Devastador, São Paulo passeia na Bahia e conquista onze ouros, três pratas e dois bronzes

Representantes dos 26 Estados, árbitros e autoridades na execução do Hino Nacional

Mato Grosso do Sul é vice-campeão e Rondônia fica em terceiro lugar no feminino, enquanto Minas Gerais é vice e Rio de Janeiro fica em terceiro no masculino

Campeonato Brasileiro de Judô Sub 21
20/05/2018o
Por PAULO PINTO I Fotos TATI AMAYA
Lauro de Freitas – BA

Com o apoio da Federação Baiana de Judô (FEBAJU), a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) realizou o Campeonato Brasileiro de Judô da classe júnior de 2018.

A competição realizada de 18 a 20 de maio no Centro Pan-Americano de Judô em Lauro de Freitas (BA) reuniu 329 atletas (176 no masculino e 153 no feminino) de 26 Estados.

Participaram da cerimônia de abertura autoridades políticas e esportivas, entre as quais o presidente da CBJ, Sílvio Borges, e os presidentes das federações estaduais Marcelo Ornelas da Cruz França Moreira (Bahia), Alessandro Panitz Puglia (São Paulo), Jucinei Gonçalves da Costa (Rio de Janeiro), Moisés Gonzaga Penso (Santa Catarina), Luiz Gonzaga Filho (Distrito Federal) e Paulo Cézar Ferreira (Roraima); Elias Dourado, diretor geral da Superintendência de Desporto da Bahia (Sudesb); Douglas Eduardo Vieira, medalha de prata no Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e técnico da seleção júnior masculina; e Aloísio Short Sobrinho, representante dos árbitros.

Exibindo excelente técnica de ashi, Beatriz Souza reina absoluta do peso-pesado

A coordenação da arbitragem do brasileiro sub 18 ficou a cargo do experiente árbitro FIJ A André Mariano dos Santos, do Distrito Federal, que comandou os 28 árbitros que atuaram no certame.

São Paulo passeia nos tatamis

A delegação paulista foi a Lauro de Freitas composta por 20 atletas, mais os técnicos Andréa Oguma (Esporte Clube Pinheiros) e Denílson Moraes Lourenço, o Zóio (Sociedade Esportiva Palmeiras) e Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô, que chefiou o grupo.

Ao todo a equipe paulista obteve 16 medalhas, sendo 11 de ouro, três de prata e duas de bronze, que asseguraram a primeira colocação geral na competição.

Alessandro Puglia faz a entrega do troféu de campeão geral feminino a Andréa Oguma, de São Paulo

As judocas de São Paulo disputaram oito finais e conquistaram nove medalhas, sendo seis de ouro, duas de prata e uma de bronze, construindo uma vitória histórica ao arrebatar 75% das medalhas de ouro em disputa.

Laura Ferreira (48kg/ Esporte Clube Pinheiros), Larissa Pimenta (52kg/Esporte Clube Pinheiros), Ketleyn Nascimento (57kg/Sociedade Esportiva Palmeiras), Gabriella Moraes (63kg/A. São Bernardo), Ellen Santana (70kg/Sociedade Esportiva Palmeiras) e Beatriz Souza (+78kg/Esporte Clube Pinheiros) conquistaram as medalhas de ouro, reafirmando a supremacia paulista no judô feminino verde e amarelo.

Na competição masculina o cenário não foi muito diferente, mas São Paulo obteve apenas sete medalhas: cinco de ouro, uma de prata e outra de bronze.

São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal dividiram pódio final dos Estados

Os judocas paulistas arrebataram 65% das medalhas de ouro em disputa com Renan Torres (60kg/SESI-SP), Michael Marcelino (66kg/SESI-SP), Marcelo Gomes (81kg/ Associação de Judô Belarmino), Giovani Ferreira (90kg/Esporte Clube Pinheiros) e Lucas Lima (100kg/Esporte Clube Pinheiros).

Mato Grosso do Sul ratifica seu poderio como vice-campeão feminino

Comprovando o poderio e a qualidade técnica dos professores sul-mato-grossenses, o Estado foi vice-campeão geral feminino, conquistando sete medalhas, sendo uma de ouro e seis de bronze.

As judocas Alexia Vitória Nascimento (48kg), Aline Cristina Neves (52kg), Milena Matias (57kg), Maria Perfeito (63kg), Yasmin Maruyama (70kg) e Vitória Camila Ponce (78kg) asseguraram a vice-liderança do judô feminino da classe júnior a Mato Grosso do Sul.

Já os judocas sul-mato-grossenses conquistaram três medalhas de bronze e garantiram a nona colocação na classificação do naipe masculino, contribuindo decisivamente na conquista da quinta colocação geral no certame.

Atletas e dirigentes do Estado de São Paulo, campeão geral do certame

No total, a equipe comandada pelos professores Alessandro Nascimento (Buiu) e Marco Aurélio Moura obteve dez medalhas, ficando atrás apenas de São Paulo. Esse resultado expressivo coloca Mato Grosso do Sul entre as principais potências do judô do Brasil.

Equipe de Minas Gerais impõe-se como vice-campeã geral do certame

A seleção mineira de judô obteve um resultado bastante expressivo, conquistando oito medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e quatro de bronze, que asseguraram o vice-campeonato geral do certame.

De quebra, os mineiros também foram vice-campeões do naipe masculino, totalizando uma medalha de ouro, duas de prata e duas de bronze.

O pódio do peso meio-leve feminino

Com os pódios alcançados por Amanda Lima (48kg), Maria Taba (52kg), Júlio Koda Filho (73kg), Matheus Oliveira (73kg), Leonardo Lopes (81kg), Millena da Silva (79kg), Luan Ferreira (100kg) e Daniel Araújo (100kg), Minas Gerais se renova e mostra que está voltando para a briga nas classes júnior e sênior.

Rondônia faz história e fica em terceiro lugar no feminino

A seleção de Rondônia fez história nesta edição do brasileiro júnior, terminando em terceiro lugar no feminino e na sexta colocação geral da competição.

A medalha de ouro conquistada pela judoca peso superligeiro Amanda Arraes, da Nunes Associação Esportiva de Cacoal (NAEC), projetou o Estado no quadro de medalhas e a atleta rondoniense no ranking nacional sub 21.

O pódio do peso ligeiro feminino

Bronze no mundial sub 18 e campeã do Troféu Brasil Interclubes de 2017, a faixa preta san-dan Amanda Arraes se consolida como a primeira colocada no ranking nacional numa classe em que o Brasil reúne grandes atletas e forte tradição. Sua conquista valoriza a gestão do professor Antônio Carlos Tenório, presidente da Federação de Judô de Rondônia, e destaca o trabalho do sensei Antônio Marques Nunes no cenário nacional.

Dirigentes e técnica avaliam desempenho da equipe paulista

Na avaliação de Joji Kimura, coordenador técnico da Federação Paulista de Judô, o desempenho em Lauro de Freitas premia o esforço de todos os professores do Estado.

“Foi um ótimo resultado. Acredito que o trabalho realizado nos clubes e associações de São Paulo está sendo recompensado, pois nos últimos anos os técnicos e professores buscam aprimoramento técnico e aplicam novos modelos de treinamento. Sinto que estamos num momento muito bom para esta classe”, avaliou Kimura

O pódio do peso ligeiro masculino

Andréa Oguma, técnica da seleção paulista feminina sub 21 e do Esporte Clube Pinheiros, credita a vitória expressiva da classe feminina à enorme competição existente no Estado de São Paulo.         ,

“Nossas meninas tiveram um desempenho excelente, e enfrentaram adversárias com as quais disputam o topo do ranking nacional. Acredito que, além do trabalho bem desenvolvido pelos professores dos clubes e associações, o fato de o campeonato paulista ser muito forte, agregado à enorme competição interna, faz com que os atletas cheguem muito fortes e bem preparados”, disse Andréa.

Alessandro Puglia elogiou o trabalho desenvolvido pelas agremiações paulistas e destacou o comprometimento de todos os judocas que participaram das diversas fases das competições em São Paulo.

O pódio do peso meio-médio feminino

“Realmente, conquistamos um resultado expressivo que comprova o grande trabalho que vem sendo feito pelos clubes e escolas paulistas. Talvez alguns Estados tenham se surpreendido com o número significativo de medalhas de ouro que obtivemos, mas este feito é consequência da política de descentralização que estamos promovendo em São Paulo, da seriedade dos nossos professores e do comprometimento de todos os atletas que participaram das fases regional, inter-regional e final do campeonato paulista”, disse o presidente da FPJudô.

Parabenizando a comissão técnica, atletas e chefe da delegação, Puglia finalizou destacando a força de um grande trabalho em equipe.

“Este feito mostra o resultado de um trabalho coeso, que começa nos dojôs espalhados em nossas 16 delegacias regionais. Esta conquista comprova que estamos no caminho certo, e vamos em busca de fortalecer a tradição hegemônica do judô paulista no cenário nacional. Não acho que esta vitória desmereça o trabalho feito em outras regiões do Brasil. Penso que, juntos, os 27 Estados brasileiros precisam desenvolver esforços para elevar cada vez mais o nível técnico do judô do Brasil”, recomendou Alessandro Puglia.

O pódio do peso meio-leve masculino

Francisco de Carvalho Filho também creditou aos professores e técnicos paulistas o resultado expressivo obtido pelo selecionado bandeirante.

“São Paulo foi à Bahia com 20 atletas e obteve 16 medalhas. Este é sem dúvida um fato marcante, uma conquista emblemática que engrandece e projeta o trabalho de todos os professores paulistas e das pessoas que participam do processo de gestão técnica da Federação Paulista de Judô”, disse o dirigente. Mas ele não vê com bons olhos a conquista de tantas medalhas de ouro por um único Estado.

“Este resultado é importante, porém, no meu entender, não é motivo para comemoração e sim para ser lamentado, pois seria muito melhor que estas medalhas tivessem sido distribuídas pelas demais 26 federações estaduais. Daí sim teríamos maior competitividade e todos estaríamos crescendo juntos tecnicamente. São Paulo não pode e não deve distanciar-se muito dos demais Estados. Isso não é bom para São Paulo e muito menos para o judô brasileiro”, disse Chico do Judô, que defende maior transferência de conhecimento a partir de São Paulo.

O pódio do peso médio masculino

“É por isso que há décadas defendo que nós temos de distribuir conhecimento técnico com os demais Estados brasileiros. Deveríamos enviar professores formadores e técnicos experientes sistematicamente para outros Estados e regiões do País, independentemente de políticas, bairrismos, vaidades e conceitos tribais. Até mesmo por sua história e origem, o judô de São Paulo é diferenciado, e um grande exemplo disso são os exames de graduação. O número de faixas pretas san-dans que a FPJ forma anualmente é significativamente maior que o dos formados pelos demais Estados juntos. Não dá para fechar os olhos, querer nivelar na marra ou falar em homogeneidade. Isso é balela e só faz aumentar o abismo técnico que lamentavelmente nos separa”, cravou Francisco de Carvalho.

Campeãs do Feminino

Amanda Arraes (44kg/RO)

Laura Ferreira (48kg/SP)

Larissa Pimenta (52kg/SP)

Ketleyn Nascimento (57kg/SP)

Gabriella Moraes (63kg/SP)

Ellen Santana (70kg/SP)

Camila Ponce (78kg/MS)

Beatriz Souza (+78kg/SP)

O pódio do peso meio-médio masculino

Campeões do Masculino

Matheus Takaki (55kg/DF)

Renan Torres (60kg/SP)

Michael Marcelino (66kg/SP)

Júlio Koda Filho (73kg/MG)

Marcelo Gomes (81kg/SP)

Giovani Ferreira (90kg/SP)

Lucas Lima (100kg/SP)

Arthur Barboza (+100kg/RJ)

O pódio do peso superligeiro feminino

O pódio do peso médio feminino

 

Classificação Geral