18 de novembro de 2024
Keiko Hajime 2023 mantém a tradição num dos principais redutos no judô do Brasil
Evento com mais de 70 anos de história na região do Alto Tietê é fomentado atualmente pelos professores Yoshiyuki Shimotsu, Paulino Namie e Joji Kimura
Por Paulo Pinto / FPJCOM
23 de fevereiro de 2023 / São Paulo (SP)
A 10ª Delegacia Regional Central realizou no dia 11 de fevereiro o tradicional keiko hajime – treino inicial –, evento que dá continuidade a mais de 70 anos de tradição do judô no Alto Tietê. Na avaliação do delegado Leandro Tomé Correa, o encontro correspondeu à importância reconhecida desde dos primórdios da modalidade na região e superou as expectativas.
Realizado nas dependências da Associação Namie de Judô em Mogi das Cruzes, o keiko hajime 2023 dividiu-se em duas partes. As classes sub 13 e sub 15 treinaram das 8 horas às 9h45, enquanto as turmas sub 18 e acima treinaram das 10 horas ao meio-dia.
“No tradicional keiko hajime contamos com a presença de renomados professores kodanshas que fizeram história no judô paulista e nacional. O primeiro treino reuniu pouco mais de 50 atletas, enquanto 120 participaram do segundo, ambos brilhantemente comandados pelos professores Hatiro Ogawa, Vânia Ishii e Marco Antônio da Costa, o Rato”, informou Correa.
Ele destacou ainda que o keiko hajime 2023 reuniu professores renomados, entre eles o professor kodansha Luiz Yoshio Onmura, medalhista olímpico em 1984, que transmitiu um pouco de seu conhecimento do judô tradicional. Além dele, participaram do treino os professores kodanshas Joji Kimura, Solange Pessoa de Almeida Vinck, Yoshiyuki Shimotsu e Paulino Namie, Masakatsu Akamine e os senseis Karine e Yoshio Kimura.
Tradição e história
Realizado pela 10ª Delegacia Regional Central em todo início de temporada, o keiko hajime mantém uma tradição de mais de 70 anos instituída por precursores como Kaysutoshi Naito e Tokuzo Terazaki, em Suzano e Mogi das Cruzes, dois tradicionais berços do Caminho Suave. E o mesmo vem sendo mantido por importantes professores kodanshas, como Yokishi Kimura e Sethiro Namie, entre outros. Na atualidade, esta iniciativa é conduzida pelos professores Yoshiyuki Shimotsu, Paulino Namie e Joji Kimura.
O professor kodansha Joji Kimura, primeiro vice-presidente da Federação Paulista de Judô (FPJudô), explicou que o keiko hajime não marca apenas o início da temporada. “Esta é uma prática que traz boa sorte, garante boa vibração e, acima de tudo, reafirma a amizade e o companheirismo de todos os professores, técnicos e atletas envolvidos no encontro a cada novo ano.”
“Quando dividimos conhecimentos, somamos em aprendizado.”
Professor Kimura acrescentou que o keiko hajime, ou treino inicial, é um dos principais eventos das artes marciais no Japão, no qual atletas e técnicos celebram o novo ano e criam expectativas para o ano letivo.
“É um intercâmbio diferente, com uma energia positiva, alto astral e um treino aberto. A troca de experiências entre todos os participantes representa grande aprendizado, pois no mesmo tatami estão diversos professores e atletas de várias faixas etárias, de diferentes realidades sociais, com experiências e visões variadas”, prosseguiu Kimura.
E respondeu à questão: como pode um grupo tão heterogêneo buscar o mesmo objetivo e praticar a mesma modalidade? “Acredito que só mesmo o judô e com encontros desta natureza vamos conseguir fazer vibrar esta energia, trabalhar numa mesma direção, buscando sempre a excelência em cada momento em que vivemos, com humildade, sinceridade, disciplina, foco e respeito.”
Kimura citou uma frase célebre do professor Jigoro Kano: “Mais vale a lágrima de uma derrota do que a vergonha de não ter lutado”. E concluiu: “Quando se divide conhecimento, soma-se aprendizado”.