Governo da Bahia comprova irresponsabilidade da CBJ na produção do seu calendário esportivo

Os serviços de reforma na Arena de Esportes da Bahia devem começar em maio de 2025 © Bahia Econômica

Inconformados com a falta de comprometimento e seriedade da Confederação Brasileira de Judô, atletas, familiares e até árbitros escrevem reclamando do prejuízo causado pela entidade.

Por Paulo Pinto / Global Sports
13 de fevereiro de 2025 / Curitiba, PR

No dia 26 de janeiro, a Revista Budô publicou uma denúncia contundente sobre a marcação do Campeonato Brasileiro Sub 18 para uma arena que, na prática, não existe. A matéria, que pode ser acessada aqui, apresenta não apenas o texto da denúncia, mas também fotos e vídeos que evidenciam o estado de completo abandono do equipamento esportivo.

Agora, no dia 5 de fevereiro, uma nova reportagem foi publicada, desta vez pelo site Bahia Econômica, revelando que o início das obras para a reforma da Arena de Esportes da Bahia está programado para maio de 2025. O cronograma das obras, portanto, confirma o alerta dado pela Revista Budô: a arena não estará pronta para receber a competição agendada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para o dia 18 de junho deste ano. A matéria completa pode ser acessada aqui.

A decisão de manter o Campeonato Brasileiro Sub 18 nesse local revela a profunda irresponsabilidade da CBJ na elaboração do seu calendário esportivo. O cronograma divulgado pela Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia) deixa claro que a arena não será entregue antes de 2026, o que torna impossível sua utilização no próximo mês de junho.

Outra mentira

Além disso, a CBJ persiste em referir-se ao local como Centro Pan-Americano de Judô, uma denominação que não corresponde à realidade atual. O equipamento pertence há anos à Sudesb e hoje é oficialmente chamado de Arena de Esportes da Bahia, configurando mais um indício da falta de compromisso da Confederação com a transparência e a veracidade das informações.

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Os prejuízos dessa escolha equivocada não se limitam à infraestrutura. Clubes e atletas de todo o país já se organizaram e efetuaram reservas de passagens e hospedagem para o evento, confiando no calendário divulgado pela CBJ. O custo financeiro dessa desorganização recai sobre os ombros de centenas de famílias, que investiram tempo e dinheiro em uma competição que, ao que tudo indica, não ocorrerá no local previamente divulgado.

Essa prática de alterações e decisões arbitrárias não é novidade. Todos os anos, os calendários nacionais sofrem diversas alterações e, sempre que a CBJ modifica seu calendário, impacta diretamente as 27 federações estaduais, que estruturam suas agendas com base nas datas nacionais. Em São Paulo, o estrago é ainda maior, já que as 16 delegacias regionais da FPJudô dependem dessa base para planejar suas competições regionais.

A realização de um evento de tamanha importância em uma arena inexistente não é apenas um erro administrativo, mas um desrespeito a toda a comunidade do judô brasileiro. Atletas, técnicos, pais, clubes, árbitros e dirigentes merecem respeito e organização. O judô, como esporte que preza pela disciplina e pelo planejamento, não pode ser tratado com tamanha negligência por sua entidade máxima no país.

Diante dos fatos, resta a esperança de que os responsáveis reconsiderem essa decisão e apresentem uma alternativa viável e segura para a realização do Campeonato Brasileiro Sub 18. O judô brasileiro não pode continuar refém de um calendário que desconsidera a realidade e os esforços daqueles que, diariamente, lutam pelo crescimento da modalidade no Brasil.

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