15 de novembro de 2024
FPJudô lança kit com carteirinha e certificado personalizados para os professores kodanshas paulistas
Reeditando o encontro meritório que desde 2010 se realiza em São Paulo, mais uma vez a Federação Paulista de Judô inovou ao premiar os professores kodanshas faixas-vermelhas e vermelhas e brancas com várias lembranças e a nova identificação exclusiva que os distingue dos faixas-pretas
Encontro de Kodanshas Paulistas
25 de novembro de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS
São Paulo – SP
Com o apoio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa de São Paulo, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou mais uma edição do tradicional Encontro de Professores Kodanshas Paulistas, que periodicamente reúne, premia e reverencia os professores mais graduados, que edificaram a história do judô no Estado e dedicaram suas vidas ao desenvolvimento da modalidade.
Além de organizar uma festa muito bonita, a diretoria da FPJudô preparou uma grande surpresa para os professores presenteando a todos com o kit preparado especialmente para distinguir aqueles que formam a base ética e técnica do judô bandeirante.
Entre os presentes ofertados pela federação estão a carteirinha de kodansha, o certificado e a carteira para documentos personalizados e o novo dicionário de termos técnicos de judô publicado pelo Instituto Kodokan do Brasil.
Por contarem com uma série de facilidades e até mesmo isenções, os kodanshas têm na carteira um importante documento de apresentação em São Paulo, onde são credenciados anualmente pouco mais de 1.500 professores e técnicos e há um colegiado de 200 professores kodanshas em atividade.
O encontro realizou-se no dojô do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa de São Paulo, cujo supervisor de judô é o professor Oswaldo Hatiro Ogawa, hachi-dan (8º dan), líder máximo da família Ogawa e do Hombu Dojô Budokan. Estiveram presentes professores kodanshas com projeção mundial, medalhistas olímpicos que hoje portam o aka-obi (faixa vermelha) ou o kohaku-no-obi (faixa vermelha e branca), delegados regionais e dirigentes graduados a partir do roku-dan.
Entre os professores mais graduados que puderam comparecer à cerimônia estavam Shuhei Okano, maior autoridade do judô brasileiro junto ao Instituto Kodokan de Tóquio; Chiaki Ishii, primeiro medalhista olímpico do Brasil; Massaro Yanaguimori, líder máximo da família Yanaguimori e professor kodansha mais longevo do Brasil; Celestino Seiti Shira, um dos mais proeminentes professores do ABC Paulista; Dante Kanayama, que por décadas dirigiu a arbitragem da FPJudô; Shigueto Yamasaki, ex-árbitro FIJ A que atuou em quatro edições dos Jogos Olímpicos; Michiharu Sogabe, membro da comissão de graus da CBJ, Mário Shigueru Yamazaki, renomado professor kodansha kyuu-dan (9º dan); Valdir Melero, destacado professor kodansha com participação expressiva na gestão da FPJudô; e Odair Antônio Borges, membro da comissão de graduação da FPJudô.
Já entre as autoridades que participaram do encontro estavam os professores kodanshas Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô; Francisco de Carvalho Filho, presidente de honra da FPJudô; Georgton Burjar Pacheco, presidente da Federação de Judô do Estado de Tocantins; Oswaldo Cupertino Simões, ex-presidente e atual assessor da presidência da Associação de Judô Veteranos do Rio de Janeiro; Roberto Antônio Vallim Bellocchi, desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; os delegados regionais Osmar Aparecido Feltrim, Hissato Yamamoto, Takeshi Yokoti, Jiro Aoyama, Sidnei Paris, José Gildemar Carvalho, Cléber do Carmo e Argeu Maurício Oliveira.
O encontro iniciou-se com a realização do rei, conduzido pelo sensei Takeshi Nitsuma, e na sequência houve a execução do Hino Nacional. Alessandro Puglia abriu os trabalhos falando da importância do encontro, que atualmente também é promovido pela CBJ e em outros Estados.
“Este é um momento muito especial para todos nós e faço um agradecimento especial aos professores que deixaram suas famílias e compromissos de lado para atender nosso chamado e abrilhantar a nossa festa. Há dois anos não realizávamos este encontro, que entre outras atribuições tem o objetivo de reunir a geração de professores mais experientes e mostrar caminhos para as novas gerações”, disse o presidente da FPJudô.
No encontro o dirigente anunciou a vinda do professor kodansha Naoki Murata, professor do Instituto Kodokan, para participar do Credenciamento Técnico que programado para fevereiro.
“Estamos desenvolvendo esforços no sentido de enriquecer o Credenciamento Técnico de 2020 com a presença do renomado professor Naoki Murata, curador e professor do Museu de Judô do Instituto Kodokan, uma figura ímpar do judô mundial e um dos nomes mais expressivos dentro da instituição. A negociação ainda está em andamento, mas a nossa proposta é a de que ele fique dez dias em São Paulo. Com isso nos reuniríamos novamente num encontro exclusivo dos nossos kodanshas.”
Agradecendo o esforço hercúleo dos professores kodanshas mais graduados para estarem presentes, Francisco de Carvalho deu boas-vindas aos participantes que vieram do Rio de Janeiro e de Tocantins.
“Agradecemos a presença de todos, e na pessoa do sensei Massaru Yanaguimori faço agradecimento especial aos kodanshas kyuu-dan (9º dan) que aqui estão. Aos 98 anos, com o auxílio de sua esposa Satsuki Yanaguimori, seu filho e nora, o professor Massaru desenvolveu grande esforço para estar conosco e abrilhantar nosso encontro. Cumprimento também o Georgton Pacheco, professor kodansha do Tocantins que viveu um pedaço de sua vida em São Paulo, formou-se aqui e conquistou títulos importantes defendendo a Associação Desportiva São Caetano. Da mesma forma dou boas-vindas ao Oswaldo Cupertino, proeminente professor kodansha carioca que por um longo período viveu em São Paulo.”
“Pensamos esse encontro para podermos desfrutar um momento agradável com todos aqueles que nos ajudaram a construir a história do judô de São Paulo”, prosseguiu Francisco de Carvalho. “O momento é de rever amigos com os quais convivemos durante muitos anos, e por diversos motivos quase não vemos mais, e dar-lhes um abraço. Outro motivo importante de estarmos reunidos aqui é podermos determinar algumas linhas de conduta. Temos falado muito com um grupo de professores graduados que discutem a ética levando em conta que nós viemos do judô japonês. O judô paulista é fruto da colônia japonesa gigantesca que aqui se instalou no início do século passado e se disseminou por todo o Estado, até nas regiões eminentemente agrícolas mais longínquas, nas quais os imigrantes nipônicos se instalaram primeiramente.”
“Tivemos a oportunidade de treinar e vivenciar judô com aqueles que vieram da escola japonesa. Uma escola que, acima de tudo, se fundamentou no respeito, na hierarquia, no companheirismo e a nós foi legada em São Paulo, ao longo de várias décadas. Mas estamos perdendo isso porque neste grupo que aqui está vemos pouquíssimas pessoas que vivenciaram aquele importante momento da história, e temos de atentar para isso. Acima de tudo, temos de absorver o conhecimento dos professores mais antigos, e nesse grupo incluo o professor Odair Borges, que, apesar de ser bem mais novo que os nossos senseis kyuu-dans, é uma pessoa extremamente capacitada para desempenhar a função de lançar luz à questão do resgate dos valores mais importantes do judô.”
Chico do Judô finalizou fazendo uma dura crítica aos professores go-dans que chegam até a mudar de Estado com o objetivo exclusivo de receber a graduação de kodansha em outras regiões do País.
“Eu acho inadmissível e fora de propósito alguém mudar de Estado, e até mesmo de país, somente para conseguir ser kodansha. Além de ser algo inescrupuloso, não vejo necessidade disso. Penso que a graduação de kodansha, seja ela qual for, tem de ser alcançada por mérito, naturalmente, e até sem o praticante saber, surpreendendo-se com a indicação. Espero que todos nós tenhamos responsabilidade e lucidez suficientes para agirmos como kodanshas, dando exemplo a todos que nos cercam”, concluiu o dirigente bandeirante.
Destacando a importância da transferência de conhecimento no judô, Ton Pacheco agradeceu tudo que no passado São Paulo lhe proporcionou.
“Quando se encosta o pavio de uma vela acesa em outra apagada, ambas se acendem e iluminam o caminho, e no judô acontece exatamente a mesma coisa na transmissão de conhecimento. Um sensei transfere o conhecimento para seus alunos, que um dia serão professores e repassarão o conhecimento adquirido para novos praticantes”, disse.
“Agradeço a São Paulo, por tudo que me ofereceu na década de 1990. Fui contratado pela A.D. São Caetano em 1992, consegui bolsa integral e formei-me em fisioterapia na Uni ABC em 1996. Faço um agradecimento especial ao sensei Lhofei Shiozawa, com quem me desenvolvi como pessoa e como judoca, assim como aos professores Cid Yoshida, Paulo Duarte, Luís Carlos Novi, Mário Tsutsui, Eduardo Dantas Bacellar, Hatiro Ogawa, Sadao Fleming Mulero e Celestino Seiti Shira, que de alguma forma contribuíram para meu desenvolvimento.”
“Encerro exaltando a trajetória do sensei Chico do Judô, que desde a década de 1990 conduz a modalidade em São Paulo com maestria e com olhar extremamente aguçado em todas as áreas da gestão. E cumprimento meu irmão e amigo Alessandro Puglia por potencializar as qualidades que o judô paulista possui”, concluiu o dirigente tocantinense.
Principal palestrante no encontro, o professor Odair Antônio Borges falou sobre a necessidade de os professores paulistas seguirem transmitindo conhecimento.
“Kodansha é pessoa e indivíduo com alta graduação, o que implica conhecimento. Tivemos o privilégio do aprendizado do judô com os professores mais antigos e devemos a eles a continuidade do ensino dentro dos conceitos filosóficos do professor Jigoro Kano. Nos ensinaram, até com certa dificuldade em se expressar, os gestos, os hábitos, posturas e comportamento, no que se refere à etiqueta, cortesia, respeito, disciplina e hierarquia. Temos assim a obrigação de aperfeiçoar o que recebemos e aprendemos”, explicou Borges.
“O professor Jigoro Kano era um educador nato e na universidade de Tóquio já se preocupava com a atividade física de seus alunos e funcionários. Ele queria dizer que um corpo saudável é a base, é a coluna que sustenta a alma, o espirito, o intelecto. Portanto, quem não consegue cuidar de si mesmo não terá condições de oferecer qualquer benefício aos outros”, advertiu o professor kodansha campineiro, que finalizou mostrando a necessidade de seguir estudando e buscar novas formas de aprendizado.
“Temos um grande número de kodanshas e portar essa faixa não pode ser por ostentação. É primordial o estudo contínuo, participar de grupos de estudo e transmitir conhecimento. É o koogi (palestra) e o mondo (diálogo) também enfatizados por Kano sensei. Em nossa condição de kodansha necessitamos preservar os valores educativos e morais e ter o cuidado com o comportamento, tanto no dojô como, hoje em dia, nas mídias sociais. Não temos o direito de decepcionar aqueles que nos admiram. O comportamento e o exemplo são primordiais”, assinalou Odair Borges.
Professores kodanshas no encontro
KODANSHAS 9º DAN
Celestino Seiti Shira
Chiaki Ishii
Dante Kanayama
Mário Shigueru Yamazaki
Massaru Yanaguimori
Michiharu Sogabe
Shigueto Yamasaki
Shuhei Okano
Valdir Melero
KODANSHAS 8º DAN
Francisco de Carvalho Filho
Hissato Yamamoto
José Gomes de Medeiros
Josino Francisco de Souza
Kenzo Matsuura
Massanori Yanaguimori
Odair Antônio Borges
Orlando Sator Hirakawa
Osvaldo Hatiro Ogawa
Sadao Fleming Mulero
Sérgio Malhado Baldijão
Takeshi Nitsuma
KODANSHAS 7º DAN
Alessandro Panitz Puglia
Anísio de Assis Belchior
Belmiro Boaventura da Silva
Fernando da Cruz
Francisco Aguiar Garcia
Harley Barbosa Gonçalves do Amaral
José Paulo da Costa Figueiroa
Júlio Sakae Yokoyama
Leandro Alves Pereira
Luiz Yoshio Onmura
Maurílio Cesário
Milton Trajano da Silva
Nélson Hiroshi Onmura
Oscar Hitoshi Ogawa
Osmar Aparecido Feltrim
Oswaldo Cupertino Simões
Rioiti Uchida
Roberto Antônio Vallim Bellocchi
Roberto Luís Fuscaldo
Setuo Takashashi
Shigueto Yamasaki
Solange de Almeida Pessoa Vinck
Tadashi Kimura
Wagner Antônio Vettorazzi
Yoshiyuki Shimotsu
KODANSHAS 6º DAN
Ademir Raimundo Machado
Akira Noguchi
Alcides Camargo
Antônio Carlos da Silva Mesquita
Antônio Honorato de Jesus
Argeu Maurício de Oliveira Neto
Celso Ferreira Franco
Cléber do Carmo
Edson Catarino dos Santos
Eduardo Dantas Bacellar
Everson Freitas Campante
Fernando Catalano Calleja
Georgton Thomé Burjar Moura Pacheco
Gerardo Siciliano
Henrique Serra Azul Guimarães
Ivo do Nascimento
Jiro Aoyama
João David de Andrade
Jorge Siqueira
José de Araújo
José Gildemar de Carvalho
José Raimundo da Silva
José Sinésio Vanzella
Júlio Takashi Kawaguchi
Leonel Yoshiki Matsumoto
Marcelo Hirono
Marcos Elias Mercadante
Marcos Francisco da Silva
Marilaine Ferranti Antonialli
Massakatsu Akamine
Mercival Daminelli
Milton Ribeiro Correa
Nélson Antônio Claudino
Nélson Pedroso
Nélson Shigueki Koh
Paulino Tohoru Namie
Paulo Graça
Paulo Ricardo Castellanos Souza
Paulo Rogério Padovan
Pedro Edson Neri de Paiva
Pedro Jovita Diniz
Pedro Luiz Fernandes
Ricardo Forte Katchborian
Roberto Forte Katchborian
Rodrigo Guimarães Motta
Rubens Pereira
Samir Guedes Salomé
Satoru Ebihara
Sérgio Barrocas Lex
Sérgio Luiz Bin
Sidnei Paris
Sílvio Tardelli Uehara
Soraia André César
Takeshi Yokoti
Willian Soares de Freitas
Depoimento do professor Oswaldo Cupertino Simões