Mais alunas do professor de jiu-jitsu denunciado por assédio se manifestam

Com a ampla repercussão do caso nas redes sociais, incluindo a disseminação da foto do professor, surgiram novas denúncias de assédio sexual © Divulgação

O caso da menor de 14 anos é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Assis.

Por Redação / Abordagem de Notícias
9 de maio de 2024 / Curitiba (PR)

Uma adolescente de 14 anos de idade, que praticava jiu-jitsu havia dois anos em um espaço público de lazer, em Assis, foi vítima de assédio sexual por parte de um professor, casado e pai de família. Após a repercussão do caso, mais alunas estão denunciando que passaram pelo mesmo constrangimento.

As ações do professor, que envolvem elogios excessivos, mensagens com teor sexual e presente inapropriado (um chaveiro de borracha em formato de pênis), foram denunciadas à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) na cidade de Assis.

De acordo com o advogado contratado pela família da adolescente, Marcus Vinicius Alves Damaceno, o instrutor de jiu-jitsu, conquistou a confiança da menor. Nas últimas semanas, ele começou a elogiá-la, de forma excessiva, incluindo comentários como “você é linda”, “você é a melhor”, e “se eu fosse mais novo, te levaria para tomar açaí”, entre outros. Com o passar do tempo, esses elogios migraram para mensagens via WhatsApp e se tornaram cada vez mais sugestivos e com teor sexual.

“Em um determinado momento, o professor passou a insistir de forma incisiva para que a menor enviasse fotos do seu corpo para que ele as avaliasse. Mesmo diante da recusa dela, o professor persistiu nesse pedido, chegando ao ponto de enviar fotos do próprio corpo na tentativa de induzi-la a fazer o mesmo, sem sucesso”, relata o advogado.

Durante um dos treinos, o professor informou à menor que havia colocado um presente em sua bolsa, pedindo para que ela só abrisse quando chegasse em sua casa. Ao seguir as instruções, a menor encontrou um chaveiro em formato de pênis.

No último final de semana, o professor continuou enviando diversas mensagens com teor sexual para a adolescente, insistindo várias vezes para que ela enviasse fotos do seu corpo. No domingo, após o envio dessas mensagens, ele argumentou que teria falado demais.

O pai da menor teve acesso ao conteúdo das mensagens e na segunda-feira, 29, compareceu à Delegacia de Defesa da Mulher, junto com a menor, acompanhados pelo advogado para denunciar o caso.

A reportagem do Abordagem de Notícias contatou a mãe da menor assediada, a qual disse estar muito abalada com o ocorrido e indicou que procurássemos o advogado que está à frente do caso.

Outros possíveis assédios

Com a ampla repercussão do caso nas redes sociais, incluindo a disseminação da foto do professor, surgiram novas denúncias de assédio sexual. A mãe da adolescente envolvida relatou ao advogado uma conversa com uma amiga da filha, que revelou experiências semelhantes com o instrutor, assim como pelo menos mais uma aluna.

Na manhã desta quinta-feira, 02, uma ex-aluna do professor em questão contatou o advogado Damaceno e relatou que parou de treinar, justamente porque se sentiu assediada por ele. O professor insistia em fotos, elogiava demasiadamente o corpo dela e dizia que ficaria ainda melhor se ela frequentasse as aulas. O comentário foi feito em uma postagem dela no status do WhatsApp.

Considerando que o local das aulas foi cedido pela prefeitura, que prontamente afastou o professor, este tentou, em um grupo de WhatsApp dos alunos, refutar as acusações, solicitando a retirada de seus pertences do espaço, sem sucesso.

Como forma de repúdio às ações, os adolescentes que treinavam com ele optaram por excluir todas as fotos em que apareciam junto ao professor, demonstrando seu descontentamento com suas atitudes.

A reportagem recebeu prints das conversas entre o professor e a adolescente de 14 anos, e da outra que falou com o advogado nesta quinta-feira, mas optou por não divulgá-las.

Não temos o contato do professor, mas deixamos o espaço aberto, caso ele queira se manifestar.

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