Em Honduras, Paulo Cézar de Oliveira mostra comprometimento com o judô e paixão pela arbitragem

Paulo César de Oliveira Ferreira, árbitro FIJ A de Roraima

Em sua sétima participação em seminários para árbitros e técnicos realizados pela FIJ, o dirigente roraimense fala sobre os caminhos que o levaram ao topo da arbitragem mundial

Arbitragem
14 de fevereiro de 2020
Por PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS E ARQUIVO
Curitiba – PR

Árbitro FIJ A e presidente da Federação de Judô do Estado de Roraima, Paulo Cézar de Oliveira Ferreira participa em Honduras do seminário Internacional para árbitros e técnicos promovido de 14 a 18 de fevereiro pela Federação Internacional de Judô, com apoio da Confederação Pan-Americana de Judô.

Segundo o árbitro roraimense, o objetivo do seminário, ministrado pelo espanhol Juan Carlos Barcos, diretor-chefe de Arbitragem da Federação Internacional de Judô, é manter os árbitros atualizados, esclarecendo todas as mudanças que a FIJ promove nas regras da modalidade anualmente, de forma a melhorar o desempenho da categoria.

Paulo César com o canadense Donald Ferland, diretor de Arbitragem da CPJ e outro colega norte-americano

Paulo César lembra que o evento costuma atrair os melhores árbitros do mundo e neste ano, além dele, o Brasil está representado por Takeshi Yokoti (SP), Marilaine Ferranti (SP), Edna Pioker (SP), Edilson Hobold (PR), Leonardo Stacciarini (GO), Sérgio Ricardo Borba (SC), Kendi Yamamoto (SP), Michel Gomes (GO), Márcio Gomes (RO), Angel Peleteiro (BA), Diômedes Reis (AM), Bruno Ramos (DF) e Marcelo Colona (RJ).

Atendendo a uma recomendação da FIJ, a Confederação Brasileira de Judô tem coibido a atuação de dirigentes na arbitragem, caso de Paulo Cézar. “É uma determinação da FIJ, e temos que nos adequar”, lamentou. “Sigo participando dos seminários porque quero manter-me informado. Acredito que essa decisão possa ser alterada e as coisas voltem a ser como eram.”

Paulo César Oliveira arbitrando o mundial veteranos de Cancún 2018

Um dos árbitros mais experientes do País e professor 6º dan, Paulo Cézar, mesmo assim, avalia positivamente o momento da arbitragem no Brasil e no mundo. “Entendo que a nomeação do professor Edison Minakawa para assumir a gestão de nacional de arbitragem foi 100% correta. Aliás, foi uma escolha brilhante. Ele é uma pessoa com conhecimento muito grande, um excelente coordenador e ostenta uma didática notável. Acho que a arbitragem atingiu um nível técnico altíssimo no Brasil e no exterior.”

Passo a passo de uma trajetória emblemática

Nascido em 4 de fevereiro de 1958 no Rio de Janeiro (RJ), o professor kodansha começou no judô aos 14 anos no dojô da Universidade Gama Filho, com os senseis Leopoldo Levindo Deluca e Edson Leandro da Silva, o Sansão.

Apesar de desde jovem sentir-se atraído pela arbitragem, somente aos 34 anos tornou-se árbitro da Federação de Judô do Estado de Roraima, nacional em 2009 e em 2011 passou no exame para árbitro internacional FIJ A, atingindo assim o mais alto nível na arbitragem mundial.

Paulo César de Oliveira e Paulo Wanderley Teixeira ex-presidente da CBJ e grande incentivador do judô roraimense

“Sempre me senti atraído pela arbitragem, uma parte importante dos combates. Inspirei-me no professor José Pereira da Silva, que posteriormente tornou-se gestor nacional de arbitragem da Confederação Brasileira de Judô”, disse.

Paulo Cézar atuou na Copa do Mundo de Belo Horizonte, nos campeonatos mundiais veteranos realizados em Málaga, Amsterdam, Fort Lauderdale, Olbia e Cancún, no sul-americano do Chile, no Continental Open da Argentina e nos pan-americanos sub 13 e sub 15 que aconteceram no México, além de dezenas de campeonatos brasileiros e jogos escolares.

Em Honduras, Paulo Cézar manifestou sua alegria por reencontrar colegas de dezenas de países que atuam na arbitragem internacional.

“Desembarcar num país estrangeiro e rever amigos que há décadas militam comigo na arbitragem é sempre muito emocionante, e isso não tem preço. Mas, independentemente da função de árbitro, daquele professor que intermedia e conduz os combates, penso que todos os judocas deveriam conhecer a arbitragem a fundo, pois é o árbitro que mostra o que está certo ou errado. A contrapartida disso é que todos os árbitros também precisam obrigatoriamente conhecer as técnicas de judô a fundo. Somente assim poderão conduzir os combates com isenção, seriedade e total conhecimento de causa. Tudo está intrinsecamente ligado.”

Árbitros que atuaram na área 1 do Mundial de Cancún: Dan Ionescus (Romênia), Harald van Mulukom (Holanda), Carlos Lazaga (México), Diane (Estados Unidos), Paulo César (Brasil) e Mark Hirota Estados Unidos

Além de árbitro FIJ A e presidente da Federação de Judô do Estado de Roraima, Paulo Cézar é professor na Associação Kodokan de Judô de Roraima, em Boa Vista. Há 28 anos mantém o dojô junto com a esposa, a faixa-preta Katia Ferreira, responsável pelas áreas técnica e administrativa da associação situada na capital roraimense. As filhas Anna Carolina, que é faixa preta, e Hannah Ferreira, faixa marrom, seguem o caminho dos pais e prometem perpetuar a tradição da família nos tatamis.

Paulo César em seu dojô em Boa Vista (RR)

Os amigos da arbitragem pan-americana, Paulo César e Mark Hirota (USA)

Árbitros que atuaram no mundial veteranos realizado no México