22 de dezembro de 2024
Marco La Porta e Yane Marques anunciam chapa para eleição à presidência do COB
Ela foi medalhista olímpica em Londres e quer ser a primeira vice-presidente mulher do Comitê Olímpico do Brasil, integrando a chapa COB Unido.
Por Paulo Pinto / Global Sports
10 de maio de 2024 / Curitiba (PR)
No dia 21 de março Yane Marques anunciou sua renúncia à Comissão de Atletas (Cacob), da qual era presidente, para poder concorrer a um cargo nas eleições do Comitê Olímpico do Brasil. Em seguida, o vice-presidente da entidade, Marco Antônio La Porta, fez o mesmo deflagrando o processo eleitoral e anunciando que o presidente Paulo Wanderley enfrentaria uma candidatura de peso, caso pretenda reeleger-se para o terceiro mandato.
Hoje, Marco La Porta e Yane Marques anunciaram a primeira chapa para a eleição presidencial do COB, que deve ocorrer após a realização dos Jogos Olímpicos de Paris. Conforme mensagem publicada nas redes sociais, eles serão candidatos a presidente e vice, respectivamente.
No comunicado da criação da chapa COB Unido, La Porta e Yane afirmam “reconhecer a sinergia entre seus ideais e propostas, que visam à união de confederações e atletas em um único propósito: buscar as melhores soluções para o movimento olímpico brasileiro”.
Expertise de sobra
Chefe de missão em Tóquio 2020, La Porta foi vice-presidente da gestão de Paulo Wanderley, enquanto Yane é ex-atleta, medalhista de bronze no pentatlo moderno na Olimpíada de Londres 2012 e ex-presidente da Comissão de Atletas do COB (Cacob). As candidaturas já eram esperadas desde o início do ano, mas não havia sinal de que comporiam a mesma chapa.
Eleito o Gestor do Ano do Prêmio Sou do Esporte em 2020, La Porta fez uma pequena síntese de sua passagem pelo COB em sua página do Instagram: “Durante toda a minha carreira, principalmente nos últimos seis anos, tive a oportunidade de viver a realidade do movimento olímpico brasileiro. Fui chefe de missão no Pan de Lima, em 2019, e em Tóquio, em 2021, numa edição completamente atípica dos Jogos Olímpicos, e posso dizer com propriedade que aprendi muito, e de perto, com as confederações e atletas”.
“La Porta e Yane são a nova face que se quer dar ao esporte. São duas pessoas competentes, que têm compromisso com a governança, a integridade e a transparência. Eles representam o rompimento definitivo com os dirigentes da old school.”
Porta-bandeira na Rio 2016, Yane Marques disse estar vivendo um novo desafio, provocado pelos seus colegas da Cacob. “Eles me escolheram para representar os atletas nas eleições e chegamos juntos também à decisão de compor a chapa com La Porta. Avalio que esta decisão é uma demonstração de maturidade natural dos atletas que aspiram assumir postos no comando da gestão. Como atletas da iniciação ao alto rendimento, vivemos todas as fases do esporte e entendemos que estamos prontos para trabalhar e dar a nossa contribuição.”
Segundo o Estadão Conteúdo, ambos deixaram em março os cargos que ocuparam na atual gestão, de forma a permitir suas candidaturas. A eleição do COB deve ocorrer no último trimestre deste ano. A inscrição de chapas vai até setembro. Paulo Wanderley ainda não oficializou sua candidatura à reeleição, mas, nos bastidores, já é dado como favorito no pleito.
Posição dos candidatos de 2020
Segundo colocado na eleição de 2020, Rafael Westrupp afirmou em entrevista recente ao Estadão que, a princípio, não será candidato. Mas Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBTM), indicou que poderia mudar de ideia no futuro. Também revelou que até o momento não havia sido procurado por outros candidatos para compor chapas ou demonstrar apoio público.
Terceiro colocado no pleito passado, o jurista Alberto Murray Neto descartou qualquer possibilidade de participar do próximo processo eletivo do COB. “Participarei apenas como observador e esperando que esta eleição seja para definitivamente sepultar práticas antigas, patriarcais e assistencialistas na administração esportiva do Brasil.”
Murray entende que La Porta e Yane representam o rompimento definitivo com dirigentes da velha escola. “Marco La Porta e Yane Marques representam o Comitê Olímpico moderno. São a nova face que se quer dar ao nosso esporte. São duas pessoas competentes, que têm compromisso com a governança, a integridade e a transparência. Eles representam o rompimento definitivo com os dirigentes da old school”, avaliou o ex-membro do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil.