22 de dezembro de 2024
Em sua segunda participação nos Jogos Paralímpicos, Alana Maldonado quer o ouro em Tóquio
A judoca peso médio de Tupã, está confiante e se diz preparada para alcançar seu grande sonho: o lugar mais alto do pódio em Tóquio
Fonte Ascom CPB
21 DE AGOSTO DE 2021 / CURITIBA (PR)
Medalhista de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, a paulista Alana Martins Maldonado, de 26 anos, está confiante e se diz preparada para alcançar o grande sonho: o ouro em Tóquio. A judoca, da categoria até 70kg, disputa, pela segunda vez, uma edição paralímpica e sobe nos tatamis da imponente e simbólica arena Nippon Budokan, em 29 de agosto.
“Estou na minha melhor forma, física e técnica. Agora faço os últimos ajustes nos treinos para realizar meu sonho que é ser medalhista de ouro”, contou a atual campeã mundial da categoria.
Alana acompanhou a participação dos brasileiros na edição Olímpica em Tóquio e pretende levar para os tatamis a lição aprendida com os colegas que voltaram com as duas medalhas de bronze, conquistadas pelos gaúchos da Sogipa, Mayra Aguiar e Daniel Cargnin.
A judoca destacou também a determinação de Maria Portela, eliminada após ser penalizada no golden score depois de 15 minutos de luta. “Eu assisti o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos e dava um frio na barriga pensar que eu logo estaria ali na Arena”, disse.
“As medalhas da Mayra e do Daniel foram incríveis. A luta da Maria Portela foi de muita superação e garra. É difícil fazer quase quatro minutos de luta normal e depois mais 12 de golden score. A verdade é que temos gente que estar preparadas para uma disputa de 15 minutos”, afirmou Alana, que tem feito um trabalho de preparação física intenso para encarar as adversárias.
Em busca do topo
Na edição olímpica, entre julho e agosto, os japoneses tiveram êxito dentro de casa. Mas isso não assusta a brasileira. “O Japão dominou o judô olímpico e acredito que venha forte também no paralímpico. Aqui é a terra do judô, mas, na minha categoria, a japonesa é novata”, lembrou.
Alana tem consciência que o nível da competição é forte e vem pronta para enfrentar todas as adversárias, inclusive a maior rival, a mexicana Lênia Fabiola Ruvalcaba Alvarez. “A gente vem se enfrentando em várias finais. Sei que nos Jogos Paralímpicos estão as melhores lutadoras do mundo, então a preocupação não é só com a mexicana, mas com todas as adversárias”, afirmou a brasileira.
A disputa por medalhas entre Alana e Lênia é antiga. As duas se enfrentaram na final dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015, e na final dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, quando a brasileira sofreu o revés após dois wazari e ficou com a prata. Agora, Alana vai para cima da mexicana em busca do inédito primeiro lugar no pódio.
“Eu observo a luta da Lênia, mas ela também estuda a minha. Isso faz com que fique uma disputa bem calculada, na espera de um erro da adversária. Ela fica mais na defensiva e eu mais no ataque. Assim, se não entro no golpe, acabo tomando punição. Foi assim que perdi a final do Parapan”, lembrou Alana.
Histórico
Alana pratica judô desde os 4 anos e começou na modalidade paralímpica com 14, quando foi diagnosticada com a doença de Stargardt, que provoca perda de visão progressiva.
Nos Jogos Paralímpicos, o judô é disputado por atletas com deficiência visual e a paulista é da classe B3 (baixa visão).
A primeira convocação de Alana para a seleção brasileira paralímpica foi aos 14 anos. E o currículo da atleta é extenso: líder do ranking mundial na categoria até 70 kg; prata nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; ouro no Campeonato Mundial 2018 em Portugal; prata na Copa do Mundo 2018 na Turquia; ouro na Copa do Mundo 2019 e 2017 no Uzbequistão; prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016; bronze nos Jogos Mundiais da IBSA 2015 na Coreia do Sul e prata nos Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015.
Agenda
As disputas da modalidade começam dia 27, sexta-feira. Alana entra no tatame dois dias depois. O sorteio para a chave acontece em 28 de agosto.