17 de novembro de 2024
FPJudô homenageia Chiaki Ishii, primeiro medalhista olímpico brasileiro há 50 anos
Sensei Ishii recebeu uma placa comemorativa por sua conquista cinquentenária importantíssima e foi homenageado por diversas autoridades
Por Paulo Pinto / FPJCOM
31 de março de 2022 / Curitiba (PR)
A homenagem a Chiaki Ishii, primeiro medalhista olímpico do judô brasileiro, nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, foi um dos eventos mais marcantes realizados durante a Copa São Paulo de Judô 2022, organizada pela Federação Paulista de Judô (FPJudô) de 12 a 20 de março no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo do Campo.
Chiaki Ishii nasceu no Japão no dia 1º de outubro de 1941 e naturalizou-se brasileiro em 1969. Em 1971, no Campeonato Mundial de Ludwigshafen, Alemanha, ele já havia conquistado a medalha de bronze na categoria até 93kg. Mas foi um ano depois que ele realizou a proeza inédita: bronze na categoria meio-pesado.
O professor Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô, demonstrou profundo carinho com o sensei kodansha kyuu-dan (9º dan). “Neste ano comemoram-se os 50 anos da primeira medalha olímpica do judô do Brasil, conquistada pelo célebre sensei Ishii, e eu me sinto feliz e emocionado, porque foi a partir dela que os alunos passaram a acreditar que o Brasil tinha condições de buscar medalhas. A maioria dos atletas que medalharam depois disso passaram pelos treinamentos com ele, que se tornou muito importante na vida da gente, um divisor de águas para o judô brasileiro. Esse número de medalhas que temos depois da Olimpíada de 1984 foi fruto da grande colaboração do professor Ishii.”
O sensei Ishii foi imortalizado no Hall da Fama do COB em 2019, quando o Comitê Olímpico do Brasil gravou seu nome na Calçada da Fama por ser um atleta pioneiro e uma das principais referências do judô para várias gerações. Na comemoração de 50 anos de sua conquista mais célebre, o sensei recebeu uma placa da FPJudô com os dizeres: “A Federação Paulista de Judô parabeniza e enaltece o senhor Chiaki Ishii por toda a dedicação ao judô brasileiro e pelos 50 anos da sua conquista olímpica”.
Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo do Campo, onde se localiza o maior centro de treinamento do judô e atletismo da América Latina, também demonstrou gratidão, enaltecendo o sensei pioneiro da modalidade no Brasil e puxando uma salva de palmas pela celebração do cinquentenário de seu título.
Oriundo de uma família formada predominantemente por judocas, o jovem Chiaki foi treinado pelo avô Seikichi Ishii, shichi-dan (7º dan), e pelo pai Yukichi Ishii, hachi-dan (8º dan). Os irmãos, todos judocas, são Haruo, san-dan (3º dan); Kiyoshi, shichi-dan (7º dan); Isamu, roku-dan (6º dan); e Kingo, ni-dan (2º dan). Promovido a kyuu-dan (9º dan) em 2010, durante a cerimônia de abertura do Campeonato Paulista sub 21 em Campinas (SP), Chiaki é o judoca com maior graduação da família Ishii.
Acompanhada mãe, Keiko Ishii, Vânia Ishii, filha do sensei Chiaki, esteve presente ao evento. Seguindo os passos do pai, ela é uma das técnicas do Centro de Excelência do Judô e Atletismo e uma das formadoras dos jovens judocas que treinam no espaço. Medalhista de ouro dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg 1999 e medalhista de prata em Santo Domingo 2003, a ex-atleta da seleção brasileira da categoria meio-médio falou sobre a homenagem a seu pai.
“Para a nossa família o gesto da diretoria da federação paulista foi grandioso. Há meio século meu pai conquistava o primeiro pódio olímpico para o judô do nosso País, e depois disso nunca mais a nossa modalidade deixou de dar a sua contribuição para o esporte de alto rendimento, para o COB e para o Brasil”, disse a professora kodansha roku-dan (6º dan).
Alessandro Panitz Puglia entende que a conquista pioneira e histórica do professor Ishii deve ser sempre lembrada. “Entendemos que um povo sem memória é um povo sem história, e não é assim que devemos tratar os nossos heróis”, disse. “As conquistas devem ser sempre lembradas e reverenciadas. Com este pequeno gesto a FPJudô homenageou um grande homem, um grande pai e um excelente judoca. Com o devido respeito a outros grandes atletas daquela época, a nossa diretoria entende que, além de ser um ícone, o professor Ishii foi um gigante dos tatamis.”