parataekwondo do Brasil
Os três atletas brasileiros que competiram na estreia do parataekwondo em Jogos Paralímpicos conquistaram medalhas: ouro com Nathan Torquato, prata com Débora e bronze com Silvana Fernandes
Fonte Giulia Ciccarelli / CBTKD
7 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)
As mulheres têm conquistado um papel mais que preponderante no esporte brasileiro. Hoje, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) tem a honra de ressaltar a história de Débora Bezerra de Menezes, que aos 31 anos conquistou a medalha de prata no +58kg da categoria K44 e foi muito além de qualquer desafio para alcançar seu sonho.
“A minha expectativa é sempre muita grande, não espero menos de mim, então todos os dias trabalhei com minha equipe na construção da conquista dessa final e desta medalha. Quando cheguei a Tóquio estava pronta para realizar meu maior sonho e deixar um legado para o taekwondo brasileiro. A preparação teve muitos desafios por conta do coronavírus, mas, com responsabilidade e foco, mantivemos os treinamentos e, hoje, tenho certeza de que valeu a pena tudo que passamos e fizemos. Foi um ciclo que ressignificou muito e foi lindo de viver tudo aquilo”, avaliou a medalhista de prata.
A atleta estava no fim da sua graduação em Educação Física quando foi apresentada às artes marciais, em 2013, e começou a praticar taekwondo apenas por hobby. Em 2015, foi divulgado que o parataekwondo seria uma modalidade olímpica, e Débora começou a olhar para o esporte de forma diferente. Em 2016, contudo, ela ainda era lançadora de dardos e tinha a perspectiva de participar dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, mas o sonho acabou quando a prova foi cancelada.
No fim de 2016, começou a treinar pelo parataekwondo e não parou mais. Débora participou do seu primeiro mundial em 2017 e conheceu Alan, técnico da seleção brasileira, que a convidou para entrar no time. Para Débora, dedicar-se ao esporte mais do que nunca e a vontade de participar dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 foram os estímulos de que ela precisava para ir além.
A caminhada de Débora Menezes até a prata
Débora fez sua estreia e foi classificada para as quartas de final da categoria +58kg do parataekwondo contra a mexicana Daniela Martinez. O primeiro round terminou com a vantagem de 8 a 1 para a brasileira, mas, no segundo, a mexicana se aproximou do placar com 11 a 9. O terceiro round terminou com a brasileira atropelando a mexicana e finalizando o placar em 24 a 12.
A luta da semifinal foi contra a ucraniana Yuliya Lypetska. Débora finalizou o primeiro round por 25 a 2, garantindo desde aquele momento a hegemonia na luta. No segundo round, ela já sentia o gosto da vitória, encerrando com 45 a 5. No último, ela fez história com o placar de 55 a 10, classificando-se para a final.
A final começou com a atleta do Uzbequistão, Guljonoy Naimova, anotando 4 a 0 no primeiro round. O segundo também foi muito tenso para a brasileira, que deu a volta por cima com um chute com giro e finalizou o round com 6 a 3 para Guljonoy. O terceiro round foi acirrado e tenso para Débora, que acabou superada por Naimova que assegurou o ouro vencendo por 8 a 4.
100% de aproveitamento
O time de parataekwondo brasileiro encerrou a participação inédita da modalidade nos Jogos Paralímpicos com atuação impecável e histórica. Graças ao esforço hercúleo e muita dedicação, a comissão técnica e os paratletas Nathan Torquato, Débora Menezes, Silvana Fernandes em conjunto com o departamento técnico da CBTKD edificaram em Tóquio, um legado paralímpico memorável, que certamente projetará o taekwondo no cenário esportivo brasileiro.
“A atuação dos nossos atletas na estreia do parataekwondo nos Jogos Paralímpicos foi fantástica. Os três que compunham a seleção brasileira subiram ao pódio, o que nos assegurou 100% de aproveitamento”, disse Alberto Maciel Júnior, presidente da CBTKD, que ainda destacou o trabalho realizado por toda a equipe.
“Este resultado expressivo se deve à união e ao excelente trabalho em equipe. Os 100% de aproveitamento são fruto da união e da sintonia da equipe técnica com os atletas e a confederação brasileira. Gostaria de parabenizar o técnico Alan Nascimento, a fisioterapeuta Elisa Pilarki e o coordenador técnico Rodrigo Ferla pelo comprometimento. Desde o início desse projeto, a CBTKD apoiou incondicionalmente a equipe paralímpica do Brasil. Acredito que esta união de esforços tenha sido fundamental para o sucesso do Brasil em Tóquio.”
Alberto Maciel concluiu fazendo um agradecimento especial ao presidente do Comitê Paralímpico do Brasil, professor Mizael Conrado, pela parceria que até o presente momento obteve sucesso absoluto. “Estamos muito felizes com a estreia do parataekwondo nos jogos e temos a certeza de um futuro promissor neste segmento do esporte olímpico”, comemorou o dirigente da CBTKD.