15 de novembro de 2024
Judocas portugueses voltam a treinar após o fim do confinamento
Após a reabertura dos dojôs para treinos individuais, desde a semana passada os atletas portugueses podem trabalhar técnicas de uchi-komi e kumi-kata
Gestão Esportiva
28 de maio de 2020
Fonte MIGUEL CANDEIAS / A BOLA
Fotos MAYOROVA MARINA, ROBERTO CASTRO e FELICIANTONIO EMANUELE
Curitiba – PR
Após um período inicial de reabertura de treinos e instalações ao ar livre exclusiva para atletas de alto rendimento, com medidas de prevenção sanitária, os dojôs e ginásios portugueses foram reabertos na semana passada. Começou assim nova etapa de desconfinamento esportivo, aberta a todos os integrantes da seleção nacional. O judô foi incluído entre as modalidades cujo regresso se previa mais tardio devido ao constante contacto físico e proximidade de rostos nos combates.
“Começamos uma segunda fase. Até aqui todos estavam treinando sozinhos, agora os atletas já podem trabalhar técnicas de uchi-komi e kumi-kata. Mas ainda não podem efetuar randoris e ainda é proibido o ne-waza; tudo tem de ser feito em pé. Para tentar reduzir o esforço e eventuais respirações ofegantes, o parceiro não pode fazer oposição ou resistir. São permitidas apenas técnicas de movimentação”, explicou Jorge Fernandes, presidente da Federação Portuguesa de Judô (FPJ).
O dirigente enfatizou que nesta segunda fase a grande novidade é a permissão para os atletas da seleção portuguesa retomarem a atividade. “Esta é uma grande notícia para os judocas que ambicionavam participar da primeira concentração dessa temporada, marcada para junho. Neste momento, nossa equipe olímpica tem oito atletas classificados para os Jogos de Tóquio. Como as coisas estão ocorrendo dentro do esperado, o estágio envolveria todas as seleções. No entanto, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, pediu para termos calma e esperar, pelo menos, mais duas semanas, antes de qualquer decisão”, revelou o líder da federação portuguesa.
Devido ao regresso das equipes aos tatamis, há já quem tenha adquirido material de desinfecção, como é o caso do Judô Clube de Coimbra, que adquiriu um pulverizador para reduzir a margem de risco de contaminação do dojô.
“Além disso, temos um gel desinfetante que é obrigatoriamente usado quando entramos e saímos. Existe ainda um tapete especial à entrada, mas os sapatos ficam fora do dojô. E os judocas têm também de treinar com máscara, mudando-as a cada meia hora”, detalhou Fernandes.
Segundo o dirigente português, há mais regras. “Nos treinos, as portas e janelas estão sempre abertas, e quem entra não sai mais para nada. Se tiver de sair, não volta a entrar”, garante. “Os atletas têm de preparar-se antes da saída, e no fim das atividades só um ou outro permanece para lavar e desinfetar o ambiente. Fora do dojô também é proibido fazer aglomeração.”
Em suma, são as mesmas medidas de segurança contidas no manual de procedimentos para reabertura de escolas e dojôs de judô elaborado pela Comissão Científica da Federação Paulista de Judô, que já foram adotadas nos Estados em que os governantes possuem uma visão mais sensata e coerente a respeito das medidas preventivas e restritivas.
A federação portuguesa recomenda a todos que, por ora, os treinos sejam apenas de uma hora e sem grande intensidade, já que as máscaras não permitem entrada suficiente de oxigênio para quem está em esforço. “Mas para mim e para os atletas este momento é extraordinário. Fazer judô é aquilo de que gostamos verdadeiramente. Este passo aproxima-se do treino e para todos nós representa um grande avanço”, concluiu o dirigente português.