Erika Miranda e Maria Portela reforçam a equipe técnica da CBJ e ampliam a presença feminina no judô brasileiro

Erika Miranda e Maria Portela serão treinadoras das equipes sub-21 e sub-18, respectivamente © Fotomontagem CBJ

Projeto Liderança e Atuação da Mulher no Judô impulsiona inclusão e desenvolvimento de treinadoras na CBJ.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 19 de março de 2025

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) deu um passo inovador rumo à valorização e inclusão das mulheres em cargos de liderança no judô nacional. Como parte do projeto Liderança e Atuação da Mulher no Judô, a entidade anunciou a chegada das ex-atletas olímpicas Erika Miranda e Maria Portela à comissão técnica das seleções juvenil e júnior.

A iniciativa, idealizada pela CBJ e recentemente aprovada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), tem como objetivo ampliar a participação feminina em funções estratégicas e contribuir para a formação das futuras gerações do judô brasileiro. Erika e Maria estreiam oficialmente no novo desafio neste sábado (22), na Thuringia Cup, na Alemanha.

Experiência de campeãs a serviço da nova geração

Para o presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira, a inclusão de Erika Miranda e Maria Portela na equipe técnica fortalece ainda mais a estrutura do judô brasileiro.

“A CBJ e o judô nacional ganham muito com a chegada da Erika e da Maria. Ambas possuem trajetórias brilhantes na Seleção Brasileira e, agora, trazem essa experiência para a formação dos nossos jovens atletas. Estamos comprometidos em qualificar e criar mais oportunidades para treinadoras, e esse projeto reflete o caminho que queremos seguir”, destacou o dirigente.

Erika Miranda: experiência internacional para fortalecer a base

Erika Miranda, cinco vezes medalhista mundial e atleta olímpica em Londres 2012 e Rio 2016, dedicou mais de uma década à Seleção Brasileira antes de se aposentar em 2018. Nos últimos três anos, trabalhou como treinadora da Seleção Alemã Feminina, ajudando a desenvolver talentos como as gêmeas Mascha e Seija Ballhaus.

Agora de volta ao Brasil, Erika assume a missão de contribuir com o desenvolvimento das equipes de base, especialmente na transição para o alto rendimento.

“Estou muito feliz em retornar ao judô brasileiro e encarar esse novo desafio. Passei um período incrível na Alemanha, mas acredito que a classe júnior permite um trabalho mais profundo na formação dos atletas. Quero usar minha experiência para fortalecer as meninas, principalmente no aspecto tático em competições. Além disso, aprendi a ser uma treinadora mais humana, e acredito que isso será um diferencial para o nosso trabalho”, afirmou Erika.

Maria Portela: continuidade e crescimento na CBJ

Maria Portela, atleta olímpica em Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, já havia estreado como treinadora da Seleção Juvenil em 2024, por meio do Programa de Capacitação e Integração de Técnicos (ProCIT). No ano passado, participou da comissão técnica na Copa Europeia de Porec e no Campeonato Mundial Sub 18, ajudando o Brasil a alcançar seu melhor resultado na história da competição.

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Agora, sua integração à CBJ se torna definitiva, permitindo que contribua para a formação de jovens atletas em todas as ações internacionais de 2025.

“Em 2024, tive a oportunidade de conhecer de perto o trabalho das Equipes de Transição, e foi uma experiência enriquecedora. Pude somar e aprender muito ao lado dos atletas. A sensação que tive foi a de ser uma ‘ferramenta’ para transmitir detalhes que adquiri ao longo da minha trajetória nos tatamis. Agora, tenho a honra de fazer parte deste projeto inovador da CBJ, que certamente abrirá portas para muitas treinadoras no Brasil.”

Maria concluiu sua transição para a carreira de treinadora com a formação na Universidade Húngara de Ciências do Esporte, com apoio da CBJ e do COB.

“Nosso papel vai além do desempenho esportivo. Queremos ajudar a formar cidadãos e tornar o judô ainda mais inclusivo. Representar as mulheres que batalham por espaço no esporte é uma responsabilidade que assumo com muita alegria, leveza e segurança”, completou.

União dentro e fora dos tatamis

Companheiras na Seleção Brasileira por muitos anos, Erika e Maria agora dividem mais um capítulo de suas carreiras, desta vez na função de treinadoras. A sinergia entre as duas promete agregar ainda mais valor ao trabalho da CBJ.

“Eu e a Maria estivemos juntas em Jogos Olímpicos e sempre tivemos uma grande proximidade. Trabalhar com ela será um privilégio, e acredito que essa parceria trará ótimos frutos para o judô brasileiro”, comentou Erika.

Maria retribuiu o entusiasmo: “Além de colegas de Seleção, criamos uma amizade ao longo dos anos. Agora, dividir essa nova fase com a Erika é uma alegria imensa. Tenho certeza de que aprenderemos muito juntas, assim como com os demais treinadores da comissão técnica.”

Brasil pronto para os desafios internacionais

A estreia de Erika Miranda e Maria Portela na comissão técnica da CBJ acontecerá neste sábado (22), na Thuringia Cup, torneio feminino que reúne algumas das principais seleções do judô mundial. O Brasil será representado por 51 atletas na competição.

Enquanto isso, a equipe masculina do Brasil participará do International Masters de Bremen, também na Alemanha, com os judocas da classe juvenil competindo no sábado (22) e os júnior no domingo (23). No total, cerca de 80 atletas e membros da comissão técnica compõem a delegação brasileira no país.

A CBJ segue investindo no fortalecimento das suas equipes e na criação de novas oportunidades para profissionais do judô. A chegada de Erika Miranda e Maria Portela à comissão técnica representa um avanço significativo na valorização das mulheres no esporte e reforça o compromisso da Confederação com um judô mais inclusivo e plural.

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