Japão impõe hegemonia, e Mongólia celebra o vice-campeonato em casa

Grand Slam da Mongólia confirmou sua importância estratégica no calendário internacional do judô © Gabriela Sabau / FIJ

Com harai-goshi e osae-komi, Patrícia Sampaio derrota a japonesa Umeki Mami em 38 segundos e garante ouro histórico para Portugal na categoria até 78kg.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 27 de julho de 2025

Com 236 atletas inscritos — 142 homens e 94 mulheres — representando 28 países de quatro continentes, o Grand Slam da Mongólia confirmou sua importância estratégica no calendário internacional do judô. Realizada entre os dias 25 e 27 de julho, na capital Ulaanbaatar, a competição reuniu grandes nomes do circuito e delegações expressivas, como a da China, com 26 judocas, e a do país anfitrião, que inscreveu 56 atletas.

Nos dois primeiros dias de disputas na Arena Estepe, o Japão confirmou sua hegemonia técnica, abrindo ampla vantagem sobre as demais nações. A equipe da casa, no entanto, também protagonizou momentos memoráveis, colocando seus representantes em diversos pódios e empolgando a torcida local.

Odgerel Uranbayar (73kg) conquistou o primeiro ouro da Mongólia © Gabriela Sabau / FIJ

As medalhas de ouro conquistadas por Odgerel Uranbayar (73kg) e Bold Gankhaich (63kg) no segundo dia garantiram a execução do hino nacional — um feito sempre marcante para o país-sede. O momento mais emocionante veio com a vitória de Gonchigsuren Batkhuyag na categoria pesada. Após vencer o japonês Daigo Kagawa na semifinal, ele manteve o foco e superou o adversário da final, levando o público ao delírio e encerrando o torneio com o hino da Mongólia ecoando pela arena.

De modo geral, os organizadores locais foram elogiados pela hospitalidade e estrutura oferecidas. Ulaanbaatar reafirmou sua condição de nação amiga do judô, com forte presença cultural e espírito de fraternidade. O presidente da federação local, Khaltma Battulga, foi saudado pela dedicação ao crescimento do judô mongol e ao fortalecimento da modalidade em nível global.

Bold Gankhaich (63kg) assegurou o segundo ouro para os anfitriões © Gabriela Sabau / FIJ

Japão impecável

A seleção japonesa manteve sua consistência e conquistou seis medalhas de ouro, três de prata e três de bronze, encerrando o torneio na liderança do quadro geral.

Disputando nove das catorze finais, o Japão conquistou seis medalhas de ouro com performances brilhantes de Mitsuki Kondo (−48 kg), Hiroto Shirakane (−60 kg), Kokoro Fujishiro (−52 kg) e Yuhei Oino (−81 kg), além dos títulos de Oino e Yuhei Oino (o mesmo citado no −81 kg, mas contou como destaque às) — e ainda Gorō Okada (−90 kg) e Takanori Nagase (−81 kg).

O peso-pesado mongol Gonchigsuren Batkhuyag garantiu que o Hino Nacional fosse entoado no encerramento do Grand Slam de Ulaanbaatar © Gabriela Sabau / FIJ

A Mongólia ficou na segunda colocação, com três ouros, uma prata e sete bronzes. A equipe que compete sob a bandeira da Federação Internacional de Judô (IJF) completou o pódio com um ouro, duas pratas e sete bronzes.

Na sequência, vieram o Uzbequistão (1 ouro, 1 prata), a França (1 ouro, 1 bronze) e a Ucrânia (1 ouro e uma sétima colocação).

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Patrícia Sampaio atropela japonesa

Portugal conquistou um expressivo sétimo lugar graças à performance impressionante da meio-pesado Patrícia Fernandes Sampaio (78kg), que venceu a japonesa Umeki Mami por ippon em apenas 38 segundos de combate.

Patrícia Sampaio aplica harai-goshi e inicia a vitória relâmpago sobre a japonesa Umeki Mami na final dos 78kg © Gabriela Sabau / FIJ

Demonstrando excelente atitude mental, a portuguesa projetou a adversária com um harai-goshi de esquerda que lhe rendeu o wazari, e concluiu a luta com um osae-komi em makura-kesa-gatame, revelando precisão técnica e notável frieza.

A vitória relâmpago em Ulaanbaatar reforça o excelente momento vivido por Patrícia. Após conquistar o bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, ela participou de sete torneios e subiu ao pódio em todos. A sequência inclui títulos no Grand Slam de Paris 2025, no Campeonato Europeu e o bronze no Mundial Sênior desta temporada.

Pódio dos 78kg feminino: Patrícia Sampaio (POR) no topo, seguida por Umeki Mami (JPN), Aleksandra Babintseva (IJF) e Peng Yuxiao (CHN) © Gabriela Sabau

Com o ouro na Mongólia, Patrícia Sampaio chegou ao décimo pódio em Grand Slams — são dois ouros, uma prata e sete bronzes —, sendo quatro deles nos últimos doze meses. Com 6.225 pontos, ela lidera com folga o ranking mundial das meio-pesadas e se consolida como uma das maiores judocas da atualidade em sua categoria.

A também portuguesa Bárbara Timo (70kg) teve menos sorte. Ela foi eliminada logo na estreia por Terada Utana, do Japão, e não avançou à repescagem.

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