Leonardo Gonçalves revela bastidores da conquista do bronze em Paris 2024: “Clima hostil”

Leonardo Gonçalves joga Dzhafar Kostoev (UEA) © Sabau Gabriela / IJF

Meio-pesado da Sogipa detalha o processo de preparação para os Jogos Olímpicos e comenta como estava a atmosfera na arena momentos antes do início da disputa por equipes mistas.

Fonte Combate / ge
Curitiba, 27 de fevereiro de 2025

Leonardo Gonçalves foi o convidado do podcast Mundo da Luta desta semana, produzido pelo Canal Combate do Globo Esporte. Medalhista de bronze na estreia da disputa por equipes mistas nos Jogos Olímpicos de Paris, o judoca começou 2025 em grande forma, conquistando duas medalhas de prata nas etapas do Grand Slam de Paris e Baku. No bate-papo com Ana Hissa e Luiz Prota, o meio-pesado da Sogipa (RS) relembrou sua trajetória no esporte e compartilhou bastidores da conquista olímpica do Brasil. Clique AQUI para ouvir o programa na íntegra.

Gonçalves foi um dos representantes do judô brasileiro em Paris. Além dele, Bia Souza, Ketleyn Quadros, Larissa Pimenta, Daniel Cargnin, Willian Lima, Guilherme Schimidt, Rafael Macedo e Rafael Silva integraram a equipe na competição. O faixa preta explicou que depois das disputas nas categoriais individuais, alguns atletas se sentiram injustiçados e o desejo de levar uma medalha na competição por equipes ficou ainda maior.

“O clima depois da disputa individual foi loucura. Todo mundo estava se sentindo injustiçado (o Macedo, a Rafaela). Você via que o negócio (clima) estava assustador. Acho que os adversários olharam na área de aquecimento e com certeza sentiram o clima hostil que pairava no Brasil. Aliás, é o clima que tem que estar em uma disputa por equipes mistas. Quando eu olhei a chave, falei: ‘cara, com essa galera dá pra gente fazer muito, porque a galera merece’. Eu olhava para o Rafael, para a Rafaela, para a Ketleyn, e todo mundo no flow da competição e não tinha como tirar esse bronze do por equipes. Todos merecem, mas aquela galera ali merecia muito – explicou Leonardo.

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Além da conquista da medalha, o judoca deu alguns detalhes sobre o seu início de carreira no esporte e explicou o processo de amadurecimento que passou após a preparação e participação nos Jogos Olímpicos.

“Eu tive a mentalidade de qualquer atleta que participa de sua primeira Olimpíada. Eu tinha uma mentalidade e saí de lá com outra. Aquela pressão psicológica que todo atleta vai pra Olimpíada vai sofrer. No meu caso acho que não foi um sofrimento, aquilo ali é um aprendizado para qualquer um. Eu saí de lá bem mudado. Quando cheguei em Paris, estava me sentindo no céu e saí de lá com uma medalha. Eu saí de lá com a moral e a mentalidade bem diferente”, explicou Leonardo.

Disputa individual

Além do bronze conquistado na disputa por equipes mistas, o Brasil brilhou no torneio individual, alcançando um dos melhores desempenhos de sua história olímpica. Os judocas brasileiros subiram ao pódio em três categorias, consolidando a tradição do país na modalidade.

Equipe medalha de bronze em Paris 2024: Guilherme Schmidt, Leonardo Gonçalves, Bia Souza, Rafael Silva e Rafael Macedo. Agachados Ketleyn Quadros, Willian Lima, Rafaela Silva, Daniel Cargnin e Larissa Pimenta © Miriam Jeske / COB

As medalhas foram conquistadas por Larissa Pimenta que voltou para casa com dois bronzes, um nos 52kg e outro por equipes mistas; a campeã Beatriz Souza que trouxe da França um ouro nos +78kg e um bronze por equipes mistas; e Willian Lima, o vice-campeão dos 66kg que também faturou o bronze por equipes mistas.

Esses resultados reafirmam a força do judô brasileiro no cenário mundial, refletindo não apenas o alto nível técnico e competitivo dos atletas, mas também o trabalho sólido desenvolvido desde a base. Por trás de cada medalha, há uma trajetória construída nos dojôs espalhados pelo país, com o empenho incansável de professores, clubes e escolas de formação, que lapidam talentos e os preparam para os desafios do alto rendimento. Além disso, o suporte da Confederação Brasileira de Judô tem sido fundamental para garantir estrutura, planejamento e condições adequadas para a evolução dos judocas. Com uma equipe talentosa e comprometida, respaldada por uma rede de apoio técnico e institucional bem estruturada, o Brasil segue consolidado como uma potência da modalidade, mirando novos desafios e conquistas nos próximos ciclos olímpicos.

O Brasil cravou seu nome na história do judô olímpico com a quinta melhor colocação dos Jogos de Paris 2024, tornando-se também a quinta equipe no cenário olímpico da modalidade, totalizando 4 medalhas, atrás somente de Japão, França, Coreia do Sul e Cuba.

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