20 de fevereiro de 2025

Realizado neste fim de semana e reunindo 257 atletas de 36 países e quatro continentes, o Grand Slam de Baku reafirmou mais uma vez a supremacia absoluta do Japão na modalidade.
Das 14 medalhas de ouro em disputa, 10 foram conquistadas por judocas japoneses, ou seja, bem mais que a metade dos primeiros lugares ficaram nas mãos do país asiático, que ainda faturou quatro pratas e três bronzes. Das 14 finais disputadas no Azerbaijão, apenas em três não houve participação de judocas japoneses. Ao todo, 14 atletas do Japão chegaram às finais do torneio.
O Canadá vem se firmando como uma das principais forças da modalidade nas Américas e, no Azerbaijão, ficou na quarta colocação, conquistando um ouro com Jessica Klimkait (63kg) e uma prata com Francois Gauthier Drapeau (81kg). No entanto, o grande destaque dos Canucks foi o fato de disputarem duas finais levando apenas três judocas a Baku.
O Brasi foi a Baku com 13 atletas, e terminou a segunda disputa do world tour da FIJ de 2025 na sexta colocação, por meio das medalhas de prata conquistadas por Marcelo Gomes Fronckowiak, o peso médio do Clube de Regatas Flamengo (RJ) e Leonardo Ribeiro Gonçalves, o Iguape, o peso meio-pesado que defende a Sogipa (RS).
Marius Vizer, o presidente da Federação Internacional de Judô fez a premiação do peso médio masculino © Di Feliciantonio Emanuele / IJF
Após os resultados negativos obtidos nos dois primeiros dias do Grand Slam de Baku, neste domingo o Brasil mostrou força e se reergueu, disputando duas finais eletrizantes que colocaram o país na sexta colocação geral, atrás apenas de Japão, Alemanha, Azerbaijão, Canadá e Hungria.
O peso médio (90kg) Marcelo Fronckowiak e o peso meio-pesado (100kg) Leonardo Gonçalves chegaram às finais de suas respectivas categorias e terminaram a competição com a medalha de prata. Marcelo foi superado pelo japonês Sanshiro Murao, enquanto Iguape caiu para o também japonês Dota Arai.
No caminho até a medalha de prata, Marcelo Fronckowiak começou o dia vencendo o alemão Fabian Kansy por wazari, nas oitavas de final. Nas quartas, ele enfrentou o atleta neutro Ikhvan Edilsultanov e o mandou direto para a repescagem com um ipponzaço.
Na semifinal, enfrentou o holandês Frank De Wit e, mais uma vez, mostrou sua variação de técnicas ao projetar o adversário em wazari e, logo em seguida, vencê-lo no osae-komi. Vitória e primeira final de Grand Slam assegurada.
Na luta decisiva, Marcelo encarou o japonês Sanshiro Murao, vice-campeão olímpico em Paris 2024. O confronto começou equilibrado, com o brasileiro forçando uma punição por falta de combatividade a Murao. No entanto, em uma situação dividida, o japonês conseguiu anotar um wazari no placar e imobilizou Marcelo por mais 10 segundos até o ippon, encerrando o combate.
Essa foi a primeira medalha do atleta do Flamengo em etapas de Grand Slam. Ainda no Circuito Mundial, ele foi bronze no Grand Prix da Áustria, em 2023, e prata no Grand Prix de Zagreb, em 2024.
Cabeça de chave número um do peso meio-pesado masculino (100kg) em Baku, Leonardo estreou direto nas quartas de final e venceu o atleta neutro Mukhamed-Ali Mataev nas punições (3 a 1).
Na semifinal, enfrentou o também atleta neutro Niiaz Bilalov e demonstrou seu domínio no ne-waza, conseguindo encaixar um estrangulamento no adversário para avançar à sua segunda final de Grand Slam seguida.
Árbitro sinaliza o ippon do japonês Dota Arai, sobre Leonardo Gonçalves na final dos meio-pesados © Di Feliciantonio Emanuele / IJF
Na decisão, Léo teve como adversário o japonês Dota Arai, seu algoz na disputa de bronze do Grand Slam de Tóquio, no fim de 2024. Em Baku, a história se repetiu, com o brasileiro sendo superado novamente no confronto direto.
Essa foi a terceira medalha de Iguape em etapas de Grand Slam — a mais recente, inclusive, foi conquistada há duas semanas, no Grand Slam de Paris, onde o judoca da Sogipa foi vice-campeão. No Circuito Mundial, a nova prata se junta a outras seis medalhas em Grand Prix, incluindo o bicampeonato da etapa da Áustria, em 2023 e 2024.
Aos 28 anos, o atleta da cidade de Iguape (SP) e medalhista olímpico por equipes ocupa atualmente a sexta colocação no ranking mundial do meio-pesado (100kg). Com a medalha em Baku, ele deve subir algumas posições na lista.
A equipe brasileira foi ao Azerbaijão com 13 atletas, sendo que no feminino estavam Natasha Ferreira (Sociedade Morgenau 48kg), Bianca Reis (E.C. Pinheiros) e Jéssica Lima (Sogipa), na até 57kg, Nauana Silva (E.C. Pinheiros) e Rafaela Silva (C.R. Flamengo), na até 63kg, e Alexia Castilhos (Sogipa 70kg).
O pódio dos meio-pesados com Léo Gonçalves (BRA), Dota Arai (JAP), Madzhidov Dzhakhongir (TAJ) e
Bilalov Niiaz (IJF) © Di Feliciantonio Emanuele / IJF
No time masculino estavam Chrystian Silva (Paineiras do Morumby 60kg), Vinicius Ardina (Sesi 73kg), Luan Almeida (Sesi 81kg), Marcelo Fronckowiak (C.R. Flamengo) e Rafael Macedo (Sogipa), na até 90kg, Leonardo Gonçalves (Sogipa 100kg) e João Cesarino (Instituto Reação +100kg).
A comissão técnica estava composta pelos treinadores Alexandre Lee, Andrea Berti e Antônio Carlos Pereira, o Kiko, além do médico Marcelo Ichige, do fisioterapeuta Ricardo Amadei e do chefe de delegação Maicon Maia.
20 de fevereiro de 2025
20 de fevereiro de 2025
18 de fevereiro de 2025