17 de novembro de 2024
Grand Slam de Brasília projetará judocas brasileiros no ranking olímpico
Nas quatro edições de grand slams realizadas no Brasil, a seleção brasileira acumulou 61 medalhas, sendo 11 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze
Grand Slam de Brasília 2019
15 de julho de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos GABRIELA SABAU/FIJ
Curitiba – PR
No ápice do investimento público e privado no esporte e no judô, o Brasil recebeu o Campeonato Mundial de 2013, realizado no Maracanãzinho. Desde então, nunca mais o Brasil sediou uma competição do world tour da Federação Internacional de Judô (FIJ).
Anunciado pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) no primeiro semestre deste ano, o Grand Slam de Brasília figura no calendário da Federação Internacional de Judô (FIJ) nos dias 6 a 8 de outubro, e certamente proporcionará grande avanço aos judocas brasileiros no ranking olímpico.
A competição que recoloca o Brasil na rota dos grandes eventos internacionais de judô soma mil pontos no ranking para a classificação olímpica e a FIJ permite que o País sede inscreva até quatro atletas por categoria de peso. Com isso, a Gestão de Alto Rendimento da CBJ poderá inscrever até 56 judocas na competição.
Segundo Matheus Theotônio, gestor nacional de eventos da CBJ, o Grand Slam de Brasília será um evento estratégico para a seleção brasileira na corrida pela classificação para Tóquio 2020.
“Normalmente, devido à nossa posição geográfica, nossos atletas sofrem um desgaste extra com longas viagens pelas etapas do circuito mundial. Então, realizar um grand slam em casa é também estratégico neste sentido”, disse. Matheus Theotônio esteve no Azerbaijão em maio, com a missão de observar toda a organização de um evento internacional no padrão FIJ e trazer esse know-how para o torneio de Brasília.
Retrospecto positivo
O Brasil realizou etapas de grand slam entre 2009 e 2012, sempre no Rio de Janeiro. Naquele período a seleção brasileira de judô acumulou 61 medalhas, sendo 11 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, o que supera com folga o total de medalhas obtidas pelo Brasil em mais de dez edições de grand slams.
Pelos critérios estabelecidos pela FIJ, a corrida olímpica dura 24 meses. Nos primeiros 12 meses, os pontos têm peso menor, de 50%. Nos 12 últimos, a pontuação é completa. Para cada atleta são computados os cinco melhores resultados de cada um desses períodos, mais uma bonificação, que pode ser o máster ou o campeonato continental.
Espera-se que a Gestão de Alto Rendimento da CBJ defina a classificação dos judocas brasileiros que se encontram no grupo intermediário do ranking da FIJ, já que os principais atletas do Brasil figuram entre os primeiros colocados no WRL.
Indagamos a Ney Wilson, gestor de alto rendimento da confederação brasileira, qual a importância estratégica do Grand Slam de Brasília na corrida olímpica, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos resposta.
Protagonismo internacional
Além de toda a importância do Grand Slam de Brasília para a classificação olímpica, a realização de eventos o world tour, indubitavelmente, projetará o Brasil no cenário político-esportivo continental e mundial.
Fora as quatro edições de grand slams realizadas no Rio de Janeiro, o Brasil já sediou três edições do Campeonato Mundial Sênior – em 1965, 2007 e 2013. Outras duas edições do Campeonato Mundial por Equipes realizaram-se em Salvador (2012) e no Rio de Janeiro (2013).
Esperamos que o Grand Slam de Brasília seja um divisor de águas na atual gestão, e que o Brasil retome o protagonismo que o projetou como o principal cenário do judô pan-americano.