24 de julho de 2025

No universo competitivo dos esportes olímpicos, Marius Vizer se destaca como uma liderança transformadora. Desde que assumiu a presidência da Federação Internacional de Judô (FIJ), em 2007, tem conduzido uma revolução que reposicionou o judô no cenário global. Com uma visão ousada e inclusiva, Vizer ampliou oportunidades para os atletas, modernizou a infraestrutura do esporte e promoveu uma filosofia de inclusão que levou o judô a novos patamares de relevância internacional.
Nascido em 1958 na Romênia e naturalizado austríaco, Vizer chegou à administração esportiva disposto a transformar um esporte de tradição milenar, mas com alcance restrito, em uma modalidade verdadeiramente universal. Herdou uma federação marcada por estruturas rígidas e influência regional limitada, e construiu um sistema voltado à democratização do acesso, especialmente para países e comunidades historicamente marginalizados no esporte de alto rendimento.
Conselho Executivo da IJF – Congresso de Budapeste 2025 © Sportsin
Sob seu comando, o judô se consolidou como uma das oito modalidades olímpicas mais bem avaliadas, segundo os critérios do Comitê Olímpico Internacional. Mas esse sucesso vai além do espetáculo e do marketing. A gestão de Vizer tem como prioridade a base do esporte: seus atletas, técnicos e federações. Com ações concretas, abriu portas para judocas de países em desenvolvimento, ampliou programas de capacitação e criou caminhos estruturados para a participação em competições internacionais. Na África, América Latina, Ásia Central e outras regiões antes negligenciadas, sua política de apoio resultou em crescimento real — com novas federações, talentos emergentes e oportunidades antes impensáveis.
Entre suas maiores contribuições está o investimento em formação e educação. A expansão internacional da Academia de Judô da FIJ permitiu que atletas, treinadores e dirigentes tivessem acesso a um ensino técnico e gerencial de excelência, com base sólida tanto na tradição quanto na ciência do esporte.
Esses programas têm fortalecido não apenas o nível técnico da modalidade, mas também contribuído para a construção de uma identidade coletiva entre os praticantes e gestores do judô ao redor do mundo. Ao promover uma linguagem comum baseada em valores compartilhados, ética esportiva e excelência pedagógica, a Academia tem desempenhado um papel fundamental na integração das federações nacionais e no alinhamento das práticas de ensino e gestão, reforçando a coesão e o sentimento de pertencimento na comunidade internacional do judô.
A liderança de Vizer é marcada por clareza e firmeza. Ele nunca se esquivou de discutir temas sensíveis relacionados à governança esportiva. Em 2015, suas declarações sobre ineficiências e desequilíbrios institucionais que afetam a vida dos atletas provocaram debates acalorados. Apesar das tensões geradas, suas posições reforçaram seu compromisso com a transparência, a equidade e a reforma — pilares que sustenta como fundamentais para o avanço sustentável do esporte.
Atualmente em seu sexto mandato, Vizer segue ampliando os horizontes da FIJ, que já reúne mais de 200 federações nacionais. As ligas continentais estão fortalecidas, e a visibilidade da modalidade cresce por meio de estratégias modernas de mídia e plataformas digitais. Mais do que um lema, o conceito “Judô para todos” se concretizou sob sua gestão, tornando-se uma diretriz permanente da entidade.
Mais do que medalhas ou rankings, o que define o legado de Vizer é sua crença no judô como instrumento de educação, transformação social e construção de unidade entre os povos. Sua gestão não apenas assegurou estabilidade institucional, mas também consolidou um propósito claro: desenvolver um esporte que reflita a diversidade global e valores humanos universais.
Em um mundo em constante mudança, o legado de Marius Vizer é evidente. Para além dos troféus, ele ajudou a moldar um judô mais inclusivo, educativo e capaz de unir culturas em todos os continentes. Sua liderança mostra que o verdadeiro progresso no esporte vai além das conquistas individuais — ele se revela na construção de um ambiente em que todos os atletas possam evoluir e onde os princípios do respeito e da solidariedade sejam a base de tudo.