Judocas do Brasil lutam por última chance de entrar na lista para Paris 2024

Alana Maldonado, bicampeã mundial e atual campeã paralímpica sexta colocada no ranking nos 70kg para atletas J2 © Renan Cacioli / CBDV

Fase de treinamento reúne 16 atletas em São Paulo, sendo seis ainda fora do ranking; torneios deste ano valem o dobro de pontos.

Por ASCOM CBVD
6 de fevereiro de 2024 / São Paulo (SP)

Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 já são realidade para muitos judocas do Brasil, bem ranqueados e praticamente assegurados na maior competição do planeta. Outros, porém, terão nos três últimos torneios classificatórios antes da Paralimpíada a derradeira oportunidade de somar pontos e, quem sabe, carimbar o passaporte rumo à capital francesa. Dos 16 atletas da Seleção Brasileira presentes na primeira fase de treinamento da temporada, iniciada em São Paulo, seis ainda sonham com a vaga e treinam focados no Grand Prix de Heidelberg, na Alemanha, nos dias 17 e 18 de fevereiro.

Trata-se da primeira das três etapas do circuito internacional da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos) a serem realizadas antes de Paris. As demais serão em Antalya, na Turquia, em abril, e Tbilisi, na Geórgia, em maio. Todas contam pontos para o ranking mundial, principal critério de distribuição de vagas da modalidade para a Paralimpíada.

“A preparação está muito boa. É encerrar essa fase de treinamento, que está apenas começando, e pensar no primeiro campeonato, que vai ser na Alemanha, para buscar o meu sonho de estar em Paris”, diz o peso-pesado (acima de 90 kg) Sergio Fernandes Júnior, de 24 anos, atual nono colocado do mundo entre os atletas J2 (baixa visão). Na categoria dele, classificam-se os sete melhores.

O Brasil teria, hoje, representantes em 12 das 16 categorias nos Jogos (cada país pode inscrever somente um judoca por categoria). Há 148 vagas em disputa, sendo 102 via ranking. Confira como funcionará a distribuição de cada categoria:

O que pode ajudar quem se encontra mais atrás no ranking é o fato de todos os campeonatos do último ano do ciclo paralímpico, ou seja, entre junho de 2023 e junho de 2024, valerem o dobro de pontos. Por outro lado, a pontuação dobrada nas três etapas do Grand Prix antes de Paris serve de alerta a quem estaria classificado atualmente, mas no limite, como a bicampeã mundial e atual campeã paralímpica Alana Maldonado, sexta do mundo na categoria até 70kg para atletas J2. Longe do circuito desde março do ano passado, quando lesionou o joelho direito, ela espera retornar em alto nível no evento da Alemanha.

“O ano passado foi difícil, de lesão, recuperação, mas hoje estou pronta. Voltei mais forte e vou em busca da minha classificação. Hoje, eu estou classificada, mas a gente tem mais três competições importantes. Eu vou com tudo para defender meu título de campeã paralímpica”, disse a paulista de 28 anos.

O judô paralímpico é uma das modalidades que mais rendeu medalhas ao país na história das Paralimpíadas: foram 25 ao todo, sendo cinco ouros, nove pratas e 11 bronzes.

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