18 de setembro de 2025

Com 129 atletas de 37 países, o ju-jitsu confirmou em Chengdu seu alcance global, sua capacidade inclusiva e seu potencial olímpico.
De 10 a 12 de agosto, o Ginásio do Centro Cultural e Esportivo de Jianyang, em Chengdu, foi palco dos Jogos Mundiais de 2025. A competição apresentou tanto o ju-jitsu tradicional quanto novas adaptações, incluindo pela primeira vez as categorias de parajitsu. O torneio reforçou o dinamismo e a evolução de uma modalidade que estreou nos Jogos Mundiais em Cali 2013 e, desde então, não para de crescer em popularidade e legitimidade.
Evento celebrado em Chengdu mostrou que o ju-jitsu é hoje um esporte global © JJIF
A China viveu seu maior momento no evento ao conquistar a primeira medalha de ouro do país no parajitsu. A dupla Li Yucai e Guo Ao triunfou na categoria Dupla Mista Parafísica, superando os alemães Alessandro Schober e Christine Jahn por 167 a 162.
“Quatro meses de treinamento rigoroso juntos validaram nossa perseverança e dedicação ao esporte”, destacou Li após a conquista inédita.
Atletas de 37 países participaram dos Jogos Mundiais de Ju-jitsu em Chengdu © JJIF
Na categoria Dupla Mista Paravisual, as alemãs Nike Hunecke e Julia Paszkiewicz conquistaram o ouro sobre a dupla chinesa Wang Wenqiang e Pan Tianyou. Já os italianos Giovanni e Pietro Napoli emocionaram o público ao vencer a Dupla Mista Paramental. Giovanni comemorou abraçado ao irmão, que tem síndrome de Down, e declarou: “Ele não é diferente, apenas um pouco especial. Levá-lo ao ouro é a minha maior conquista.”
Entre os grandes protagonistas esteve o israelense Nimrod Ryeder, que conquistou duas medalhas de ouro: nos 77kg e no Aberto Masculino, consolidando sua posição como um dos principais atletas da modalidade.
No feminino, a húngara Tamara Toros surpreendeu ao derrotar a campeã Sung Ki-ra nas semifinais da categoria até 63kg e, em seguida, conquistar o Aberto Feminino sobre a israelense Meshi Rosenfeld, por finalização.
Os Emirados Árabes Unidos também mostraram força: Saeed Al Kubaisi levou o ouro até 85kg, enquanto Mehdi Al Awlaki (77kg) e Mohammed Al Suwaidi (69 kg) garantiram medalhas de prata.
Na modalidade de luta, o ucraniano Bohdan Mochulskyi alcançou um feito raro: o terceiro ouro consecutivo nos Jogos Mundiais, desta vez na categoria até 62kg, superando o holandês Ecco Van der Veer por 17 a 12.
No feminino, a francesa Estelle Gaspard brilhou na categoria até 52kg, garantindo o ouro com atuações determinantes. A dinamarquesa Rebekka Dahl, veterana da modalidade, conquistou sua terceira medalha em Jogos Mundiais, ficando com a prata até 57kg após a final contra a alemã Sophie Busch.
As disputas de duplas mistas paramentais chamaram atenção pelo caráter inusitado e pelo grande interesse que despertaram © JJIF
Após a vitória, Busch não escondeu a emoção de enfrentar sua ídola. “É simplesmente incrível, porque Rebekka Dahl sempre foi meu modelo quando eu era jovem. Nunca imaginei derrotá-la em uma final.”
A Tailândia reafirmou seu protagonismo ao sagrar-se campeã geral com três medalhas de ouro, duas delas no ju-jitsu tradicional. Warut Netpong e Charatchai Kitpongsri deram um show no Mixed Duo Show Open, impressionando os juízes com acrobacias e execução técnica impecável. A equipe tailandesa também conquistou o título no Mixed Duo Team Open, deixando a Áustria com a prata e a Itália com o bronze
O formato Jiu-Jitsu Show, que combina manobras acrobáticas e técnicas tradicionais, ganhou destaque e ampliou a popularidade do esporte, mostrando que a modalidade pode ser competitiva e, ao mesmo tempo, atrativa para o público.
Os Jogos Mundiais de 2025 consolidaram o ju-jitsu como uma disciplina verdadeiramente universal. Quase 70% dos países participantes subiram ao pódio, com campeões surgindo de 14 nações diferentes, entre elas França, Coreia, Cazaquistão, Bélgica e Dinamarca. O Brasil terminou a disputa na 21ª colocação com uma medalha de bronze conquistada.
A inclusão oficial do parajitsu representou um passo decisivo rumo à plena acessibilidade e reforçou o compromisso da modalidade em acolher atletas de todos os níveis e condições.
Mais do que medalhas, o evento celebrado em Chengdu mostrou que o ju-jitsu é hoje um esporte global, inclusivo e preparado para o desafio olímpico.