Luto no judô mato-grossense

Comandante da PMMT, BOPE e diretoria da Federação Mato-grossense de Judô lamentam a morte do professor faixa preta go-dan e advogado Hélcio Corrêa

Memória
2 de dezembro de 2020
Fonte JOELMA PONTES
Fotos ARQUIVO
Curitiba – PR

O falecimento do advogado Hélcio Corrêa Gomes, vítima de complicações de um câncer, sensibilizou representantes da Polícia Militar de Mato Grosso e toda a comunidade do judô mato-grossense. O profissional colaborava com diversas ações promovidas dentro do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e durante uma década foi voluntário no projeto social Judô Bope, que atualmente, atende cerca de 300 crianças e adolescentes.

Para o comandante da PMMT, coronel Jonildo José de Assis, a perda do amigo e voluntário é irreparável. “O doutor Hélcio, além de grande profissional, foi um excelente parceiro, amigo e professor voluntário no nosso projeto Judô Bope. Sempre altruísta, ele deixa um legado de amizade e de família. Um exemplo para todos nós. Só Deus para consolar o coração de amigos e da família enlutada”, lamentou.

Professores Gustavo Oliveira, Hélcio Corrêa e Fernando Moimaz

Já o comandante do Bope, tenente-coronel Ronaldo Roque, destacou o perfil solidário do advogado, que não media esforços para ensinar e ajudar centenas de alunos do projeto. “Desde o início ele contribui de forma significativa. Hélcio foi um verdadeiro entusiasta e incentivador do esporte em Mato Grosso, além de um ser humano de notável grandeza. Ele deixa um legado de respeito e consideração para todos aqueles que tiveram a oportunidade de estar ao seu lado. Externamos os nossos sinceros sentimentos de pesar neste momento penoso.”

O presidente da Federação Mato-grossense de Judô (FMTJ), Fernando Moimaz, também lamentou a morte do advogado, com quem dividia os tatamis durante os treinos no Judô Bope. “O Hélcio foi um parceiro que cooperou muito com a diretoria da federação, auxiliando em toda a parte jurídica. Colaborador exemplar do Judô Bope, um sensei bastante participativo desde o começo, em 2010, sempre ajudou as pessoas. Infelizmente, no meio do caminho precisou dar uma pausa para tratar da doença. Um exemplo de ser humano para todos nós judocas”, disse Moimaz

O coordenador do Judô Bope, subtenente Adalberto Corrêa Junior, também externou condolências à família e aos amigos de Hélcio, que faleceu na madrugada desta terça-feira (1º). “Sensei Hélcio sempre foi um colaborador do projeto Judô Bope. Um amigo pessoal. Uma referência como advogado e como pessoa. Para nós, foi uma perda muito grande, mas vamos continuar no caminho que ele pregava: ser uma boa  pessoa, usar o esporte como instrumento de doutrina e educação e transformar a vida das pessoas”, considerou o subtenente.

Faixa-pretas do Mato Grosso no dojô principal do Bope de Cuiabá (MT)

O sensei Hélcio, como era chamado pelos amigos judocas, atuava na área cível e foi tesoureiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) de 2004 a 2009. Ele foi também assessor da então senadora Serys Marli (PRB), tesoureiro da Associação de Advogados Trabalhistas de Mato Grosso e consultor da Comissão Nacional de Direitos Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Federal.

Faixa preta go-dan (5º dan), Hélcio Corrêa iniciou a prática do judô ainda na adolescência com o lendário sensei Lhofei Shiozawa. O subtenente Adalberto Corrêa relatou à Budô que seu último pedido para os colegas do dojô foi que o enterrassem vestindo seu judogi.

“Devido aos relevantes e expressivos serviços sociais prestados ao judô e às centenas de crianças atendidas voluntariamente por ele em todos estes anos, o promovemos ao roku-dan (6º dan) e com isso o nosso querido amigo Hélcio Corrêa foi merecidamente sepultado como professor kodansha da Federação Mato-grossense de Judô”, revelou Fernando Moimaz, presidente da entidade.