Grand Slam de Brasília projetará judocas brasileiros no ranking olímpico

Gabriela Chibana está inserida no grupo de judocas da nova geração que serão beneficiados com a realização do Grand Slam de Brasília

Nas quatro edições de grand slams realizadas no Brasil, a seleção brasileira acumulou 61 medalhas, sendo 11 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze

Grand Slam de Brasília 2019
15 de julho de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos GABRIELA SABAU/FIJ
Curitiba – PR

No ápice do investimento público e privado no esporte e no judô, o Brasil recebeu o Campeonato Mundial de 2013, realizado no Maracanãzinho. Desde então, nunca mais o Brasil sediou uma competição do world tour da Federação Internacional de Judô (FIJ).

Anunciado pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) no primeiro semestre deste ano, o Grand Slam de Brasília figura no calendário da Federação Internacional de Judô (FIJ) nos dias 6 a 8 de outubro, e certamente proporcionará grande avanço aos judocas brasileiros no ranking olímpico.

Mário Tsutsui, técnico da seleção brasileira feminina

A competição que recoloca o Brasil na rota dos grandes eventos internacionais de judô soma mil pontos no ranking para a classificação olímpica e a FIJ permite que o País sede inscreva até quatro atletas por categoria de peso. Com isso, a Gestão de Alto Rendimento da CBJ poderá inscrever até 56 judocas na competição.

Segundo Matheus Theotônio, gestor nacional de eventos da CBJ, o Grand Slam de Brasília será um evento estratégico para a seleção brasileira na corrida pela classificação para Tóquio 2020.

“Normalmente, devido à nossa posição geográfica, nossos atletas sofrem um desgaste extra com longas viagens pelas etapas do circuito mundial. Então, realizar um grand slam em casa é também estratégico neste sentido”, disse. Matheus Theotônio esteve no Azerbaijão em maio, com a missão de observar toda a organização de um evento internacional no padrão FIJ e trazer esse know-how para o torneio de Brasília.

Retrospecto positivo

O Brasil realizou etapas de grand slam entre 2009 e 2012, sempre no Rio de Janeiro. Naquele período a seleção brasileira de judô acumulou 61 medalhas, sendo 11 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, o que supera com folga o total de medalhas obtidas pelo Brasil em mais de dez edições de grand slams.

Pelos critérios estabelecidos pela FIJ, a corrida olímpica dura 24 meses. Nos primeiros 12 meses, os pontos têm peso menor, de 50%. Nos 12 últimos, a pontuação é completa. Para cada atleta são computados os cinco melhores resultados de cada um desses períodos, mais uma bonificação, que pode ser o máster ou o campeonato continental.

Espera-se que a Gestão de Alto Rendimento da CBJ defina a classificação dos judocas brasileiros que se encontram no grupo intermediário do ranking da FIJ, já que os principais atletas do Brasil figuram entre os primeiros colocados no WRL.

As judocas peso meio-leve, Eleudis Valentim e Larissa Pimenta estão pontuando no world tour da FIJ e deverão conquistar pontos importantes em Brasília

Indagamos a Ney Wilson, gestor de alto rendimento da confederação brasileira, qual a importância estratégica do Grand Slam de Brasília na corrida olímpica, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos resposta.

Protagonismo internacional

Além de toda a importância do Grand Slam de Brasília para a classificação olímpica, a realização de eventos o world tour, indubitavelmente, projetará o Brasil no cenário político-esportivo continental e mundial.

Fora as quatro edições de grand slams realizadas no Rio de Janeiro, o Brasil já sediou três edições do Campeonato Mundial Sênior – em 1965, 2007 e 2013. Outras duas edições do Campeonato Mundial por Equipes realizaram-se em Salvador (2012) e no Rio de Janeiro (2013).

Esperamos que o Grand Slam de Brasília seja um divisor de águas na atual gestão, e que o Brasil retome o protagonismo que o projetou como o principal cenário do judô pan-americano.