18 de novembro de 2024
Impecável contra a favorita, Bia Souza leva a prata contra a francesa Romane Dicko
Judoca do Esporte Clube Pinheiros admite que o resultado não foi o ideal, mas reconhece evolução e crê em pódio na disputa por equipe nesta quinta-feira
Paulo Pinto / FPJCOM
12 de outubro de 2022 / São Paulo (SP)
Surpresa no peso-pesado feminino (+78kg), a brasileira Beatriz Souza fez uma competição impecável até as semifinais. Todos achavam que a japonesa Wakaba Tomita venceria, mas a judoca do Esporte Clube Pinheiros atacou e defendeu perfeitamente, executando uma luta excepcional. Não é comum ver os japoneses pressionados e levando shidôs por passividade, mas a brasileira fez a lição de casa, lutou muito bem e desconstruiu a estratégia da adversária.
Após conquistar o bronze em Budapeste, no ano passado, Beatriz mostrou evolução durante a competição. Jovem, ela se vê no caminho certo para mais conquistas na modalidade.
Para chegar à final, Bia teve de suplantar grandes nomes da categoria, como a japonesa Wakaba Tomita e a cubana Idalys Ortiz, a grande rival das brasileiras no peso-pesado. Na final, Beatriz aparentou ter entrado menos focada que a francesa Romane Dicko e, numa tentativa frustrada de aplicar um sasae-tsurikomi-ashi, a brasileira se desiquilibrou e caiu, mas a francesa a segurou e venceu no osae-komi.
“Minha evolução técnica foi nítida hoje. A partir dos treinos que estamos fazendo no clube, não há como não evoluir na questão técnica, tática e física. Isso me deixa mais orgulhosa ainda pela medalha de hoje. Dei tudo de mim, fiz o que estava treinando e cumpri o planejamento. O resultado não foi muito bom, mas estamos no caminho certo, estou chegando forte e agora é continuar o trabalho de maneira firme e confiante”, disse a peso-pesado ao jornal O Globo.
Judoca do Esporte Clube Pinheiros, Beatriz Souza tem como técnicos a também medalhista em mundiais no peso-pesado Maria Suelen Altman, Paulo Segatelli e Leandro Guilheiro, medalhista de bronze em Atenas (2004) e Pequim (2008), que fez uma avaliação superpositiva sobre a peso-pesado do clube.
“Foi um grande e importante a conquista da Beatriz, confirmando sua posição no ranking mundial como uma das principais atletas da categoria deste ciclo olímpico. Fora dos tatamis ela é uma pessoa sensacional e dentro deles ela possui todos os requisitos de uma grande atleta. Sem sombra de dúvida, merece tudo que tem vivido no judô ultimamente. ”
Na avaliação do sensei Paulo Segatelli, a peso-pesado pinheirense é uma das joias brasileiras deste ciclo olímpico. “Na verdade, ela é um diamante e uma das poucas judocas nacionais em condições de serem campeãs olímpicas. Ela perdeu num detalhe importante, mas caiu diante de uma judoca que ela já venceu em outra oportunidade. Demonstra, portanto, chances reais de galgar degraus mais altos. Tenho certeza de que este resultado fará com que ela amadureça muito mais e alcance seu objetivo, que é o ouro olímpico.”
Segatelli contou que Beatriz é uma atleta vencedora, não somente nos resultados, mas por saber lidar facilmente com este tipo de situação. “Tenho plena convicção de que o vice-campeonato mundial irá incentivá-la, e todos os técnicos do Pinheiros trabalharão neste sentido. Ela está de parabéns porque é uma menina doce e uma atleta excepcional, que executa sempre aquilo que a comissão técnica determina. Toda pessoa que tem disciplina tende a crescer, e a Bia sobra nesse quesito”, disse Segatelli.
Beatriz Souza conquistou a quarta medalha do Brasil em Tashkent, após os ouros da bicampeã mundial Rafaela Silva (53kg) e da tricampeã Mayra Aguiar (78kg), além do bronze de Daniel Cargnin (73kg). A medalha de prata de Beatriz consolidou a vice-liderança do Brasil na competição individual. Em primeiro lugar, o Japão foi campeão geral, totalizando cinco ouros, quatro pratas e três bronzes.
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