18 de novembro de 2024
Equipes da Argentina, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais resgatam o glamour do Torneio Beneméritos
Club Atlético Lanús, da Argentina, Associação Desportiva Moura, de Campo Grande (MS), e Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte, reafirmam a importância e a tradição da competição por equipes mais antiga do Brasil
50º Torneio Beneméritos de Judô do Brasil
03 de outubro de 2018
Por PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Mogi das Cruzes – SP
Com apoio da Prefeitura de Mogi das Cruzes, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou a 50ª edição do Torneio Beneméritos de Judô do Brasil, a mais antiga e tradicional competição por equipes do judô verde e amarelo.
O torneio realizou-se no ginásio municipal Professor Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes (SP), no sábado 22 de setembro, e contou com a participação das grandes equipes de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e uma da Argentina.
A cerimônia de abertura reuniu diversas autoridades esportivas, entre as quais Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Roberto Joji Shiba Kimura, coordenador técnico da FPJudô; José Antônio Jantália, vice-presidente da FPJudô; Cláudio Calasans Camargo, delegado da 2ª DRJ Vale do Paraíba; Celso de Almeida Leite, delegado da 15ª DRJ Grande Campinas; Julio Jacopi , delegado da 9ª DRJ ABC; Kendi Yamamoto, coordenador de arbitragem da 1ª DRJ Capital; e os professores kodanshas Sadao Fleming Mulero, Paulo Duarte, Tomyo Takayama, Michiharu Sogabe, Gildemar de Carvalho, Paulo Alvim Muhlfarth, Yoshiyuki Shimotsu e Daniel Dell’Aquila, presidente do Clube Paineiras do Morumby; e os professores visitantes Marco Aurélio Moura, diretor Associação Desportiva Moura, e Ignacio Damián Narváez, representante do Club Atlético Lanús.
Durante a cerimônia de abertura o técnico argentino Ignacio Narváez homenageou dirigentes paulistas e destacou a receptividade demonstrada pelos judocas de São Paulo.
“Vir ao Beneméritos era um projeto antigo e felizmente este ano conseguimos realizar. Fui atleta e sempre soube da tradição do judô de São Paulo. Na Argentina todos sabem que aqui está o melhor judô do Brasil e das Américas, e estar aqui é a realização de um sonho antigo. O ponto alto da disputa foi o elevado nível técnico, mas no campo pessoal destaco a hospitalidade e o carinho demonstrado por todos. Desde o mais alto dirigente ao atleta mais inexperiente. Foi uma experiência fantástica”, disse o técnico go-dan.
A cada edição o mais tradicional torneio por equipes do Brasil homenageia os professores pioneiros da modalidade, entregando aos campeões de cada classe troféus que levam o nome dos professores beneméritos.
Este ano as equipes campeãs foram premiadas com troféus que levavam os nomes dos professores kodanshas Nobuo Suga, Ikuo Onodera, Matheus Sugizaki, Sebastião Germano da Silva, Miriam Tereza Bezerra Correa, Messias Rodarte Correa, Edgar Ozon, Mário Katsumi Matsuda e Yokichi Kimura.
Professores destacam a relevância histórica do Torneio Beneméritos
Na avaliação do professor kodansha 8º dan Sadao Fleming Mulero, o ponto alto do Torneio Beneméritos são as homenagens feitas aos antepassados.
“O fato marcante deste evento é lembrar e reverenciar nossos antepassados, os professores que trabalharam pelo desenvolvimento do judô do Brasil, fizeram excelentes professores e formaram muitos faixas pretas, milhares de pessoas e profissionais que hoje atuam nas mais diversas áreas. Não podemos esquecer-nos do trabalho que encontramos pronto e foi feito pelos professores Ogawa, Ono, Kihara e Okoshi, entre outros”, disse Mulero.
José Antônio Jantália destacou a necessidade de vivenciar e relembrar constantemente a história da Federação Paulista de Judô.
“Há quem diga que nós brasileiros esquecemos a história rapidamente, e um dos principais objetivos do Beneméritos é justamente homenagear os precursores da modalidade. Nossa história tem de ser lembrada constantemente, pois do contrário ela se perde. Nesse contexto cito nomes de alguns judocas notáveis que muito contribuíram na edificação do judô paulista e brasileiro: Mozumo Abe, Sérgio Adib Bahi, Ikuo Onodera, Fuyuo Oide, Messias Rodarte Correa, Mata Sugizaki, Naoishi Ono, Matsuo Ogawa, Luiz Tambucci e Mateus Sugizaki, entre outros”, lembrou o dirigente paulista.
Alessandro Puglia falou sobre a necessidade de manter o atual formato original de disputa, visando a dar continuidade à tradição da modalidade.
“Em sua 50ª edição, esta competição envolve grande parte da história da Federação Paulista de Judô. Os grandes atletas de São Paulo disputaram este certame. Estamos relutando em mudar o formato de disputa, até mesmo para preservar esta grande tradição do judô do Estado de São Paulo”, explicou Puglia.
Paulo Duarte lembrou que no passado as principais equipes se digladiavam pelo troféu Tatsuo Okoshi, o mais emblemático do Torneio Beneméritos.
“Por muitos anos o Torneio Beneméritos foi considerado o principal campeonato por equipes do Brasil. Os melhores times do País queriam participar da disputa mais emocionante do judô verde e amarelo, e lutavam fervorosamente para conquistar o troféu Tatsuo Okoshi. Com o tempo o evento perdeu parte do glamour, mas é sempre muito bacana ver torneios por equipe. Espero que com o tempo a FPJudô consiga resgatar a importância deste certame”, disse o professor Duarte.
Joji Kimura lembrou que muitas vezes o Beneméritos oferece um custo mais elevado para algumas equipes, mas a manutenção desta tradição tem mantido a chama acesa.
“A vibração e a energia da torcida são o grande diferencial do Torneio Benemérito do Brasil. Uma competição individual não possui o carisma e a emoção que vivenciamos aqui. Acredito que, quando contextualizamos um trabalho em equipe, fortalecemos conceitos como a união e o comprometimento, fatores que invariavelmente motivam todos os atletas, e este é o grande diferencial deste certame”, destacou Kimura.
Marco Aurélio Moura comemorou a conquista do Troféu Sensei Messias Rodarte Correa no sub 18, além do vice-campeonato do sub 15 feminino e do terceiro lugar no sub 15 masculino.
“Iniciei minha trajetória nos tatamis muito cedo, e quando atleta disputei quatro edições do Benemérito, no qual conquistei uma medalha de bronze que guardo com muito orgulho. É uma competição muito tradicional e muito difícil, mas vale o esforço, pois o intercâmbio técnico é gigantesco. Conquistamos o título da casse juvenil, além de importantes medalhas em outras classes e voltaremos para casa muito felizes”, disse o técnico sul-mato-grossense, que é o diretor técnico da Associação Desportiva Moura.
Francisco de Carvalho Filho destacou a importância da competição e falou sobre as mudanças que deverão reforçar a tradição e a importância do torneio.
“O Torneio Beneméritos do Judô do Brasil é uma competição peculiar por vários motivos. Além de contemplar equipes, é um dos campeonatos mais antigos do Brasil. Nesta 50ª edição reuniu 54 delas, que disputaram medalhas ainda no formato tradicional. Nossa coordenação técnica estuda a possibilidade de alterar o formato da competição e criar mecanismos para torná-la mais atraente. O grande diferencial desta competição é a homenagem que anualmente fazemos aos técnicos e professores que mais se destacaram no cenário competitivo”, explicou o dirigente paulista.
Paineiras do Morumby e Judô Clube Mogi das Cruzes foram campeões em duas classes
Nove títulos estavam em disputa, mas apenas sete agremiações subiram ao lugar mais alto do pódio, porque o Clube Paineiras do Morumby e o Judô Clube Mogi das Cruzes foram campeões em duas classes.
A equipe da Zona Sul da capital paulista conquistou o ouro das classes pré-juvenil e sênior, ratificando o poderio do Clube Paineiras – presidido por Daniel Dell’Aquila, ex-atleta da seleção brasileira – possui na base e no alto rendimento. O experiente professor Alexandre Lee, ex-atleta da seleção brasileira de judô, coordena a comissão técnica paineirense.
Comandado pelos senseis Joji e Yoshio Kimura, o Judô Clube Mogi das Cruzes foi campeão pré-juvenil feminino e sênior feminino, faturando os troféus Miriam Tereza Bezerra Correa e Mário Katsumi Matsuda. O resultado expressivo premia o excelente trabalho que a equipe mogiana vem desenvolvendo no judô feminino nas últimas temporadas.
Ratificando o grande trabalho que é feito na base pelo sensei Rogério Quintela, o Ateneu Barão de Mauá foi campeão infantil e levou o troféu Sensei Ikuo Onodera para Ribeirão Preto.
Outra equipe campeã que vem desenvolvendo excelente trabalho nas categorias de base é a Associação Cultural Esportiva e Recreativa de Tupã (ACERT). Comandada pelo renomado professor Raul de Mello Senra Bisneto, delegado da 4ª DRJ Alta Paulista, a equipe venceu na classe infanto-juvenil e levou para Tupã o troféu Sensei Sebastião Germano da Silva. Os professores Joaquim Teruo Nakamura, Eduardo Domingues Marandola, Guilherme Meira Trocolli e Gabriel Bassoli completam a comissão técnica da ACERT.
Apresentando um grande trabalho nas equipes de base, a Associação Desportiva Moura de Campo Grande foi campeã juvenil (sub 18) e levou o troféu Sensei Messias Rodarte Correa para o Mato Grosso do Sul.
O Minas Tênis Clube conquistou o ouro na classe júnior (sub 21) masculino e faturou o troféu Sensei Nobuo Suga, que agora integrará a gigantesca galeria de prêmios da equipe mineira, em Belo Horizonte.
No máster masculino a equipe do São Paulo Futebol Clube nadou a braçadas e, além das medalhas de ouro, faturou o troféu Sensei Yokichi Kimura.
Campeões por classe
Sub 11 – Ateneu Barão de Mauá – Troféu Sensei Ikuo Onodera
Sub 13 – A.C.E.R. de Tupã – Troféu Sensei Sebastião Germano da Silva
Sub 15 – Clube Paineiras do Morumby – Troféu Sensei Matheus Sugizaki
Sub 15 – Judô Clube Mogi das Cruzes – Troféu Miriam Tereza Bezerra Correa
Sub 18 – Associação Desportiva Moura (MS) – Troféu Sensei Messias Rodarte Correa
Sub 21 – Minas Tênis Clube (MG) – Troféu Sensei Nobuo Suga
Sênior Masculino – Clube Paineiras do Morumby – Troféu Sensei Edgar Ozon
Sênior Feminino – Judô Clube Mogi das Cruzes – Troféu Sensei Mário Katsumi Matsuda
Veteranos Masculino – São Paulo Futebol Clube – Troféu Sensei Yokichi Kimura