Judô feminino do Brasil brilha em Astana com três bronzes no primeiro dia do Grand Slam

Ipponzaço de Shirlen Nascimento sobre a atleta neutra Irina Zueva na disputa pela medalha de bronze © Kulumbegashvili Tamara / FIJ

Natasha Ferreira (PR), Jéssica Pereira (RJ) e Shirlen Nascimento (SP) sobem ao pódio e reafirmam o protagonismo das mulheres no judô brasileiro.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 9 de maio de 2025

O judô feminino brasileiro mais uma vez reafirmou sua força no cenário internacional. No primeiro dia do Grand Slam de Astana, no Cazaquistão, somente as mulheres da Seleção Brasileira subiram ao pódio, conquistando três medalhas de bronze com a paranaense Natasha Ferreira (48kg), a carioca Jéssica Pereira (52kg) e a paulista Shirlen Nascimento (57kg). A competição, que reúne 358 atletas de 44 países, segue até domingo (11) com as principais seleções do circuito internacional.

Com excelente ne-waza, Jéssica Pereira garante o bronze ao imobilizar a húngara Reka Pupp
© Kulumbegashvili Tamara / FIJ

Natasha Ferreira brilha no 48kg

Natasha Ferreira, embalada pelo ouro no recente Campeonato Pan-Americano, estreou diretamente nas oitavas de final, vencendo a belga Lois Petit por punições. Após ser superada pela chinesa Xinran Hui nas quartas de final, Natasha seguiu para a repescagem, onde derrotou a israelense Tamar Malca. Na disputa pelo bronze, enfrentou a mongol Narantsetseg Ganbaatar, conquistando a vitória por ippon e assegurando sua segunda medalha em Grand Slams.

Natasha Ferreira supera a belga Lois Petit nas oitavas de final da categoria até 48kg © Kulumbegashvili Tamara / FIJ

Jéssica Pereira conquista bronze com osae-komi decisivo

Jéssica Pereira, vice-campeã no Pan-Americano, também começou sua jornada nas oitavas de final, vencendo a israelense Ilay Hayun. Nas quartas, superou a marroquina Soumiya Iraoui com um wazari seguido de ippon. Na semifinal, foi derrotada pela alemã Seija Ballhaus, mas recuperou-se na disputa pelo bronze, aplicando uma imobilização eficiente na húngara Reka Pupp e garantindo sua medalha.

Pódio dos 57kg com Mokdar Faiza (FRA), Tamaoki Momo (JPN), Shirlen Nascimento (BRA) e Starke Pauline (ALE) © Kulumbegashvili Tamara / FIJ

Shirlen Nascimento mostrou muita técnica

Shirlen Nascimento iniciou sua participação vencendo a italiana Giulia Carna por ippon nas oitavas de final. Após uma derrota para a francesa Faiza Mokdar nas quartas, enfrentou a atleta neutra Kseniia Galitskaia na repescagem e venceu no golden score. Na disputa pelo bronze, superou outra atleta neutra, Irina Zueva, com um ippon — mostrando muita personalidade e conquistando sua primeira medalha em Grand Slams.

https://www.originaltatamis.com.br/

Desempenho geral da equipe brasileira

Além das medalhistas, outros judocas brasileiros competiram no primeiro dia. Chrystian Silva (60kg) alcançou o quinto lugar, enquanto Bianca Reis (57kg) e Ronald Lima (66kg) foram eliminados na fase inicial.

Pódio dos 52kg com Leiva Sanchez Ayumi (ESP), Ballhaus Mascha (ALE), Gneto Astride (FRA) e Jéssica Pereira (BRA) © Kulumbegashvili Tamara / FIJ

Próximos desafios

O Grand Slam de Astana continua até domingo, 11 de maio, com a participação de outros atletas brasileiros, incluindo Beatriz Souza (+78kg), Beatriz Freitas (78kg), Karol Gimenes (78kg), Giovani Ferreira (90kg), Marcelo Fronckowiak (90kg) e Rafael Buzacarini (+100kg). As lutas preliminares têm transmissão ao vivo pelo site Judo TV, e as finais são exibidas pelo Canal Olímpico do Brasil no YouTube.

Pódio dos 48kg com Giliazova Sabina (FIJ), Hui Xinran (CHN), Natasha Ferreira (BRA) e Scutto Assunta (ITA) © Kulumbegashvili Tamara / FIJ

Força histórica das mulheres nos tatamis

Com mais esse desempenho de destaque, as mulheres do judô brasileiro reafirmam o protagonismo que vêm exercendo nas últimas décadas. Desde o último ouro olímpico masculino — conquistado por Rogério Sampaio em Barcelona 1992 —, coube às mulheres manterem o Brasil no topo do pódio: Sarah Menezes (Londres 2012), Rafaela Silva (Rio 2016) e Beatriz Souza (Paris 2024) são exemplos da excelência técnica e da força mental que marcam essa geração.

Em Astana, a tradição se manteve. Com coragem, técnica e personalidade, Natasha, Jéssica e Shirlen abriram o caminho da delegação brasileira no Grand Slam, elevaram a moral da equipe e aumentaram a expectativa por novos pódios nos próximos dias. Elas mostraram que o judô feminino do Brasil não apenas sustenta a história — mas inspira o futuro.

https://www.instagram.com/kimonosakurarp/