17 de novembro de 2024
Delegação paulista enfrenta tufão Hagibis no Japão
Alojada na Província de Chiba, a delegação sentiu a passagem do Hagibis, que veio acompanhado de terremoto de magnitude 5,3, mas felizmente nada grave aconteceu com os brasileiros
Intercâmbio técnico no Japão
13 de outubro de 2019
Por ISABELA LEMOS I Fotos BUDOPRESS, REUTERS, AFP e NASA VIA AP
Katsuura – Japão
O tufão Hagibis (que significa “velocidade” nas Filipinas) foi classificado como o pior do Japão nas últimas seis décadas. Chegou à Península de Izu, a sudoeste de Tóquio, pouco antes das 19h do horário local, no sábado, antes de continuar subindo rumo à costa leste da principal ilha japonesa. Milhões de pessoas foram aconselhadas a deixarem suas casas em meio a alertas de enchentes e deslizamentos de terra. Pelo menos 19 pessoas morreram e outras 16 estão desaparecidas. Cerca de 100 pessoas ficaram feridas em todo o país, de acordo com o jornal Kyodo News, com base em informações fornecidas por equipes de resgate e outras autoridades.
Alojada em Katsuura, na província de Chiba, a delegação paulista sentiu a passagem do supertufão, mas felizmente nada de mais grave aconteceu com os judocas brasileiros. Apesar de estar na costa japonesa, a cidade não foi tão afetada quanto as demais regiões. Para agravar a apreensão dos brasileiros, ainda no sábado à noite, houve um terremoto de magnitude 5,3 que abalou a região, segundo o serviço geológico dos Estados Unidos. O tremor atingiu a costa cerca de 55 km a sudeste de Katsuura. Houve tremores leves em Tóquio e arredores, em meio à chuva e ao vento fortíssimo de Hagibis.
A delegação paulista já estava preparada para o tufão dias antes. O professor Paulo Pi explicou que foram comprados todos os suprimentos necessários para uma possível situação emergencial, que durariam cerca de quatro dias. Os professores reuniram o grupo, mantiveram a calma e fizeram todo o procedimento necessário para proporcionar tranquilidade e conforto a todos naquele momento. Pediram aos atletas que ajeitassem suas malas e guardassem os documentos para qualquer eventualidade.
“Providenciamos todo o material necessário para não termos de sair do alojamento no curto prazo. Ficamos felizes por passamos ilesos e sem correr riscos. A estrutura da Budo University é ótima, estamos em um lugar privilegiado, e quando o Hagibis passou, nós vimos a velocidade assustadora dos ventos, mas aqui dentro o clima era de tranquilidade – apesar de sabermos de toda a situação que acontecia no Japão. Houve algumas mortes e muitas pessoas desabrigadas. Ficamos tristes por essa situação devastadora que assolou o país, mas agradecemos a Deus por toda a delegação estar bem”, contou o professor Pi.
A professora Solange Pessoa lamenta a catástrofe que devastou o país, mas acredita que logo ele irá se reerguer novamente. Ela disse que o que causou maior tensão foi boa parte da equipe ter presenciado este fenômeno pela primeira vez, e haver um terremoto em meio ao tufão.
“Nós ficamos sabendo do tufão dias antes. As aulas e treinamentos foram cancelados na universidade e fomos orientados a não sair de dentro do alojamento, que tem boa estrutura. Compramos bastante água e comida e, no fim, deu tudo certo. O tufão passou, mas ficamos muito nervosos porque, além do tufão, ainda houve um pequeno terremoto, mas conseguimos passar por isso sem nenhum prejuízo”, disse a professora.
Alessandro Puglia enfatizou que não foi uma boa experiência, mas serviu de lição para os brasileiros verem como o Japão é um país que, mesmo vivendo constantes problemas com a natureza, sempre está preparado para enfrentá-los e se reerguer após os eventos. O presidente da FPJudô explicou que a programação e o roteiro da viagem serão mantidos.
“Morei dois anos e meio no Japão, e conheço muito bem a tensão do dia a dia. Mas sei também que o povo japonês está preparado para enfrentar estes fenômenos. Ontem, presenciamos até um tremor, que faz parte desses acontecimentos naturais no Japão. Eu estava vindo de Utsunomiya e os jornais estavam notificando dias antes sobre onde o tufão iria passar para que, assim, as pessoas se mobilizassem e se resguardassem. Lamentavelmente, ontem vimos na TV muitas pessoas desabrigadas e muita destruição, mas o povo japonês se une para trabalhar pela recuperação e o desenvolvimento do país. Hoje está um lindo dia, a vida tem de prosseguir e eles vão reconstruir tudo rapidamente: essa é a vida dos japoneses”, lembrou o dirigente paulista.
Fotos que registram a passagem do Hagibis pelo Japão