19 de setembro de 2025

Com mais de três décadas dedicadas à gestão esportiva, Mauzler Paoli construiu uma trajetória marcada por articulação política, criação de entidades, formulação de estatutos, regimentos e organização de congressos e eventos que ajudaram a moldar o cenário esportivo paulista e nacional. Faixa preta go-dan de karatê, é daqueles personagens que raramente aparecem sob os holofotes, mas cuja influência se faz presente em cada avanço institucional.
Mauzler Paoli ao lado de João Havelange, então presidente da FIFA © Arquivo
Discreto no trato e com formação sólida em Administração Empresarial e Tributária, Mauzler foi dirigente de diversas entidades e deixou sua marca pela capacidade de reorganizar estruturas. Um exemplo foi sua gestão na FUPE – Federação Universitária Paulista de Esportes. Ao assumir a entidade praticamente falida, com passivos elevados, despejos, títulos protestados e dívidas com o Estado, conseguiu, em apenas dois anos, regularizar a situação e recolocar a federação em plena atividade esportiva.
Mauzler Paoli em encontro com Tarcísio de Freitas, governador do Estado de São Paulo © Global Sports
Formado em Administração de Empresas, com MBA em Gestão de Entidades e pós-graduação em Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas, também esteve à frente de funções na administração pública, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Atuou como coordenador político de grandes personalidades do esporte, como Éder Jofre, Délbio Teruel, Aurélio Miguel, Milton Ferreira, Renata Abreu e Marcelinho Carioca. No meio acadêmico, foi professor de Administração no Esporte e Gestão de Políticas Públicas em universidades como UniSant’Anna, Uniban e Anhanguera.
Mauzler Paoli ao lado de Geraldo Alckmin, vice-presidente da República © Arquivo
Atualmente, acumula cargos estratégicos: é secretário executivo da Asemesp, assessor institucional da FPJudô e secretário da presidência do SINPEFESP – Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo. No passado, também ocupou postos no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), no Ministério do Esporte e no CREF4/SP, consolidando-se como uma das vozes mais respeitadas da gestão esportiva no país.
Mauzler Paoli com Coronel Helena Reis, secretária de Esportes do Estado de São Paulo © Global Sports
Na entrevista a seguir, Mauzler Paoli revisita sua trajetória, avalia o primeiro ano da gestão Henrique Guimarães na FPJudô, reflete sobre a relação institucional com a Confederação Brasileira de Judô e compartilha sua visão sobre os rumos do judô paulista e brasileiro. Mais do que um gestor, Mauzler é apresentado como um verdadeiro arquiteto institucional do esporte no Brasil.
QUAIS MARCOS DA SUA TRAJETÓRIA CONSIDERA DECISIVOS PARA SUA EVOLUÇÃO COMO GESTOR ESPORTIVO?
Os marcos decisivos da minha trajetória vieram da iniciativa privada. Em setores como o financeiro e o industrial, enfrentei inúmeras obrigações, a exigência por eficiência e a busca incessante por resultados. Essa vivência me ensinou a atuar sob pressão, analisar cenários complexos e perseguir metas de forma sistemática – habilidades que se mostraram transferíveis e cruciais para a gestão esportiva. A cada desafio que surgia em uma entidade ou projeto esportivo, essa mentalidade de buscar soluções e resultados me motivava a avançar. Os êxitos alcançados reafirmam que estou no caminho certo e reforçam minha paixão por construir e gerar impacto positivo no esporte.
Mauzler Paoli em registro de sua época como praticante ativo, nos tatamis, onde construiu a base de sua disciplina como faixa preta go-dan de karatê © Arquivo
VOCÊ ATUOU EM CARGOS ESTRATÉGICOS, FORMULANDO ESTATUTOS, CRIANDO ENTIDADES ENTRE OUTROS. COMO ESSAS EXPERIÊNCIAS MOLDARAM SUA VISÃO SOBRE GOVERNANÇA?
Essas experiências foram fundamentais para moldar minha visão atual sobre governança esportiva. Minha formação administrativa e tributária, aliada à paixão pelo esporte, permitiu transferir um know-how valioso para o segmento, reforçando a convicção de que não se pode exercer funções de liderança sem ter uma visão global e profunda do sistema público e privado. A participação ativa na elaboração de estatutos e na criação de entidades mostrou a importância de estruturas organizacionais bem definidas, transparentes e éticas. A clareza de papéis e responsabilidades é essencial para o funcionamento eficiente e sustentável de qualquer instituição. Já a organização de eventos ampliou minha percepção sobre a necessidade de atualização constante, capacitação e troca de experiências. Esses encontros são plataformas para discutir melhores práticas, fortalecer redes e impulsionar a evolução do setor. Concluo que uma governança eficaz no esporte depende de estruturas sólidas, transparência, capacitação contínua e engajamento ativo de todos os envolvidos.
“Só se mantém o protagonismo quando há capacidade de evoluir diante de novos desafios.”
ENTRE SUAS DIVERSAS FRENTES DE ATUAÇÃO, EM ENTIDADES, SINDICATOS, FEDERAÇÕES E PODER PÚBLICO, QUAL DELAS MAIS LHE AGRADA HOJE?
Todos os segmentos têm relevância, mas, neste momento, o sistema político-partidário é o que mais me atrai, porque nenhuma conquista é possível sem diretrizes públicas. A interação com o sistema legislativo e executivo permite influenciar diretamente políticas públicas relacionadas ao esporte, garantindo que demandas do setor sejam atendidas e que o tema seja reconhecido como prioritário. Essa atuação é fundamental para a implementação de projetos que promovam inclusão social, desenvolvimento humano e saúde pública, com impacto em larga escala.
Na feira de esportes organizada por ele, Mauzler recebeu dois reis do esporte nacional: Pelé, o eterno Rei do Futebol, e Éder Jofre, bicampeão mundial e maior boxeador brasileiro de todos os tempos © Revista Kiai
VOCÊ ACUMULA FUNÇÕES COMO SECRETÁRIO EXECUTIVO DA ASEMESP E DA PRESIDÊNCIA DO CREFITO/SP, ASSESSOR INSTITUCIONAL DA FPJUDÔ E SECRETÁRIO DA PRESIDÊNCIA DO SINPEFESP. COMO EQUILIBRA TANTAS FUNÇÕES E DE QUE FORMA ELAS SE COMPLEMENTAM?
Depois de anos de trabalho, estudos e atuação em cargos de decisão, considero que acumulei a experiência necessária para apoiar líderes mais jovens e ansiosos, que ainda não tiveram tempo de desenvolver tolerância e visão estratégica. A sinergia entre essas funções permite uma leitura holística do cenário esportivo. Em cada papel, aplico meu conhecimento para gerar valor e, ao mesmo tempo, absorvo novas perspectivas que enriquecem minha capacidade de decisão. Muitas vezes, a experiência adquirida em uma entidade ilumina soluções para desafios em outra, criando um ciclo contínuo de aprendizado. Tenho a felicidade de trabalhar ao lado de presidentes competentes e arrojados, o que torna esse processo muito mais simples.
Henrique Guimarães e Paulo Wanderley reforçam a sintonia entre FPJudô e CBJ durante o treinamento de campo internacional em Pindamonhangaba © CBJ
QUAIS FORAM, NA SUA AVALIAÇÃO, OS PRINCIPAIS AVANÇOS INSTITUCIONAIS DA FPJUDÔ SOB A GESTÃO DE HENRIQUE GUIMARÃES, QUE ESTÁ PRESTES A COMPLETAR UM ANO?
O Henrique Guimarães não me surpreendeu, porque sempre foi uma pessoa determinada e comprometida com o crescimento do judô em São Paulo. Mais do que ninguém, ele sabe o que significa ser atleta e depois gestor, e isso o moldou para o desafio. Quando a oportunidade surgiu, agarrou-a com afinco, buscando conhecer cada detalhe da instituição. Destaco especialmente o controle administrativo e financeiro, somado à exigência quanto à qualidade das competições e ao nível técnico. Além disso, sua gestão se notabiliza pela implementação de parcerias estratégicas, como a colaboração com a Federação do Desporto Escolar do Estado de São Paulo (Fedeesp) para impulsionar o judô escolar. Essa iniciativa amplia oportunidades de prática no ambiente educacional e fortalece a identificação de novos talentos.
Mauzler Paoli ao lado de Tom Moisés, presidente da Asemesp e secretário de Esportes de Barueri, e José Roberto Guimarães, treinador da Seleção Brasileira de Voleibol © Arquivo
ALÉM DE VOCÊ, OUTROS PROFISSIONAIS FORAM CONVIDADOS PARA OCUPAR POSTOS ESTRATÉGICOS NA ENTIDADE. COMO AVALIA O DESEMPENHO COLETIVO DA NOVA DIRETORIA?
O presidente Henrique Guimarães foi muito criterioso ao formar sua equipe e buscou pessoas de renome, competência e legitimidade em suas áreas de atuação. Um exemplo é o professor Messias, faixa preta de judô, profissional de gabarito internacional e com visão empresarial estratégica. Outro nome de grande relevância é o professor Rato, um dos responsáveis pelas comissões técnicas, que se destaca pela capacidade de agregar pessoas e mobilizar pelo respeito. Também merece destaque o professor Alex Russo, à frente da Delegacia da Capital, que além de realizar um trabalho exemplar, tem introduzido inovações importantes para aproximar ainda mais a Federação da comunidade esportiva paulistana. Esses nomes, somados a outros dirigentes de igual peso e competência, compõem uma diretoria coesa e atuante. O desempenho coletivo tem sido notável: a sinergia entre os integrantes, a paixão pelo judô e a diversidade de experiências resultam em uma gestão inovadora, transparente e eficaz. Há um espírito de equipe muito forte, comprometido com a excelência, que já trouxe avanços significativos para a modalidade.
COMO AVALIA O TRABALHO DO PRESIDENTE NESSE PRIMEIRO ANO?
Henrique Guimarães tem mostrado uma liderança firme, marcada pela determinação e pelo compromisso com o fortalecimento do judô paulista. Sua experiência como atleta olímpico e gestor confere uma compreensão profunda da modalidade, traduzida em ações objetivas e eficazes. Destaco o rigor no controle administrativo e financeiro, além da exigência de qualidade nas competições e no nível técnico dos atletas do estado. Ele também vem articulando parcerias estratégicas, como a colaboração com a Fedeesp para impulsionar o judô escolar e as tratativas com a Fupe. Essas iniciativas ampliam a base de praticantes e reforçam a modalidade desde a formação inicial, projetando um futuro promissor. Sua liderança tem sido um motor de inovação e crescimento, sempre valorizando o atleta e buscando excelência na gestão.
Mauzler Paoli ao lado de Leonardo Picciani, ex-ministro do Esporte, em articulação voltada ao fortalecimento das políticas públicas esportivas © Arquivo
RECENTEMENTE, A CBJ PASSOU POR ALTERNÂNCIA DE PODER. COMO AVALIA A RELAÇÃO INSTITUCIONAL E PESSOAL ENTRE HENRIQUE GUIMARÃES E PAULO WANDERLEY?
Como diz o ditado, o bom filho à casa torna. O professor Paulo Wanderley elevou o judô brasileiro ao mais alto patamar do esporte nacional quando esteve à frente da CBJ e realizou uma gestão exemplar no COB. Agora retorna, de forma incontestável, à presidência da Confederação. Sempre manteve excelente relação com o professor Henrique Guimarães, que, como medalhista olímpico e participante de três Jogos Olímpicos, é uma referência nacional. Avalio que esse respeito mútuo e ético não apenas consolidou uma relação de unidade em prol do crescimento do judô, mas também elevou a parceria entre CBJ e FPJudô a um novo patamar. A sintonia entre as gestões tem sido fundamental para alinhar estratégias e objetivos comuns, fortalecendo a base do judô paulista e brasileiro.
Mauzler Paoli recepciona o então prefeito Celso Pitta na sede da UFEESP © Arquivo
QUAIS CAMINHOS VOCÊ VÊ PARA FORTALECER A INTEGRAÇÃO ENTRE A FPJUDÔ E A CBJ?
O diálogo permanente é fundamental. Essa integração pode ser fortalecida com programas de capacitação conjunta e eventos que estimulem a troca de experiências e boas práticas. Também é essencial criar canais de comunicação ágeis e transparentes, garantindo que as diretrizes nacionais sejam aplicadas nos estados e que, ao mesmo tempo, as demandas das federações estaduais sejam ouvidas. O caminho passa pela colaboração mútua e constante, otimizando recursos e promovendo uma visão unificada para o futuro do judô brasileiro, sempre fundamentada no princípio do jita-kyoei.
Mauzler Paoli organiza encontro em 1992 com o então candidato à Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso, ladeado por grandes ídolos do esporte © Revista Kiai
A FPJUDÔ SEMPRE EXERCEU PROTAGONISMO, MAS ENFRENTA DESAFIOS ADMINISTRATIVOS E GEOPOLÍTICOS. APÓS QUASE UM ANO NA ENTIDADE, COMO AVALIA SUA ESTRUTURA?
A FPJudô possui uma estrutura robusta, fruto do seu pioneirismo e dos 67 anos de existência que consolidaram seu protagonismo nacional. Mas o cenário atual exige adaptação constante. É preciso aprimorar processos administrativos para torná-los mais ágeis e eficientes, implementar práticas de governança ainda mais transparentes e buscar certificações de qualidade que elevem o padrão da gestão. Outro ponto essencial é estreitar o diálogo com clubes e associações, garantindo que suas demandas sejam ouvidas e atendidas. Só se mantém o protagonismo quando há capacidade de evoluir diante de novos desafios.
Mauzler Paoli ao lado do campeão olímpico Aurélio Miguel e do presidente da FPJudô, Henrique Guimarães © Arquivo
QUAIS SETORES DEMANDAM MAIS ATENÇÃO OU MUDANÇAS ESTRATÉGICAS?
Após quase um ano de gestão, identificamos pontos que merecem atenção para consolidar o crescimento. É fundamental descentralizar as atividades, fortalecendo as delegacias regionais para que atuem com mais autonomia e eficácia. Também é necessário investir em tecnologia para modernizar processos administrativos e de comunicação interna e esportiva, aproximando ainda mais a federação de seus filiados. A constante busca por inovação e adaptação às tendências tecnológicas é crucial para manter a FPJudô na vanguarda do esporte brasileiro.
Mauzler Paoli com Ana Paula Leal Graziano, CEO da Savaget Group, promotora do Arnold Sports Festival South America © Arquivo
SE PUDESSE ALTERAR PONTOS DA GESTÃO ESTADUAL, QUAIS SERIAM AS PRIORIDADES?
Criaria programas de capacitação regional para formar líderes em gestão esportiva, administrativa e técnica, e implantaria fóruns regionais de discussão, estimulando a troca de experiências e o alinhamento de estratégias. Essa descentralização tornaria a gestão mais próxima das necessidades locais e fortaleceria a coesão institucional.
Mauzler Paoli em reunião com lideranças sindicais ao lado do senador Álvaro Dias © Arquivo
COMO AVALIA A ATUAÇÃO DAS DELEGACIAS REGIONAIS?
As delegacias regionais são fundamentais para a capilaridade das ações da FPJudô. Uma maior descentralização permitirá que as decisões sejam mais alinhadas com as realidades locais, promovendo um judô mais inclusivo e representativo. Além disso, é essencial incentivar o desenvolvimento de Planos Estratégicos Regionais, onde cada delegacia elabore seu próprio plano, alinhado ao estadual, mas adaptado às suas especificidades locais. Esse modelo deverá promover um crescimento orgânico e atende às demandas de forma mais assertiva, mas sempre com as diretrizes da direção central da FPJ.
Mauzler Paoli com a deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos © Arquivo
VOCÊ É FAIXA PRETA GO-DAN DE KARATÊ. COMO ESSA VIVÊNCIA INFLUENCIA SUA FORMA DE CONDUZIR NEGOCIAÇÕES E ESTRATÉGIAS?
Os tatamis me ensinaram disciplina, paciência, estratégia e respeito. Esses valores guiam minha forma de negociar e liderar. Assim como no karatê, busco equilíbrio sob pressão, clareza nas decisões e soluções que beneficiem a todos. O espírito do dojô, baseado em ética e autocontrole, molda minha conduta também fora das artes marciais. Esses princípios marciais, como o Dojô Kun (regras do dojô) que orientam a ética e o comportamento, são diretamente aplicáveis à gestão. Isso se traduz na capacidade de conduzir negociações com clareza, objetividade e respeito, buscando soluções que beneficiem a todos, sem perder de vista os objetivos estratégicos. É uma abordagem que valoriza a resiliência e a busca pela excelência em cada decisão.
Mauzler Paoli ao lado de André Fufuca, ministro do Esporte © Arquivo
MUITAS VEZES VOCÊ É DESCRITO COMO UM “ARQUITETO INSTITUCIONAL” DO ESPORTE. VOCÊ SE RECONHECE NESSE PAPEL?
Sim. Minha maior satisfação é construir bases sólidas que garantam continuidade e crescimento ao esporte, mesmo sem aparecer em evidência. Sempre valorizei a documentação de processos, a criação de guias de governança e a mentoria de novos líderes. Essa visão já me levou a auxiliar na constituição de mais de 90 entidades esportivas e sindicais, que permanecem ativas até hoje. Meu legado é estrutural: criar métodos e alicerces que sobrevivam ao tempo.
Mauzler Paoli com Marcel Jofre, o lendário Éder Jofre e o ex-governador Paulo Salim Maluf © Arquivo
SE TIVESSE QUE DEFINIR SEU ESTILO DE LIDERANÇA COM UMA PALAVRA, QUAL SERIA?
Lealdade. Sempre mantive meus valores, nunca me deixei influenciar por terceiros e estive ao lado dos amigos e colegas de jornada. Flexibilidade e adaptabilidade também fazem parte da minha prática, mas a lealdade é o que me define.
Mauzler Paoli com Thiago Milhim, ex-secretário de Esportes do Estado de São Paulo, e Carlos Vianna, ex-secretário municipal de Esportes e Lazer da capital paulista © Arquivo
JUDÔ, KARATÊ, JIU-JITSU E EDUCAÇÃO FÍSICA PODEM SER MOTORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE, INCLUSÃO E CIDADANIA?
Sem dúvida. Essas modalidades são verdadeiras escolas de vida. Além de formarem atletas, promovem inclusão social, saúde e cidadania. Para maximizar esse impacto, precisamos de programas integrados entre esporte, educação e assistência social, além da formação de multiplicadores para ampliar o alcance em escolas e projetos sociais. O esporte transforma vidas e deve ser pautado em políticas públicas perenes.
Mauzler Paoli ao lado de Rinaldo José Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e representante das Américas na FIFPro, além de membro da Câmara de Resolução de Disputas da FIFA © Arquivo
QUE LEGADO PRETENDE DEIXAR À FRENTE DA ASEMESP E DA FPJUDÔ?
Quero deixar um legado de profissionalização e sustentabilidade institucional. Para isso, defendo a criação de fundos permanentes de financiamento, indicadores claros de desempenho e políticas que garantam a continuidade dos projetos, independentemente de quem esteja na liderança. Meu objetivo é que as entidades sigam fortes e preparadas para o futuro.
QUAL É O GRANDE PASSO QUE O ESPORTE PRECISA DAR EM TERMOS DE GESTÃO?
A chave está na profissionalização com inovação. É preciso digitalizar processos de gestão, usar dados para decisões estratégicas e estimular uma cultura de inovação aberta. A internacionalização de parcerias e intercâmbios, colocando nossos gestores e atletas em contato com as melhores práticas do mundo é outro ponto importante. Gestores verdadeiramente capacitados, transparência, eficiência e visão global: esse é o caminho para um futuro promissor.