15 de novembro de 2024
FPrJ realiza segunda etapa do credenciamento técnico em Cascavel
Evento que reuniu 128 judocas no auditório do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz, consolidou a realização do credenciamento paranaense em duas etapas
Credenciamento Técnico FPrJ 2020
10 de março de 2020
Por ISABELA LEMOS I Fotos ASCOM/FPRJ
Curitiba – PR
A Federação Paranaense de Judô (FPrJ) realizou a segunda parte do credenciamento técnico desta temporada neste sábado (7) em Cascavel (PR), reunindo 128 professores e praticantes no auditório do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz (FAG). Mediado pelo professor Vítor César Moreira, o evento constou de apresentações de representantes de todos os departamentos da federação paranaense e curso prático ministrado pelo professor Saimon Magalhães.
As seis primeiras colocadas no ranking das entidades que inscreveram maior número de atletas novos na FPrJ foram contempladas pela federação com certificados e premiação bastante significativa. As vencedoras foram, pela ordem, Judô Celso Ogawa, AMCF, Associação Desportiva Judô Tonietto, Associação Londrinense de Judô, Associação Judô Iwashita e Judô Lemanczuk Júnior.
A primeira e a segunda colocadas terão isenção das anuidades da FPrJ e da CBJ, além da taxa da licença para promoção de kyus da CBJ em 2020. Os 3º e 4º lugares serão isentos da anuidade da CBJ e da taxa da licença para promoção de kyus da Confederação Brasileira de Judô em 2020. Já os 5º e 6º colocados terão isenção da anuidade da CBJ em 2020.
Na primeira parte do credenciamento os responsáveis pelos diferentes departamentos da gestão da FPrJ falaram sobre as questões mais importantes de suas áreas.
Carlos André Kussumoto, coordenador de eventos, abriu os trabalhos informando as principais ações realizações da FPrJ em 2019. Dentre elas, estão a criação da Taça Paraná em conjunto com o departamento técnico de rendimento; a produção dos outlines nos moldes da Confederação Brasileira de Judô (CBJ); e as ações de entretenimento nos eventos, como food truck. Além dessas, mencionou a ação do ginásio limpo, a qual visa a disponibilizar sacolas de plástico para pais e atletas recolherem seu lixo durante as competições. O professor também relatou sua experiência como organizador do Grand Slam de 2019, considerado um divisor de águas, com o qual disse ter aprendido muito.
“Além de trazer inovações, nos preocupamos em oferecer mais qualidade, segurança e conforto aos nossos filiados. A proposta, neste ano, é atingir uma padronização em todos os eventos, focando a diminuição da poluição sonora e visual e a interação dos pais com os atletas, além de trazer a torcida para as competições de forma a torná-las um momento mágico para os judocas. A implantação do circuito de judô visa a aumentar o número de atletas nos torneios. O departamento de eventos enfrentará um grande desafio em 2020, que é organizar três competições nacionais: Campeonato Brasileiro da Região V, Campeonato Brasileiro sub 13 e Campeonato Brasileiro sub 15. É uma grande conquista e talvez um feito inédito para o Paraná”, relatou Kussumoto.
Responsável pelo departamento técnico, o professor Rodrigo Tonietto falou sobre o calendário da federação, alertando que ele pode sofrer alterações durante o ano devido a procedimentos da CBJ e do governo estadual. Ele recomendou aos professores que fiquem atentos à programação, para não perderem os prazos de inscrição.
“Lembro a todos que a participação dos técnicos no Congresso Técnico da FPrJ é obrigatória. Eles são responsáveis também pela organização e limpeza tanto da área de concentração quanto das arquibancadas, e devem orientar seus atletas a trocarem de roupa exclusivamente nos vestiários. Para o desenvolvimento das competições em 2020, é responsabilidade das delegacias escalar os sumulistas e, desta forma, daremos o andamento da competição dos pesos, de preferência por área, e haverá um local para os sumulistas separarem os atletas por categoria de peso”, informou Tonietto.
No ano passado, a arbitragem paranaense marcou forte presença nas competições nacionais, afirmou o professor Francisco de Souza, coordenador do departamento de arbitragem da FPrJ. Segundo ele, em 2019, o Paraná atingiu a média de quase 95% de participação em eventos nacionais. Pela primeira vez, um Estado colocou 12 árbitros num campeonato nacional, o brasileiro realizado em Curitiba (PR). Neste ano, a CBJ e a Comissão Nacional de Arbitragem pediram que haja pelo menos oito árbitros do Paraná no Campeonato Brasileiro da Região V.
“Em 2020, divulgaremos o regulamento da comissão nacional para que todos o conheçam e entendam os requisitos necessários para tornar-se um árbitro. Com relação às regras de 2020, neste fim de semana realiza-se o seminário internacional da FIJ, no qual o professor Edilson Hobold nos está representando. O seminário em Ibiporã já contará com a atualização das regras para 2020 e haverá exame para árbitros que ingressaram na arbitragem estadual C. Lembro que as avaliações para árbitros estaduais B e A serão feitas na Copa Paraná. Os árbitros devem atuar durante o ano para que se possa fazer essa avaliação”, disse o professor.
Os assuntos acerca da comissão de grau foram apresentados pelo professor Helder Faggion, que começou contando brevemente a história dos exames no Estado. Após a apresentação ele explicou a criação de novo regulamento para promoção de graus e kyus, além da formação na comissão atual.
“Durante a minha fala, abordei a criação dos campeonatos de katas, que se realizarão três vezes ao ano”, contou Faggion. “Além disso, tivemos grande número de aprovações de professores kodanshas nesta gestão. Busquei orientar sobre os exames para as faixas preta e marrom e sobre a adequação do nosso regulamento com base nas alterações feitas pela CBJ.”
Sobre o departamento de rendimento, o professor Celso Ogawa destacou que as notícias mais importantes para os atletas e técnicos envolvem a mudança na tabela de pesos da CBJ na categoria sub 15 e a classificação no campeonato brasileiro sub 18, cuja repescagem agora sai dos semifinalistas e não mais dos finalistas. E, por último, mencionou a exclusão do superligeiro da categoria sub 21.
“Em relação às normas da federação, eu sempre peço aos professores que leiam os regulamentos, de forma que não haja nenhuma dúvida. Neles constam todas as regras. Ainda mais neste ano, em que criamos o circuito paranaense sub 13 e sub 15, é necessário que os professores atentem à leitura dos documentos. Tudo que eles precisam saber está ali na normatização. Nós vamos publicar esse documento nesta semana no site da federação”, afirmou o professor.
O diretor jurídico e esportivo da Sociedade Morgenau, Rafael Brito, abordou as oportunidades de parcerias nos âmbitos federal, municipal e estadual, com entidades tanto públicas quanto privadas. Brito se ateve principalmente ao âmbito federal e às atividades promovidas pelo CBC (Comitê Brasileiro de Clubes), sobre como fazer parte dele, as possibilidades de parceria de financiamento do esporte e origem dos recursos.
“Ainda no âmbito estadual, a nova lei da Proesporte prevê renúncia fiscal de 8 milhões de reais em favor de projetos esportivos das mais diversas faixas etárias e para um público bastante diversificado. Em especial inclui pessoas físicas e jurídicas de direito privado, como clubes e academias, e pessoas jurídicas de direito público, como as secretarias de esportes dos municípios”, explicou Brito. Por fim, sugeriu a criação de um grupo no WhatsApp para troca de informações sobre as possibilidades de parceria. Link para entrar no grupo: https://chat.whatsapp.com/EH5S5e4kZDJLng2ddCKta9
A rodada foi concluída pelo professor Saimon Magalhães, que realizou intercâmbio no Japão e é membro do Conselho Estadual de Educação da FPrJ e do comitê do Judo in School, braço da FIJ no Brasil. Magalhães falou sobre o curso de instrutor de judô com certificação internacional e sobre o curso oferecido pelo consórcio Sport For Tomorrow, a agência esportiva do governo do Japão.
“Nós temos a academia da Federação Internacional de Judô (FIJ), que hoje oferece cursos de instrutor e de gerenciamento, ambos com certificação internacional. Tivemos o curso do judô nas escolas, realizado por meio do programa Sport For Tomorrow, que oferece estágio técnico em escolas do ensino médio e universidades no Japão a professores brasileiros que se destaquem”, disse Magalhães.
Na segunda parte do credenciamento, o professor Saimon Magalhães ministrou curso prático dando alguns exemplos de metodologias que podem ser aplicadas ao ensino do judô infantil. Para ele, é necessário que o ensino da arte marcial para crianças tenha metodologias lúdicas e divertidas para que os praticantes se sintam confortáveis e tenham vontade de retornar às aulas.
“Há esse novo braço da FIJ, o judô nas escolas, em que está sendo montada uma plataforma na qual os professores poderão acessar materiais como atividades, brincadeiras e exercícios educativos para as crianças. A aula fica muito repetitiva quando limitada à execução de movimentos específicos do judô, pouco utilizando elementos das próprias brincadeiras. Assim, a criança se sente bem no ambiente e sempre vai querer voltar para praticar. Caso o professor queira trabalhar o exercício de fazer pegada, não precisa pedir para pegar direto no kimono do colega. Pode realizar uma brincadeira que estimule a criança a fazer isso de forma natural. E isso pode acontecer com várias outras técnicas”, explicou o professor.
Participantes avaliam credenciamento técnico positivamente
O mediador do evento, professor Vítor César Moreira, vê como fundamentais as duas oportunidades para o credenciamento técnico paranaense. Segundo ele, é importante para poder atender ao público de forma regionalizada. “Os conteúdos abordados são fundamentais. Os professores e aqueles que visam a tornar-se professores e estão no início da carreira na docência precisam conhecer e entender como funcionam todos os departamentos. Apesar do pouco tempo do evento, o conteúdo é suficiente para que os professores saibam como proceder. Se, porventura, houver algo a esclarecer, o interessado poderá consultar as normas, já que cada departamento possui regulamento próprio”, explicou Moreira.
O delegado da Região Oeste, professor Washington Toshihiro Donomai, avaliou como positiva a iniciativa de realizar o credenciamento em duas regiões do Estado. “Houve muitos elogios por parte dos participantes, principalmente dos que vieram do interior, devido à economia de gastos e tempo com viagem. Ao longo do ano, viajamos para Curitiba e regiões próximas para outros eventos, então, essa iniciativa veio a amenizar custos. O curso foi extremamente rico e pertinente, os palestrantes dominam os assuntos e têm intenções positivas de otimizar o judô do Estado. A FPrJ está de parabéns”, relatou o delegado da Região Oeste.
O judoca faixa marrom Claudemir Ribeiro dos Santos, da Academia Judô Ruiz, de Londrina, afirmou que o credenciamento em duas regiões trouxe benefício para ele. “Essa iniciativa beneficiou muitas pessoas, inclusive a mim, que tinha um compromisso marcado para a mesma data em Ponta Grossa. Pude ter outra oportunidade para não perder o credenciamento, que apresentou muitas novidades. O conteúdo programático foi excelente e agregou muito conhecimento. Neste ano ainda mais, porque a federação se mostra preocupada com a inovação e com o judô desde a classe infantil”, disse Santos.
A judoca faixa roxa Alina dos Santos Costa, da academia Otto Judô, de Curitiba, estava participando pela primeira vez de um credenciamento técnico. “Por ser minha primeira vez, eu não sabia o que esperar do evento. Mas eu gostei muito de ter participado, achei interessante, principalmente pelos conteúdos tratados ao longo das apresentações dos professores. A atualização dos regulamentos também foi uma parte importante para termos ciência do que se deve fazer, principalmente em competições”, contou a judoca.