Guilherme Schmidt e Gabriel Falcão faturam ouro nos Jogos Pan-Americanos

O Minastenista Guilherme Schmidt se firma como um dos maiores judocas do peso meio-médio do mundo na atualidade © Wander Roberto / COB

Representantes da nova geração do judô brasileiro, Guilherme Schmidt e Gabriel Falcão conquistaram o ouro neste domingo em Santiago.

Fonte Fernando Gavini / Olimpíada todo dia
30 de outubro de 2023 / Curitiba (PR)

Depois de estrear nos tatamis de Santiago com quatro medalhas de ouro no sábado, o judô brasileiro voltou a brilhar neste domingo. Fora as duas medalhas de ouro conquistadas pelo Minastenista Guilherme Schmidt e Gabriel Falcão, judoca do Instituto Reação, a seleção brasileira obteve uma prata e um bronze com os medalhistas olímpicos da Sogipa, Daniel Cargnin e Keteleyn Quadros.

Guilherme Schmidt

Na categoria até 81kg, Guilherme Schmidt estreou direto nas quartas de final. Ele imobilizou o canadense David Popovic para vencer por ippon e avançar para a semifinal. Depois, o atleta de 22 anos derrotou o dominicano Medickson Del Orbe com um estrangulamento e se garantiu na decisão da medalha de ouro.

Na decisão da medalha de ouro, Guilherme Schmidt enfrentou o chileno Jorge Perez e toda a torcida que lotou a arena. “Quando eu estava no corredor, ouvi aquela gritaria toda, eu só falei: hoje é meu dia e vou conquistar essa medalha de ouro. Minha mãe estava na arquibancada, então eu foquei só em escutar a voz dela e a voz do meu técnico. Querendo ou não, essa energia que a torcida chilena fez foi muito bom para mim também porque me desafiou a conquistar a medalha”.

Gabriel Falcão do Instituto Reação exibe o ouro conquistado no Chile © Wander Roberto/COB

Quando a luta começou, o brasileiro nem deixou a torcida chilena se entusiasmar. Guilherme Schmidt mostrou porque vive uma grande fase e logo aplicou um wazari no adversário. Depois, conseguiu imobilizar o rival até conseguir o ippon para conquistar a medalha de ouro. “Eu consegui a projeção e depois aproveitei a oportunidade na transição, que é uma coisa que estou trabalhando muito. É um ponto forte meu e tenho como inspiração o Flávio Canto, que era um mestre no chão no judô. Então, eu me espelho muito nele, que foi medalhista olímpico na minha categoria. E eu estou treinando bastante para ganhar mais lutas na transição e aproveitar para já jogar e finalizar no chão”, revelou o medalha de ouro.

Gabriel Falcão e Daniel Cargnin

A categoria mais dominante do Brasil neste domingo foi a leve (73kg), cuja final foi disputada por dois representantes do País. Daniel Cargnin venceu Matteo Etchechury, da Argentina, por ippon, Antoine Bouchard, do Canadá, com um wazari, e se garantiu na decisão ao derrotar o colombiano Andrés Sandoval nos shidos. Do outro lado da chave, Gabriel Falcão passou por Jack Yonezuka, dos Estados Unidos, por WO (USA), superou o mexicano Gilberto Cardoso no golden score e avançou para a final ao derrotar o dominicano Antonio Tornal, também por shido.

Um dos judocas mais versáteis do Brasil, Daniel Cargnin (Sogipa) obteve a medalha de prata em Santiago © Wander Roberto/COB

Na decisão, Daniel Cargnin, que sofreu um entorse no tornozelo esquerdo durante a semifinal, foi vetado pelo departamento médico da seleção brasileira com uma suspeita de fratura. “Queria muito lutar, mas realmente não consegui”, afirmou o medalhista de bronze de Tóquio, mostrando o tornozelo inchado para a reportagem do Olimpíada Todo Dia. Com isso, Gabriel Falcão conquistou a medalha de ouro sem precisar voltar aos tatamis para lutar a final.

No pódio, os dois brasileiros comemoraram a dobradinha, que não é muito comum no judô. Normalmente, a modalidade conta com apenas um atleta de cada País por categoria, mas o Brasil teve dois porque Gabriel Falcão se classificou pelos Jogos Pan-Americanos Júnior de Cáli 2021.

“Estou muito feliz com o Brasil mostrando um judô muito forte com essas medalhas e vamos que vamos porque tem mais dias e mais medalhas porque o Time Brasil no judô é muito forte”, comemorou o jovem campeão.

Ketleyn Quadros

A exemplo de Guilherme Schmidt, Ketleyn Quadros estreou nas quartas de final da categoria até 63kg. A medalhista de bronze dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 derrotou a americana Sara Golden nas punições, mas parou na semifinal diante da canadense Isabelle Harris.

Ketleyn Quadros (Sogipa), a judoca mais longeva e experiente do Brasil assegurou no Chile, a sua primeira medalha nos Jogos Pan-americanos © Wander Roberto/COB

Com isso, a experiente judoca enfrentou na disputa pelo bronze a colombiana Cindy Meira e com um wazari de vantagem conquistou a primeira medalha de sua carreira em Jogos Pan-Americanos. “Para mim, é super especial, apesar de eu ter uma bagagem bem grande na modalidade. Foi meu primeiro Pan e ter essa oportunidade de estar competindo e sair com a medalha é uma resposta positiva do trabalho, que eu entendo como se fosse uma colinha para os Jogos Olímpicos de 2024 por causa de toda a dinâmica e de todo esse cenário”, afirmou a experinte atleta.

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