FISU altera o formato de licitação para escolha de cidade-sede dos Jogos Universitários

A FISU trouxe de volta a realização de licitações para os Jogos Universitários Mundiais © Getty Images

Também conhecida como Universíade, a FISU abriu o processo de prospecção para cidade-sede. Antes, a escolha era feita pela própria federação

Por Dan Palmer / Inside the Games
8 de julho de 2021

Cidades ao redor do mundo poderão licitar publicamente para as edições de 2027 e 2029 dos Jogos Universitários Mundiais depois que a abordagem interna para selecionar as cidades-sede for encerrada. Desde 2016, os anfitriões dos eventos estudantis são escolhidos por meio de um método baseado em “networking e pesquisa”, sem um processo formal de licitação.

A Federação Internacional de Esportes Universitários (FISU) disse que essa tática foi adotada porque a demanda para sediar os Jogos era muito alta. Em última análise, isso levou ao cenário indesejado de muitas cidades serem rejeitadas, embora elas pudessem ter gastado dinheiro para produzir uma oferta interessante.

Um dos motivos da mudança é que as cidades-sede de verão e inverno em 2027 e 2029 terão muito mais tempo para se preparar. Os anfitriões de 2019 e 2021, em termos de comparação, tiveram apenas dois anos e meio para ficarem prontos.

As licitações de 2027 e 2029 terão início em 1º de setembro e se estenderão até 31 de janeiro de 2022, quando será feita a seleção inicial das potenciais cidades-sede. A abordagem da FISU é notavelmente diferente da decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de descartar as corridas de licitação.

Brisbane agora deve ser premiada com os Jogos Olímpicos de Verão de 2032 na sessão do COI em Tóquio em 21 de julho, com o presidente da entidade, Thomas Bach, alegando que o antigo sistema criou “muitos perdedores” que não voltariam a concorrer. No entanto, a escolha de Brisbane tem enfrentado críticas devido à falta de transparência no processo.

“Para muitos países, sediar os Jogos da FISU é uma grande oportunidade de desenvolver uma atividade e mostrar sua cultura, bem como abrir suas portas para pessoas de todo o mundo”, disse o secretário-geral e presidente-executivo da FISU, Eric Saintrond.

A abordagem da FISU contrasta com a do COI © Getty Images

“Você tem jovens estudantes atletas, profissionais, mídia e espectadores de vários países que se reúnem por três semanas para se divertir, compartilhar suas experiências e criar ótimas lembranças que vão retratar a cidade e incentivar essas mesmas pessoas a compartilharem suas histórias e talvez até mesmo voltar para visitar como turistas.”

A recomendação de Saintrond é que as cidades passem por um processo de renovação e atualização, adaptando as instalações existentes para não haver a necessidade de construir uma nova infraestrutura. Há também o aconselhamento para que as cidades-sede pensem em construções que não foram, inicialmente, planejadas como locais esportivos, como centros de exposições e congressos.

“Os próximos Jogos Universitários Mundiais da FISU terão a sustentabilidade em seu núcleo. Por exemplo, inovar o sistema de transporte para usar menos veículos, melhorar a gestão de resíduos e usar locais abandonados, para citar alguns.”

A Coreia do Sul e a Carolina do Norte, nos Estados Unidos, já manifestaram interesse em sediar os Jogos Universitários Mundiais de Verão de 2027. A FISU já tem anfitriões definidos até 2025 – uma posição que provavelmente será invejada por outras entidades esportivas.

Chengdu, na China, sediará os Jogos Universitários Mundiais de Verão no próximo ano, após o evento de 2021 ter sido adiado devido à pandemia do coronavírus.

A FISU disse que uma boa candidatura para os Jogos seria forte nas áreas de legado, visão e sustentabilidade. “Existem também vantagens financeiras mais diretas em sediar os Jogos da FISU”, acrescentou Saintrond.

“Pode ajudar a obter um orçamento substancial do estado para desenvolver infraestrutura e atividades esportivas sem ter que investir muito, porque a FISU permanece muito flexível em relação às instalações e tenta usar o máximo possível de edifícios e estruturas já existentes.”