11 de novembro de 2024
FPJudô nomeia novo delegado no Litoral e define o calendário de 2021 na reunião dos delegados
No encontro que abriu oficialmente a temporada, Francisco de Carvalho anunciou que é o candidato da oposição para a eleição da Confederação Brasileira de Judô que acontece em março
Gestão Esportiva
2 de fevereiro de 2021
Por PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS
São Paulo (SP)
Após uma temporada atípica, na qual quase nada aconteceu dentro dos tatamis, a diretoria da Federação Paulista de Judô (FPJudô) convocou seus 16 delegados para o tradicional encontro que abre oficialmente a temporada e define as principais metas da modalidade para o ano que inicia.
O encontro realizado na sala Caramuru do Pampas Palace Hotel de São Bernardo reuniu representantes de todas as delegacias, coordenadores de área e diretores da federação paulista.
Alessandro Panitz Puglia, vice-presidente da entidade, abriu os trabalhos anunciando a nomeação do professor Alberto Silva Bittencourt, de Praia Grande, como novo titular da 11ª Delegacia Regional Litoral, que não pôde comparecer por ter contraído a covid-19 e estar isolado. Mesmo assim acompanhou a reunião e recebeu as boas-vindas dos demais colegas de forma remota.
Alberto Bittencourt nasceu em 4 de março de 1979 no Guarujá, é professor ni-dan e técnico do Judô Praia Grande, uma das agremiações mais competitivas do Estado de São Paulo na atualidade. Bittencourt é licenciado em Educação Física (CREF 012768 G/SP) e pós-graduado em treinamento esportivo.
Puglia lamentou a falta de atividade na temporada passada, mas lembrou que foi o sentimento de união que manteve o judô focado na inovação e na busca de soluções para a modalidade.
“Ninguém imaginava que passaríamos por tudo isso”, disse o vice-presidente, “mas estou certo de que o que nos mantém caminhando, mesmo com a pandemia, é a união do nosso grupo. Temos grupos de trabalho muito fortes em todas as delegacias e devemos manter-nos assim, pois este início de ano não deve ser muito diferente da temporada passada. Tenho certeza de que gradativamente iremos retomar o judô com força total e reconstruiremos o trabalho e a estrutura que juntos havíamos desenvolvido. Agradeço o empenho de cada um de vocês e espero vê-los em breve no shiai-jo.”
José Jantália, segundo vice-presidente da FPJudô, parabenizou a diretoria da entidade pela decisão de realizar a reunião dos delegados de forma presencial.
“Entendo que este encontro presencial é muito importante e oportuno. Acho que é importante, também, agradecermos o fato de podermos de estar juntos e reunidos. Este era um anseio de todos e aqui estamos com a esperança de que dias melhores virão. Atravessamos um período inimaginável, mas é importante considerar que cada um dos senhores possa ser a luz em suas cidades e comunidades, esclarecendo e informando a população da importância do esporte e da prática esportiva no combate à pandemia, depressão e demais distúrbios causados pelo já comprovado ineficaz isolamento social. A FPJudô, como entidade, está cumprindo seu papel, mas cada um de nós está carregando seu fardo e lutando contra as adversidades surgidas com a pandemia. Mas tenho plena convicção de que a sociedade está consciente do que realmente está acontecendo e, felizmente, cada professor de judô, enquanto profissional de Educação Física, tem sido uma referência no sentido de mostrar que a vida tem de prosseguir dentro da realidade que se apresenta”, disse o dirigente.
O professor Francisco de Carvalho lembrou que grades nomes como Shigueto Yamasaki, Shuhei Okano e Massao Shinohara e importantes professores de judô de São Paulo, do Brasil e do mundo, haviam falecido recentemente. E lamentando a perda de grandes referências da modalidade, o dirigente iniciou os trabalhos desta temporada na FPJudô fazendo o mokutô (minuto de silêncio) em homenagem aos judocas de todo o planeta que recentemente perderam suas vidas.
Na sequência o presidente da FPJudô agradeceu a presença de todos os delegados e em especial a participação do professor Arnaldo Luiz de Queiróz Pereira, presidente do conselho fiscal da FPJudô, ex-diretor de esportes olímpicos do Esporte Clube Pinheiros e homem forte do judô pinheirense desde a era João Gonçalves.
Sem dar voltas ou rodeios, o dirigente paulista anunciou que será o candidato da oposição na eleição da Confederação Brasileira de Judô marcada para 6 de março, no Rio de Janeiro. O dirigente deu as boas-vindas ao professor Alberto Silva Bittencourt, novo delegado da 11ª Delegacia Regional Litoral, e anunciou a data da eleição da federação Paulista: 26 de março.
“Um grupo de dez dirigentes estaduais reuniu-se em torno da proposta de mudar o rumo do judô nacional, que em nossa avaliação desviou totalmente daquilo que vinha sendo realizado pelo antecessor do presidente atual. Vamos pleitear a presidência da CBJ, até mesmo para deixar consignada a nossa insatisfação com a política atual nas áreas técnica, administrativa e institucional. Entendemos que os Estados foram abandonados, assim como a base e os formadores de atletas espalhados por todo o País. Sabemos que será uma batalha muito difícil, e contamos com cada um de vocês para apoiar-nos nesta empreitada”, expôs o dirigente.
Na sequência Arnaldo Queiroz lembrou que faz 40 anos que São Paulo não elege um presidente no Confederação Brasileira de Judô.
“A primeira gestão da CBJ foi feita pelo carioca Augusto de Oliveira Cordeiro (1969-1979), depois o paranaense Miguel Martins Fernandez teve uma gestão complicada, que durou apenas dois anos (1980-1981). O professor Sérgio Adib Bahi comandou o judô nacional de 1982 a 1984 e na sequência chegou à presidência da União Pan-Americana de Judô e à vice-presidência da FIJ. O professor Joaquim Mamede de Carvalho e Silva ficou à frente da CBJ de 1985 ao ano 2000. Paulo Wanderley Teixeira, o atual presidente do COB, presidiu a CBJ de 2001 a 2017 e o ex-árbitro catarinense foi indicado pelo Paulo Wanderley para sucedê-lo de 2018 a 2021”, disse Queiroz, que concluiu destacando a necessidade de o judô do Brasil ser comandado por um dirigente efetivamente capaz e experiente.
“O judô brasileiro deve seguir o caminho do crescimento e do desenvolvimento, não podemos perder o status de modalidade vencedora e inovadora em todos os setores do esporte. Precisamos eleger um empresário bem-sucedido e um gestor verdadeiramente capacitado para superar as dificuldades que estão surgindo no horizonte do esporte do Brasil”, acrescentou o dirigente.
Na sequência, os coordenadores de área Júlio Sakae Yokoyama (presidente do TJD), Adib Bittar Júnior (coordenador financeiro), Alex Russo (coordenador dos veteranos) e Joji Kimura (coordenador técnico) fizeram suas explanações.
Joji Kimura lembrou que em 2020 não houve eventos presenciais, mas os professores, praticantes e gestores demonstraram muita inovação e superação.
“Tivemos campeonatos virtuais, os delegados realizaram reuniões e cursos online e, de alguma forma, demos continuidade aos trabalhos. O judô de São Paulo não parou em função da pandemia”, disse o coordenador técnico, que apresentou um PowerPoint com o resumo de todas as ações das áreas de arbitragem, técnica e administrativa em 2020, além da proposta do calendário de 2021.
São Paulo poderá antecipar a retomada das competições
À Budô, o professor kodansha Joji Kimura confirmou a possibilidade de antecipação da retomada do calendário competitivo presencial, caso as autoridades sanitárias o permitam.
“Na verdade, tudo vai depender da posição adotada pelas autoridades sanitárias. Caso haja liberação, de maneira segura nós anteciparemos a retomada do calendário de eventos de 2021”, disse o coordenador técnico da FPJudô.
Sobre a grande quantidade de eventos agendados para o segundo semestre, Joji Kimura garantiu que a equipe técnica da federação paulista tem como cumprir o calendário proposto para esta temporada.
“Dentro do planejamento feito com a nossa comissão técnica, com a retirada do Open São Paulo e do Campeonato Regional, temos certeza de que conseguiremos realizar a partir de agosto todos os eventos programados. Sinceramente falando, eu não vejo grandes dificuldades em concretizar todos os eventos pautados, nem que tenhamos de ir até a primeira quinzena de dezembro”, assegurou Kimura.
Otimista, Francisco de Carvalho Filho acredita que os eventos presenciais serão retomados em breve. “A Federação Paulista de Jiu-jitsu (FPJJ) realizou vários eventos nos últimos meses e, se não me engano, em um deles havia mais de 1.200 atletas. Na semana passada a Federação Baiana de Judô (Febaju) realizou um evento presencial e em nenhuma dessas competições foram registrados casos de contágio da covid-19”, disse o dirigente, que expôs seus pontos de vista sobre a questão do isolamento social.
“Entendo que todos nós estamos na contramão daquilo que deveria estar sendo feito, ou seja, deveríamos estar fomentando a prática esportiva que fortalece o sistema imunológico dos praticantes e impede que sejam desenvolvidos problemas e sequelas de ordem emocional e psicológica. De uma hora para a outra a sociedade se viu reclusa e limitada a poucos metros quadrados e, no médio e longo prazos, esta situação deverá desencadear uma série de transtornos de ordem física, psicológica e social”, disse o presidente paulista.