Federação Internacional de Judô apresenta novas regras para o ciclo Los Angeles 2028

André Mariano, árbitro FIJ A promovido a supervisor de arbitragem da Federação Internacional de Judô © FIJ

Segundo a FIJ, o objetivo das modificações, que impactarão o judô competitivo no próximo ciclo olímpico, é colocar a decisão de cada combate diretamente nas mãos dos atletas.

Por FIJ
13 de dezembro de 2024 / Curitiba, PR

Com os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e, mais recentemente, o Grand Slam de Tóquio, último evento da temporada, encerrou-se um ciclo e abriu-se outro que levará aos Jogos de Los Angeles 2028. Como ocorre ao final de cada período de desenvolvimento, a Federação Internacional de Judô (FIJ) realizou uma ampla consulta para definir as mudanças que poderiam ou deveriam ser implementadas no judô internacional, com o objetivo de atender às expectativas de modernidade e evolução inerentes a qualquer atividade esportiva.

Em 16 de junho de 2024, todas as federações nacionais foram convidadas a enviar propostas para as regras do judô. Esse prazo se encerrou no final de setembro. As propostas foram compiladas e apresentadas na reunião técnica da FIJ, realizada após o Grand Slam de Abu Dhabi 2024. Elas foram minuciosamente avaliadas e discutidas por um grupo de especialistas antes de serem aprovadas pelo Comitê Executivo da FIJ. A opinião da mídia também foi considerada para responder ao máximo de questões possível.

As alterações nas Regras de Esporte e Arbitragem (SOR) da FIJ, resumidas abaixo, serão oficialmente apresentadas durante a reunião técnica organizada em Istambul, na Turquia, nos próximos dias. Delegados de todas as federações nacionais estarão presentes.

O objetivo dessas modificações, que impactarão o judô competitivo no próximo ciclo olímpico, é colocar a decisão de cada combate diretamente nas mãos dos atletas.

As novas regras serão implementadas pela primeira vez no nível internacional durante o Grand Slam de Paris 2025. Essa versão será utilizada até o Campeonato Mundial Sênior em Budapeste (13 a 20 de junho de 2025), quando será revista após o evento.

Apresentadas após um extenso processo de consulta, as novas regras prometem modernizar a modalidade e colocar as decisões diretamente nas mãos dos atletas © FIJ

Mudanças técnicas nas regras de arbitragem

  • Adição de uma terceira pontuação, o yuko, no ne-waza, que será concedida após 5 segundos de imobilização.
  • O uso da cabeça para projetar e defender será permitido, exceto nas categorias cadetes, onde será penalizado com shido.
  • Todos os agarres no judogi e abaixo do cinturão, até o topo da parte interna da coxa, serão permitidos, mas será dado shido se esses agarres forem usados de maneira negativa.
  • Ganchos nas pernas com as mãos ou braços, pegadas nas calças e tocar a perna da parte interna da coxa para baixo serão proibidos, sendo penalizados com shido.
  • O kumi-kata terá um limite de 30 segundos para ataque.
  • O abraço de urso será permitido no tachi-waza, exceto quando as mãos ou os braços estiverem fechados em círculo, o que será penalizado com shido.
  • Sair involuntariamente da área de combate no tachi-waza ou ne-waza será interrompido com “mate”.
  • Técnicas de kansetsu-waza aplicadas durante projeções, com alto risco de lesão (onde o uke não pode escapar), serão penalizadas com hansoku-make. Para técnicas com menor risco de lesão (onde o uke pode escapar), realizadas com duas mãos em um braço, será marcado “Mate!” e penalizado com shido.
  • Atividade positiva no ne-waza será levada em consideração.
  • O seoi-nage invertido será permitido, exceto nas categorias cadetes, onde será penalizado com shido.

Nas próximas semanas, terá início uma fase importante para explicar as regras e sua aplicação, sempre tendo em mente que os valores do esporte e sua dimensão educacional continuarão no centro dos desenvolvimentos presentes e futuros.

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