20 de fevereiro de 2025
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O Conselho Regional de Educação Física do Estado do Paraná (CREF9/PR) promoveu sábado passado (9) mais duas palestras em comemoração ao mês do Profissional de Educação Física. Marcelo Hagebock Guimarães (CREF 010101-G/PR), conselheiro da instituição e profissional da área da saúde lotado na Secretaria de Saúde de Curitiba, falou sobre os desafios da atividade física relacionada à saúde, enquanto o delegado Robinson Simões Lombardi Pedro (CREF 001937-P/PR) discorreu sobre gestão de carreira. Ambas as palestras puderam ser acompanhadas presencialmente e pelo YouTube.
O conselheiro do CREF9 começou detalhando a descrição de saúde feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Entretanto, o palestrante explicou que, se esse conceito for levado ao pé da letra, jamais as pessoas terão saúde, devido às exigências do dia a dia. Mas frisou que o conceito serve como base para que se avalie em que momento o Profissional de Educação Física deve se envolver na saúde das pessoas.
“Dessa forma”, explicou Hagebock, “é necessário partir do princípio de que as políticas públicas devem estar focadas nos condicionantes e determinantes de saúde. Isso significa que para a pessoa ter saúde vários fatores estão envolvidos, entre eles acesso a boa educação, saneamento básico e água, boa alimentação, serviços de saúde, aspectos vinculados a sua habitação e aspectos individuais.”
Para Hagebock, quando se pensa em políticas de saúde no Brasil é fundamental relembrar que a Constituição Federal, em seu artigo 196, estabelece a saúde como direito de todos e dever do Estado, garantido medidas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Hagebock explicou que é necessário partir do princípio de que as políticas públicas devem estar focadas nos condicionantes e determinantes de saúde © Global Sports
É aí que entra a questão da atividade física dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e o papel do Ministério da Saúde (MS) ao desenvolver diversas ações relativas à atividade física em suas políticas. “Além dos benefícios que a atividade física oferece ao indivíduo, o MS vincula essa política à questão econômica. Então, investir na atividade física reduz internamentos, tratamentos com especialistas, exames especializados, cirurgias e diversos outros procedimentos que oneram cada vez mais o SUS. Logo, quando falamos em promover a atividade física, além de mencionarmos todos os benefícios obtidos com a prática, falamos em economia para os cofres públicos e para a sociedade.”
Hagebock respondeu que nada mais é do que qualquer movimento corporal praticado de maneira voluntária, produzindo um gasto energético acima do repouso. “Mas, quando falamos de exercício físico, trata-se de uma atividade planejada, estruturada e repetitiva, que requer a intervenção dos Profissionais de Educação Física, os responsáveis por dinamizar o exercício físico. Ou seja, o exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico.”
Marcelo Hagebock informou que há alguns anos o MS já tem a Política Nacional de Atenção Básica (Portaria 2.436 de 21 de setembro de 2017 e a Portaria de Consolidação Nº 2 de 2017) e a Política Nacional de Promoção da Saúde (Portaria de Consolidação Nº 2 de 28 de setembro de 2017), ambas incluindo a atividade física como eixo norteador.
Na avaliação dele, trata-se de um grande ganho para a população e para os Profissionais de Educação Física, pois, se a política oficial considera a atividade física um fator primordial para promoção da saúde, prevenção de doenças e melhora da qualidade de vida do usuário, o Profissional de Educação Física tem de estar presente para fazer essa intervenção nas atividades voltadas ao usuário do SUS.
Hagebock falou ainda sobre a importância de o Profissional de Educação Física estar incluído nas políticas públicas, pois foi com base nelas que o MS desenvolveu os programas de incentivo financeiro para atividade física, sendo eles Academia de Saúde (Portaria de Consolidação Nº 5 de 28 de setembro de 2017), Incentivo à Atividade Física/IAF (Portaria Nº 1.105 de 15 de maio de 2022) e Equipe Multidisciplinar/EMULTI (Portaria Nº 635 de 22 de maio de 2023). Com base nisso ele detalhou os principais desafios:
Conselheiro do CREF9/PR, Marcelo Hagebock é profissional da área da saúde lotado na Secretaria de Saúde de Curitiba © Global Sports
Em seguida o professor abordou temas como tipos de exercício, como garantir a inclusão social de todos dentro da atividade física, formação profissional, atividade física para cada fase da vida e os níveis de intensidade.
Para finalizar Hagebock ressaltou o papel dos profissionais de saúde em relação à atividade física, citando:
Para conferir esta palestra na íntegra clique AQUI.
Dando continuidade às palestras do dia, o professor Robinson Simões Lombardi Pedro começou falando que tudo começa na comunicação. Como exemplo citou o momento em que o profissional está dando aula de ginástica: ali ele é o fator decisivo, como o maestro na orquestra. Ele conduz a aula e os alunos devem segui-lo. O mesmo vale na conversa com o cliente. Nos dois casos a arte de se comunicar é fator determinante.
O delegado do CREF9/PR enfatizou que as pessoas tendem a limitar-se a apenas um foco de trabalho e que o profissional tem de ir além. Para isso, a experiência vai fazer a diferença, e conhecer nichos específicos de mercado nos quais poderá atuar vai proporcional progresso.
O professor Robinson Simões falou sobre gestão de carreira e explicou que tudo começa na comunicação © Global Sports
Dando um exemplo de empreendedorismo, Simões contou que no início da sua carreira fez cartazes com vários tipos de alongamento e os distribuiu a alguns condomínios para que fossem colocados nos elevadores. Dessa forma, ele acabou conhecendo pessoas que se alongavam usando seu cartaz e que se interessaram por seus serviços. Logo após ele fez a sua primeira parceria com a Atlas, oferecendo outros tipos de serviço, e começou a diversificá-los e terceirizá-los.
Como professor com vasta experiência na área, ele não vê outra forma de chegar ao mercado sem lançar-se. Isso significa que primeiramente é preciso atuar como estagiário ou professor de musculação ou ginástica, mostrando suas habilidades, para depois atuar como personal trainer.
Simões falou ainda sobre o preço das aulas: “É necessário que aquele tempo com o aluno seja mágico; o que o professor propõe tem de valer”. Ele ressaltou também a necessidade de ter objetivos claros e que para atingi-los é preciso interagir com os profissionais da saúde, como médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos.
Em sua palestra, Simões deu vários exemplos de plataformas e aplicativos que podem ser úteis ao Profissional de Educação Física, sendo eles:
Robinson Simões Lombardi Pedro é delegado do CREF9/PR © Global Sports
Depois de explicar como faz a gestão do seu negócio, Simões enfatizou que as coisas são construídas com o tempo e experiência e que quem se forma em Educação Física é apenas professor de musculação/ginástica. “Mas depois pode dar assessoria de treino, aulas como personal trainer em academias convencionais ou residenciais ou até mesmo montar academias em condomínios. Mas para isso é importante escolher um nicho e trabalhar tendo ele como foco.”
Para conferir essa palestra na íntegra clique AQUI.
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