19 de dezembro de 2024
Luis Mendoza, árbitro de taekwondo, faz participação inédita e histórica nos Jogos Olímpicos de Tóquio
O árbitro é parte fundamental nos combates e no fomento da área técnica dos esportes de combate e Luiz Mendoza ratifica esta afirmação com atuações brilhantes
Fonte CBTKD
28 de julho de 2021 / Curitiba (PR)
Em seu portal de notícias, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) destaca a importante atuação de Luis Drosghic Mendoza em Tóquio. Árbitro nacional há 21 anos e internacional desde 2012, ele trabalhou em competições importantes e expressivas no cenário mundial, entre as quais sete campeonatos mundiais, jogos pan-americanos, campeonatos pan-americanos e etapas de Grands Prix, além de ter sido aprovado no disputado processo seletivo olímpico que o credenciou para atuar nos Jogos.
Desde a sua estreia em Tóquio, Mendoza atuou em duas finais: 68kg masculino e 49kg masculino. Seu desempenho tem sido muito elogiado pela atenção aos detalhes durante as lutas e, antes mesmo de sua chegada a Tóquio, houve muita preparação para que todas as exigências fossem cumpridas.
Mendoza já se inscrevera para atuar nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, porém não foi selecionado devido ao curto período de adaptações. Participou como voluntário, e, segundo ele, foi um ciclo desanimador. Mas isso lhe deu mais força para que na Olimpíada seguinte seu sonho fosse realizado.
“É a segunda vez que eu passo pelo processo, que foi bem desgastante, mas entre mim e o Marcelo, o escolhido pela Federação Mundial fui eu. Tóquio foi uma participação ímpar dada essa situação da pandemia. Nós tivemos inúmeras dificuldades relacionadas à documentação para a viagem, testes PCR tanto antes da viagem quanto durante a estadia no Japão. Fora isso, manter o treinamento e o condicionamento físico. Muita gente acredita que o árbitro só arbitra. Nós treinamos como atletas, porque os esportistas são muito rápidos, então precisamos nos mover rápido em quadra. Por todos estes detalhes, é que é feita essa seleção rigorosa.”
O processo de arbitrar um evento desse porte, explica Mendoza, é muito mais complexo que nos demais certames do calendário internacional da World Taekwondo e requer muita experiência e treinamento para competições internacionais. “Nas Olimpíadas de Tóquio, por exemplo, os árbitros podem cumprir qualquer função designada, desde lateral, central, operador e vídeo replay; então, a experiência requerida é total. Era preciso ter participado com sucesso em eventos qualificatórios como o Grand Prix da Bulgária e Grand Prix Final de Moscou.”
Ele ainda conta que os árbitros selecionados são aqueles que estão com o melhor condicionamento físico e mental, além dos que apresentaram um maior conhecimento e uma experiência ímpar para participar da competição mais importante do planeta. “A Olimpíada é onde estão os melhores dos melhores. Então, a arbitragem precisa entregar a mesma qualidade que os atletas que se apresentam.”
Alberto Maciel Júnior, presidente da CBTKD, e ex-técnico da seleção brasileira destacou a importância da arbitragem na consolidação de bons atletas e técnicos.
“Nós, como confederação, buscamos estar sempre próximos dos atletas e, desde o começo da gestão, acompanhamos os atletas nas principais competições e vimos de perto os crescentes resultados. Não se formam bons atletas sem bons árbitros, isso é um fato. Se o profissional que julga o combate não estiver apto e devidamente atualizado com a regra internacional, os praticantes e atletas não se formarão devidamente”, explicou o dirigente.
O papel do árbitro é de fundamental importância, porque é ele que avalia os desdobramentos ocorridos durante as lutas, desde o cronômetro (shi-gan) até a atuação dos atletas. Caso haja necessidade de atendimento médico, é ele que comunica à mesa marcadora (kye-shin) o chamado “tempo médico”. Contudo, pode acontecer de ele pedir o tempo médico diretamente, se o caso for grave, para que o atendimento seja realizado o mais rapidamente possível, visando à proteção da integridade dos atletas.
“Estar participando dessa Olimpíada é um divisor de águas. Agora, por exemplo, eu passo a ser referência. Então, eu preciso ter muito cuidado com as minhas atitudes e minhas condutas, coisa que eu já trabalho tranquilamente. Também um divisor de águas no sentido da experiência que adquiri com toda essa participação. Tenho que passar isso adiante, para novas e atuais gerações de árbitros, no sentido de que eles possam entender melhor essa responsabilidade, já que eu cheguei até o topo, e mostrar para eles qual é o melhor caminho, caso um deles deseje passar por todo esse sacrifício e alcançar esse êxito que cheguei”, explica Mendoza.
Ele conta que, agora que o ciclo olímpico chegou ao fim para ele, é tempo de, como árbitro e como coordenador da CBTKD, levar adiante a missão à qual foi incumbido. Além disso, é tempo de descansar e se preparar para os novos projetos que estão sendo planejados, já que, a partir de setembro, a confederação tem como objetivo retomar os opens regionais e, até o final do ano, organizar e executar uma competição em nível nacional.
Esta foi a primeira vez na história da arbitragem dos Jogos Olímpicos com a participação de um brasileiro, e atuando em finais, como vem acontecendo. Começa um novo ciclo na arbitragem brasileira, e a CBTKD demonstra sua satisfação por estar tão bem representada.
“Estamos muito satisfeitos por ter alcançado a excelência na arbitragem internacional e acima de tudo, por estarmos cumprindo nosso papel no fomento e desenvolvimento da modalidade em nosso País”, finalizou Maciel Júnior.