18 de novembro de 2024
Gestores avaliam importância estratégica da Copa São Paulo no cenário nacional
Competição realizada em dois fins de semana reuniu 4.118 judocas das divisões especial, aspirante, veteranos e kata. Contudo, dirigentes já projetam receber 5 mil atletas em 2024.
Por Paulo Pinto / FPJCOM
18 de abril de 2023 / São Paulo (SP)
Com o apoio da Prefeitura e Secretaria de Esporte e Lazer de São Bernardo do Campo, a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou nos dias 25 e 26 de março a segunda fase da 13ª edição da Copa São Paulo de Judô. Em dois fins de semana, o certame reuniu exatos 4.118 judocas nas divisões especial, aspirante, veterano e kata.
Entre as autoridades esportivas e políticas que acompanharam a cerimônia de abertura da maior competição de judô das Américas, estavam ícones do esporte e da gestão esportiva do Brasil como o campeão olímpico Rogério Cardoso Sampaio, diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB); Wlamir Leandro Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt); Nelson Leme da Silva Junior, presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP); José Alexandre Pereira de Araújo, prefeito de Aguaí (SP); Alex Mognon, secretário de Esporte e Lazer de São Bernardo do Campo; e Paulo Sérgio Merino, chefe de gabinete da Secretaria de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo. Todos foram unânimes em enfatizar a importância estratégica da Copa São Paulo para o desenvolvimento da base do judô brasileiro.
Rogério Sampaio Cardoso, diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB), parabenizou a diretoria da Federação Paulista de Judô pelo grandioso evento. “A Copa São Paulo é sem dúvida alguma o maior evento do judô nacional e sua importância no desenvolvimento técnico da modalidade é incomensurável”, afirmou. “A FPJudô sempre exerceu papel de liderança no fomento da modalidade e no desenvolvimento de atletas para todo o País. Acompanho este processo ao longo da história e vejo que hoje a entidade também tem-se desenvolvido muito nas áreas da governança e transparência. Este é um processo longo, que demanda grande esforço, mas um importante anseio de toda a comunidade do judô e da sociedade civil.”
O campeão olímpico em Barcelona (1992) avalia que, hoje, a FPJudô passa a ocupar papel de liderança em boas práticas administrativas, dando excelente exemplo para os demais Estados.
“Isso é muito importante porque o resultado esportivo também é consequência da melhor gestão. O processo liderado pelo professor Alessandro Puglia é algo que muitas vezes não aparece, mas estamos convencidos de que o resultado esportivo é muito mais fácil de ser alcançado por meio de uma boa gestão. É claro que percebemos com maior rapidez os resultados obtidos por um medalhista em competições mundiais ou olímpicas, mas o alcance da boa administração e governança é estrutural e, consequentemente, remete a entidade a outro patamar e isso acaba influindo em toda a cadeia esportiva.”
O diretor-geral do COB falou ainda sobre protagonismo no pós-pandemia. “Mesmo à distância, não vivenciando o dia a dia da administração, consigo aquilatar a qualidade do trabalho realizado pela atual diretoria e constatar os avanços realizados. Eu não tenho dúvida de que isso tem sido fundamental no processo de desenvolvimento do judô de São Paulo no pós-pandemia. Esse retorno tão rápido que temos conseguido imprimir aqui certamente fez com que mais uma vez São Paulo tenha assumido a dianteira no processo de recondução da modalidade. Parabenizo, portanto, o corpo administrativo da federação e, logicamente, não poderia deixar de ressaltar nesse processo de retomada o trabalho de todos os professores do Estado, os que mais sofreram sem seus alunos no dojô. O judô foi um dos esportes mais impactados pela pandemia, então quero aqui cumprimentar todos que trabalharam na retomada.”
Antes de encerrar sua fala, o diretor-geral do COB agradeceu o convite feito pelos gestores da FPJudô e demonstrou alegria em rever colegas medalhistas. “Estar aqui ao lado dos meus amigos medalhistas olímpicos é algo muito especial. No passado vivenciamos muitas coisas juntos, como treinamentos e competições, mundo afora. Aprendi muito com todos vocês, e poder vir aqui e reencontrá-los é uma alegria enorme.”
Feito sensacional
Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo, foi enfático ao afirmar que somente modalidades com a opulência do judô conseguem realizar um certame com marcas tão expressivas.
“Este é sem dúvida alguma um feito sensacional! Um número de atletas absurdo! Realizar uma competição com 4.200 atletas é uma coisa que só modalidades com a grandeza do judô conseguem fazer. Estamos falando da base, uma base que vem forte e não inclui apenas atletas das delegacias regionais de São Paulo, mas de 17 Estados. Isso é fantástico e muito bom para a plataforma do judô como um todo. Tenho de parabenizar a Federação Paulista de Judô por assumir o desafio de fazer um evento desta magnitude.”
O dirigente do atletismo ressaltou que o número expressivo de judocas dá a dimensão do desafio de reunir um staff que atenda às demandas do certame: árbitros, oficiais técnicos, equipe médica, alimentação e premiação.
“Nós estamos falando de uma infraestrutura e logística fantásticas, que demandam planejamento e custo enormes. Então, só tenho que saudar a FPJudô, pois isso é bom para o judô paulista, é bom para o judô nacional e é bom para o esporte brasileiro.” Motta reiterou a importância de quebrar muros e construir pontes, conceito que se reflete na parceria com a Prefeitura de São Bernardo e o governo do Estado de São Paulo e que viabiliza eventos desta natureza. “É um ippon perfeito.”
O presidente da CBAt saudou a presença dos medalhistas olímpicos do judô paulista, e enfatizou que, mesmo englobando 27 modalidades, o atletismo não consegue reunir 2 mil atletas nas principais competições nacionais.
“Então, meus parabéns ao presidente Puglia, a toda a diretoria e à equipe da federação por girar este evento com tamanha habilidade. Falo isso com certa inveja, mas é uma invejinha positiva, porque a Copa São Paulo de Judô é um feito enorme, e sabemos que é assim que podemos usar o esporte como ferramenta de inclusão social. Eu defendo muito a pedagogia do exemplo, então imagino como os medalhistas olímpicos inspiraram e motivaram os jovens iniciantes. Quem sabe nós não tenhamos no futuro um outro grande atleta que estava ali nos tatamis? Mas o mais importante é a inspiração e o exemplo do judô como ferramenta transformadora e de inclusão social.”
Intercâmbio gigantesco
Nelson Leme da Silva Junior, presidente do Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região, autarquia parceira do judô paulista em várias ações de formação e socioeducativas, também elogiou a magnitude do evento.
“A Copa São Paulo já se consolidou como a maior competição de judô da América Latina. Isso é fato. Agora nós temos de ver a perspectiva técnica e precisamos saber quantas pessoas vão despontar neste enorme celeiro. Quando a gente pensa no grande número de atletas de categorias de base trabalhando para galgar espaço nas futuras seleções estaduais ou nacionais que a FPJudô reuniu hoje, é algo sensacional. Trazer todos os medalhistas olímpicos do judô paulista para fazer a abertura foi estupendo. Então eu considero que esse celeiro vai produzir frutos para São Paulo, vai recolocar o Estado de novo na liderança técnica do judô brasileiro e o mais importante: promovendo intercâmbio técnico de altíssima qualidade com a base de 17 Estados.”
O presidente do CREF 4/SP considera a iniciativa da Federação Paulista de Judô promover um intercâmbio gigantesco no início da temporada algo muito importante. “Dificilmente essa garotada, seja de São Paulo ou do Pará, teria uma oportunidade como esta. Tecnicamente falando, todos ganham com isso. Aqui estavam judocas da Sogipa (RS), Minas Tênis Clube (MG), Esporte Clube Pinheiros (SP), Sesi (SP), Clube Athletico Paulistano (SP) e as principais forças da modalidade do País. Parabenizo a FPJudô e todos os seus parceiros por estarem enxergando no judô um grande potencial não apenas de competidores, mas como ferramenta educacional. É para isso que estamos trabalhando, para levar o judô às escolas e formar um celeiro cada vez maior e melhor de bons cidadãos”, disse Nelson Leme.
Grande vitrine do judô sul-americano
José Alexandre Pereira de Araújo, o prefeito que conhece o potencial socioeducativo do judô e já introduziu a prática da modalidade em quatro escolas municipais de Aguaí, destacou a grandeza e a importância da competição.
“A Copa São Paulo de Judô voltou maior, um evento realmente grandioso e inimaginável no tocante a estrutura e logística, embora de minha parte houvesse algum temor quanto à participação de tantos judocas no pós-pandemia. A FPJudô caminha para tornar a Copa São Paulo a grande vitrine do judô sul-americano. É preciso reconhecer e parabenizar o empenho do presidente Alessandro Puglia e de toda a diretoria da federação pelo trabalho que, com certeza, manterá o judô como a principal e vitoriosa modalidade esportiva do Brasil nas futuras edições dos Jogos Olímpicos.”
Evento consolidado
O faixa-preta san-dan Paulo Sérgio Merino, judoca da classe veteranos e coordenador de Esportes do Estado de São Paulo, emocionou-se ao falar sobre a Copa São Paulo 2023.
“Conheço a competição como atleta, percebi e vivi o nítido crescimento que teve desde que foi criada. Chegamos à 13ª edição vendo-a crescer em termos quantitativos e qualitativos. Participar da Copa São Paulo, hoje, é um grande desafio porque a gente sabe que reúne os melhores judocas da Região Metropolitana, da capital e de diversos Estados. As escolas vão a São Bernardo porque sabem da qualidade do evento, da qualidade dos competidores e da sua abrangência nas diversas divisões e categorias – ou seja, porque é um evento consolidado.”
Merino também destacou a excelente organização da prova. “Estrategicamente falando, o local é bem adequado para quem vem de outros Estados. O ginásio está entre os maiores e melhores do País, com arquibancadas grandes, enorme quantidade de tatamis novos e uma arbitragem de excelente qualidade. Se as equipes não alcançarem um bom resultado em termos de pódio, saberão que sua participação foi grandiosa porque lutaram em chaves que reúnem vários competidores de boa qualidade. Tudo isso é um grande atrativo e um ótimo teste para começar a temporada e para que os técnicos possam avaliar o preparo dos seus atletas para as disputas que acontecerão no decorrer do ano.”
O coordenador de Esportes do Estado de São Paulo concluiu suas observações afirmando que a Copa São Paulo tende a crescer cada vez mais porque demonstra alto nível competitivo em todas as divisões e categorias de peso. “Avalio que essa participação maciça só tende a crescer, o que faz do campeonato um marco na abertura das temporadas do judô nacional e quiçá internacional. Meus parabéns a todos que organizaram e aos que participaram desta edição da Copa São Paulo de Judô.”
Maior centro de treinamento da América Latina
Alex Mognon, secretário de Esporte e Lazer de São Bernardo do Campo, cidade que há quase uma década sedia a maior evento esportivo do judô brasileiro, também fez questão de deixar suas impressões.
“No ano que vem completamos dez anos à frente deste evento grandioso em história e em número de atletas e técnicos participantes. Calculamos que só neste ano a competição trouxe mais de 25 mil pessoas ao nosso município. A força e a tradição da parceria da Prefeitura de São Bernardo do Campo com o judô são tão grandes que, hoje, por meio da união de forças com a Federação Paulista de Judô e o governo do Estado de São Paulo, somos mantenedores do Centro de Excelência Esportiva do Judô, localizado na Arena Olímpica de São Bernardo do Campo. Ou seja, a Copa São Paulo é responsável por termos aqui em nossa cidade o maior centro de treinamento de judô da América Latina.”