15 de novembro de 2024
Francisco de Carvalho elogia a resistência dos professores de artes marciais e esportes de combate
Dirigente destaca a importância da utilização dos princípios que regem as artes marciais no enfrentamento das adversidades, dificuldades e desafios pelos quais toda a sociedade está passando
Dô – Caminho
4 de agosto de 2020
Por PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS
Curitiba – PR
Vestindo um reifuku, traje usado no Japão em cerimônias e solenidades, o professor kodansha hachi-dan (8º dan) Francisco de Carvalho Filho reverenciou a resiliência dos professores envolvidos no imenso projeto socioeducativo e psicopedagógico fundamentado no budô, ou seja, nas artes marciais de origem japonesa como karatê, kendo, judô, aikidô, jiu-jitsu, jukendo, shorinji kempo e sumô, entre outras.
“Estou vestido dessa forma para me solidarizar com todos os professores e educadores físicos que dedicam suas vidas a transmitir os ensinamentos deixados por mestres do budô como Jigoro Kano, Gichin Funakoshi, Moryei Ueshiba e Miyamoto Musashi. Todos nós vivemos um momento dramático da civilização contemporânea e enfrentamos dificuldades que exigem que nos reinventemos diariamente.”
Sensei Chico lembrou que o professor Jigoro Kano ensina que o objetivo central do judô Kodokan é o aperfeiçoamento do indivíduo por si mesmo, desenvolvendo um espírito que deve buscar a verdade por meio de esforço constante e total abnegação, contribuindo para a prosperidade e o bem-estar da humanidade.
“No tocante à formação humana, sensei Kano deixou consignado que nada é mais importante que a educação e enfatizou que os ensinamentos de uma pessoa virtuosa podem influenciar uma geração inteira e tudo aquilo que foi bem aprendido por uma geração pode ser transmitido a outras cem.”
“Já o professor Morihei Ueshiba, criador do aikidô, destaca que o objetivo do aikidô é levar-nos à harmonia com o universo e nos tornar um elemento integrado a ele. Aqueles que alcançaram essa unidade têm o universo em si mesmos”, pontuou o dirigente.
“Contemporâneo de Jigoro Kano e Morihei Ueshiba, o shihan Gichin Funakoshi pregou que alguém cujo espírito e força mental, se fortaleceram por meio das lutas, com uma atitude de nunca desanimar, não deve encontrar dificuldades em enfrentar qualquer desafio, por maior que ele seja”, prosseguiu. “Alguém que suportou longos anos de sofrimento físico e agonia mental para aprender a praticar o karatê deve ter condições de encarar qualquer tarefa, por mais difícil que ela seja, e de executá-la até o fim. Sem dúvida alguma, uma pessoa com essas características aprendeu verdadeiramente o karatê-dô. O objetivo fundamental da arte do karatê não consiste na vitória ou na derrota, mas no aperfeiçoamento do caráter de seus praticantes.”
Francisco de Carvalho assegurou que a diretoria da FPJudô tem acompanhado o esforço hercúleo que milhares de professores de judô do Estado de São Paulo estão fazendo para manter suas escolas em pé, assim como tantos professores de karatê, aikidô, jiu-jitsu, kendo e demais modalidade de combate. E finalizou pedindo perseverança aos professores paulistas.
“Sejam perseverantes. Acreditamos verdadeiramente que a fase do isolamento social está acabando e em breve retomaremos a atividade plena nos dojôs, no shiai-jô, reassumindo nossa função socioeducativa. Além das medalhas e conquistas no campo esportivo, o ensino de modalidades como o judô, karatê, aikidô e kendo envolve a responsabilidade e o dever de transmitir o legado dos mestres destas atividades, e isso transcende a competição”, disse Chico do Judô.